Por Jaozin Jaaozinn
Registro fotográfico do reencontro do ex-volante Adriano Ferreira de Andrade (utilizando um casaco marrom, no canto inferior direito), com os ex-cangaceiros (da esquerda para a direita) Criança, Marinheiro e Zé Sereno, em um almoço promovido por Maria Cristina da Matta Machado e Humberto Mesquita, no ano de 1968, em São Paulo.
Para quem vê o registro destes homens "mansos", de fala tranquila e já na meia idade, nunca pensaria que, há 32 anos atrás, eram ferrenhos inimigos, equipando-se com bornais, cartucheiras, punhais, cantis, jabiraca e chapéu, e o velho companheiro fuzil. Era briga de gato e rato nos carrascais do agreste nordestino.
Adriano, natural da Bahia, entrou na força volante em 1936, por causa de uma pisa que recebeu do famoso chefe de sub-grupo, o terrível Zé Sereno, pertencente a família Engrácia. Naquele momento, dedicou sua carreira no combate contra os cangaceiros, principalmente ao bando de Sereno, e só parou a sua campanha quando o último dos últimos caiu baleado no chão, o Corisco, em maio de 1940.
Adriano e Zé Sereno |
O ex-policial estava presente na Grota do Angico, no dia 28 de julho, onde presenciou a morte do companheiro Adrião e dos 11 bandidos, na somatória do cachorro Guarany. Mesmo pela batalha ganha naquele momento, Adriano ficou frustrado por não ter conseguido aniquilar seu desafeto.
Agora nessa foto, encontram-se as duas feras – que por muito tempo trocaram tiros pelo sertão e dariam de tudo para uma maior aproximação, com o objetivo de matar seu inimigo – em pouquíssimos metros de distância, com um largo sorriso no rosto, além de apertos de mãos, relembrando aqueles episódios de sangue e pólvora.
𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸𝑆: 𝑅𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒/𝑅𝐽 - 1969; 𝐹𝑜𝑟𝑐̧𝑎𝑠 𝑉𝑜𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐴 𝑎 𝑍 - 𝐵𝑖𝑠𝑚𝑎𝑟𝑐𝑘 𝑀𝑎𝑟𝑡𝑖𝑛𝑠.
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