Seguidores

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

ESTADÃO, de 14/06/2002

Acervo do pesquisador Antonio Corrêa Sobrinho
Foto do Jornal ilustrativa da matéria.

Trago, nesta página do ESTADÃO, de 14/06/2002, a reportagem abaixo, como homenagem a ANTÔNIO AMAURY CORRÊA DE ARAÚJO, sem dúvida nenhuma, um dos mais destacados pesquisadores do banditismo nordestino dos tempos de Lampião, em todos os tempos, e aquele que mais interagiu com ex-cangaceiros e pessoas outras diretamente ligadas ao referido fenômeno.

PESQUISADOR TRILHA CAMINHOS DOS BANDOLEIROS

Araújo já fez 41 viagens ao Nordeste para tentar recompor a história de Lampião e de seu bando

O interesse do adolescente, que não encontrou explicação suficiente para sua curiosidade, se tornou obsessão. Nos últimos 53 anos, Antônio Amaury Corrêa de Araújo fez 41 viagens ao Nordeste brasileiro. A última foi no mês passado, quando ficou mais de 30 dias revisitando locais por onde o bando de Lampião passou. As próximas paradas estão agendadas para julho e outubro.

Apesar dos muitos anos de pesquisa, Araújo nunca teve a pretensão de se tornar um especialista. “Sempre gostei muito de história e procurei entender mais sobre o cangaço por satisfação pessoal. Só percebi o tamanho do meu conhecimento quando as pessoas começaram a me procurar para falar sobre o assunto.”

Em 1959, no início da carreira de dentista, trabalhou no Sindicato de Construção Civil. O fim do cangaço havia trazido muitos nordestinos e foi entre os pacientes que Amaury conheceu mais de sete cangaceiros. “Havia 20 anos que Lampião havia morrido, que o cangaço e o ganha-pão deste povo havia acabado. Por isso, muitos vieram para São Paulo”, explica.

O primeiro encontro marcante, no entanto, ocorreu em 1968 quando foi ao Nordeste para conhecer Sérgia Gomes da Silva, a Dadá. Queria que ela me acompanhasse em uma viagem e acabei trazendo-a para são Paulo. A personagem transformou-se em grande amiga e morou mais de um ano na casa de Araújo. Foi ele também que conseguiu uma prótese para Dadá, que perdeu a perna direita em sua última batalha, em 1940, quando o companheiro Corisco morreu.

União – Em 1969, o irmão de Lampião, João Ferreira, também veio para a cidade passar alguns meses na casa de Araújo. “Foi uma felicidade imensa poder hospedar pessoas tão importantes. Uma oportunidade que a maioria dos pesquisadores não teve”, diz. Os laços com Mocinha e os dois filhos continuam estreitos. “Eles me têm como da família.”

Recentemente, ele fundou a União Nacional de Estudos Históricos e Sociais, que conta com 60 associados. Na maioria, há interessados na história nacional. Muitos acompanham o pesquisador em viagens pelo interior do País. Muitas vezes, Araújo também promove reuniões em casa. “Trocamos ideias, e às vezes, convido alguns cangaceiros para participar.” (R.G.)

Fonte: facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário