Seguidores

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Histórias que o povo conta - Outra mulher rendeira

Por Doizinho Quental


A vida de bandoleiro que levava Lampião obrigava-o a pedir dinheiro para suprir a necessidade do seu bando. Normalmente ele pedia através de bilhetes que, segundo alguns autores, mostrava uma letra graúda, firme e bem legível. Quando não era atendido ia pessoalmente às cidades e fazendas onde, com medidas drásticas, tomava à força. Isto aconteceu com uma mulher rendeira, viúva, proprietária de uma pequena fazenda e que apreciava fazer rendas.

Ela vivia com a sua neta de quatorze anos, aproximadamente. Lampião invadiu esta fazenda e a velha escondeu a netinha atrás da porta da cozinha. O Capitão Virgulino perguntou-lhe o que significava aquilo e fê-la trazer de volta a garota recomendando aos cabras do seu bando:

- Aqui ninguém bole cum a sá minina, é uma donzela, se dêrem  a respeito!  e continuou - Véia, eu só quero dinheiro!”.

A mulher desculpou-se e jurou por tudo quanto era sagrado que não tinha um vintém. No desespero chorava e lamentava agarrada a uma almofada. Lampião vendo aquela preocupação indagou:

- Qui diabo tem aí nesse bolo de pano?

– Eu juro pru meu padim pade Cíço que num tem nada não! - Dizia trêmula.

Lampião puxou uma faca, rasgou a almofada e encontrou cem contos e oitocentos réis. Ele aproveitou a oportunidade para escrachá-la, chamando-a de velhaca e mentirosa. 

 O nome deste cangaceiro era: Mariano Laurindo Granja e era filho de fazendeiro. Não teve apelido no cangaço. Entrou como Mariano e morreu sendo Mariano, segundo os pesquisadores

Depois, ordenou a Mariano que lhe desse uma dúzia de bolos com uma palmatória dizendo:

- Isso aí, véia safada, é pra vosmecê num butar mais meu padim pade Cíço in mintira! 

www.kantabrasil.com.br/Lampiao.../Lampião%20e%20outras%20Históri...‎ 
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Um comentário:

  1. Anônimo20:27:00

    Pelo que vejo caro Mendes, mentir para Lamopião não dava muito resultado não. O melhor mesmo era contar a verdade.
    Abraços,
    Antonio Oliveira - Serrinha

    ResponderExcluir