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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Combate às mudanças climáticas é caso de saúde

Engarrafamentos, além de contribuírem
para o aquecimento global, também
são responsáveis por 12%
dos infartos em São Paulo

 

            
              Mudança climática também é caso de saúde pública. As horas no trânsito, além de aumentarem as emissões de dióxido de carbono na atmosfera, também são responsáveis por algo entre 9 e 12% dos infartos do miocárdio em São Paulo. Segundo estudo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), 10% a 15% dos infartos são causados pela poluição. “E isto não dá para medicar”, disse Paulo Saldiva, médico e especialista em poluição atmosférica, em palestra hoje na reunião da C40, em São Paulo.

             Investimentos em trânsito, energia, abastecimento, habitação e tudo o que for referente ao combate das mudanças climáticas também está relacionado com a saúde. “Talvez as políticas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas sejam menos custosas se levarmos em conta que elas também trazem benefícios para a saúde”, disse. De acordo com o especialista, mais investimentos no metrô, para a melhora do transporte coletivo em São Paulo, poderiam reduzir os gastos de 36 milhões a 50 milhões de dólares destinados à saúde todos os anos em São Paulo.

            A pesquisadora da Fiocruz, Martha Barata, que participou de um estudo internacional sobre cidades e mudanças climáticas, afirmou que os riscos da saúde vão ser agravados com a mudança do clima. “A população urbana cresce aceleradamente e quando ocorre um desabamento, enchente, ou outro evento extremo,
isso afeta uma imensidão de pessoas”, disse.

           Martha lembra que no Brasil foram gastos US$ 6 milhões em tratamento de leptospirose, doença muito ligada as enchentes. “Reduzir as enchentes também reduz os gastos com saúde”.


            Os dois pesquisadores participaram de uma palestra na reunião da C40 sobre mudanças climáticas e saúde. Pela primeira vez o assunto saúde é tratado em uma reunião do grupo. Saldiva apresentou uma carta de Recomendações em Saúde para as megacidades. Ele afirma que a carta procura pegar o conhecimento científico sobre o assunto e permeá-lo com a economia e política para medidas sustentáveis.

Fonte: www.ig.com.br

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