O Coronel
Cândido Ribeiro Campos (Cândido Fernandes da Silva), conhecido em seu tempo por
Cândido do Pavão, era natural do sítio Antas em Aurora. Filho de Matias
Fernandes da Silva (pedreiro que trabalhou na ampliação da Capela do Senhor
Menino Deus em 1864) e Antônia da Encarnação Monteiro, substituiu o sobrenome
Fernandes da Silva por Ribeiro Campos, por ocasião de “qualificar-se”, para
tirar o título eleitoral.
Capela
Foi um dos mais importantes chefes políticos do
Cariri em sua época, e pai de prole numerosa, sendo o Padre Januário Campos, o
filho de atuação mais marcante.
Casou-se com Ana Maria de Jesus (Naninha), instalando-se no sítio Martins, de seu tio materno João Monteiro. Transferiu-se em 1902 para o sítio Pavão, antiga propriedade do mosteiro de São Bento, de Olinda, à época, em poder do padre Cícero Romão Batista, que a havia comprado. Era encarregado da cobrança dos dízimos dos que ocupavam as terras sob o domínio eclesiástico, as quais mediam três léguas de comprimento por uma légua de largura, de ambos os lados do rio Salgado, estendendo-se do riacho dos Mocós até o riacho do Juiz.
Padre Cícero
Tornou-se, por força da arrecadação das alíquotas, de grande confiança do Padre
Cícero Romão Batista, o que lhe conferiu notoriedade, ocupando cargos
importantes em Aurora, como o de suplente de Juiz substituto, presidente da
Câmara e Prefeito Municipal, cargo, este último, ocupado em face aos fatídicos
episódios de 1908, onde, com a deposição do coronel Totonho do Monte Alegre,
assume ele, Cândido do Pavão, o cargo de Intendente Municipal de 1908 a 1914, e
posteriormente, de 1921 a 1926.
Em carta do Padre Cícero ao Cel. Cândido do Pavão, datada de 13 de outubro de
1916, observa-se referências sobre a situação de perda de seu rebanho bovino,
ora localizado em suas terras em Aurora. Segue trecho do lançamento:
“... A paz de Deus o guarde e família. Tendo precisão de fazer minha criação de gado e animais nesta propriedade que comprei aos padres de S. Bento, mandei lá José Xavier e o meu vaqueiro e disseram-me eles que o lugar que presta é o Pavão. Havia passado procuração bastante ao Sr. José Xavier para tratar de qualquer negócio com qualquer um que estivesse no lugar mais apropriado, e resolver, como fosse justo. O Pavão foi o melhor que acharam. Portanto, não estranhe em exigir para estabelecer-me que boto aí, eu perco o resto da criação que está mal colocada. Portanto, lhe aviso que não posso mais arrendar aí, e em janeiro mandarei o José e o vaqueiro para aí. A respeito de sua casa, cercados, indenizo por preço razoável. Eu lhe digo com pena porque lhe desejo a si e a todos todo bem que posso desejar, porém não tenho outro lugar que se preste para a criação que já estou perdendo. É muito melhor que compre uma propriedade onde firme seus trabalhos e deixe sua família colocada em propriedade sua. Reflita bem que verá que é mais justo e melhor. De seu amigo e compadre P. Cícero Romão Batista”.
Participante no famoso episódio do "Pacto dos Coronéis",
representando o município de Aurora, Cândido atuou de forma ativa na truculenta
briga pelo litígio do poder no Cariri, figurando em diversas cenas do
coronelismo regional, como na "Questão do Coxá", Ataque de 8 em
Aurora, Morte de Isaías Arruda, entre outros. Veio a falecer aos 24 de julho de
1936.
Fonte: facebook
Página: João
Tavares Calixto Jùnior
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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