Por: José Mendes Pereira
Que Deus o mantenha vivo por muitos e muitos anos, mas longe de nós.
Nunca o Rio Grande do Norte elegeu um governador tão perverso e arrogante quanto o senhor Geraldo Melo. Usineiro que acumulou tantas riquezas (parabéns), que pobre para ele tem que ser pisado e repisado com sapato de aço.
Para que valem estas mãos póstumas se não sabe respeitar os pobres?
Foi o período em que nós, professsores, vivemos mais aperreados. Foi o tempo em que proprietários de granjas venderam mais ovos, já que o ovo era o nosso bife, contra gosto e contra vontade; "bife do olho grande". No seu tempo o funcionário menos valorizado, sem dúvida, era o miserável professor.
Pagamentos atrasados e quando resolvia entregar o nosso soldo, jogávamos lá para o "Estádio Leonardo Nogueira" em Mossoró, e lá, sol, chuva, poeira eram os nossos alimentos. Todos teriam que ser pagos durante às 24 horas daquele dia.
E ainda mais para infernizar a vida do professor, um avião sobrevoava a área do Estado Leonardo Nogueira. Se ele estava dentro do avião, é outra história.
Veja como eram magros os professores, no tempo de Geraldo Melo
Lembro-me das dificuldades que me visitaram, quando uma roupa eu não podia comprar; vivia na base do Chico tira Mané veste. Muitas vezes, alguns alunos chegaram a me perguntar porque eu só usava aquela roupa. Para não deixar lacunas, eu lhes dizia que era uma farda. Mas que farda que nada! Dinheiro pouco, atrasado, inflação absurda.
O único sapato que eu tinha privava-me de passar a perna sobre a outra dentro da sala de aula, com medo que os alunos vissem o seu solado, que era tão fino, que se eu pisasse em uma moeda de cinquenta centavos, dava para saber o lado pisado se era cara ou coroa.
Geraldo Melo foi o governador dos atrasos. A educação se atrasou por mais de vinte anos. Não valorizou nenhum pouco. Sempre usava o seu ridículo bordão: "Quem manda no Rio Grande do Norte sou eu"
Geraldo Melo foi o governador dos atrasos. A educação se atrasou por mais de vinte anos. Não valorizou nenhum pouco. Sempre usava o seu ridículo bordão: "Quem manda no Rio Grande do Norte sou eu"
O professor que por uma razão qualquer, "negar isto", é porque vivia de outra fonte de renda e tinha a educação como bico, ou certamente é um verdadeiro apaixonado pelo partido que Geraldo Melo participa.
Sua vida política sempre foi em Ceará-Mirim, colaborou com o governo de Aluísio Alves, (grande político), (1961-1966), foi funcionário do DNOCS. Foi indicado vice-governador do Rio Grande do Norte, quando o titular era Lavoisier Maia Sobrinho (1978-1983).
Havia saído do grupo de Aluízio Alves. Mas lá por onde andou, não achou apoio, voltou se humilhando aos Alves. Coordenou a campanha vitoriosa de Garibaldi Alves Filho, para a Prefeitura de Natal, no ano de 1985. Isso lhe serviu de credencial para disputar o Governo do Estado do Rio Grande do Norte, em 1986. Com o slogan "Novos Tempos, Novos Ventos" e uma maioria de 14 mil votos, conseguiu eleger-se.
Em paralelo a isso, montou uma estação de Rádio Novos Tempos AM, em Ceará-Mirim e obteve uma concessão de emissora de TV, a TV Potengi, ligada à Rede Bandeirantes de Televisão, ao término dos anos 1980.
Em 1993, rompeu com o PMDB e passou para o PSDB,onde foi presidente estadual, em seguida migrou-se para o PPS. Elegeu-se senador em 1994 e tentou renovar seu mandato em 2002 e 2006. Contudo, não obteve êxito, pois a maioria dos funcionários públicos não lhe deu chance.
Se era desonesto, isto não me pertence, mas, malvado, vingativo, autoritário, isto eu sei, e mais outros e outros adjetivos que ele merece.
Como político, estar sempre montado no galho mais forte. Se perceber que um determinado grupo político fracassará, já prepara o seu pulo para o galho mais resistente.
Certa vez, ele disse em seu programa de rádio:
"-Dizem que todo político calça 40, mas não é verdade. Eu calço 39". "-Nunca vi ninguém morrer porque não estudou"
Ao ex-governador do Rio Grande do Norte, eu desejo: Saúde, paz, muita rigueza e muitos anos de vida. Mas nunca mais seja eleito para qualquer cargo público, e longe de nós.
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