A Editora
Massangana da Fundação Joaquim Nabuco prepara para o dia 18 de agosto, a partir
das 18 horas, na sala Calouste Gulbenkian, em Casa Forte, o evento Cultura
Pernambucana: Retrato Vivo da Nossa História, com o lançamento coletivo de
cinco importantes títulos que se somam ao acervo da Fundaj e enriquecem a
cultura de Pernambuco. Entrada franca.
Entre estes: O
Cangaço: poder e cultura política no tempo de Lampião é resultado de uma
tese de doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro e o objeto de
estudo são as relações de poder e cultura política do ciclo do cangaço, cujo
chefe mais expressivo foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.
A análise
busca explicitar as singularidades deste tipo de cangaço, comparativamente a
outras formas já existentes desde a segunda metade do século XIX. O livro
revela a complexa trajetória desse personagem pelo conjunto de valores,
atitudes, normas e crenças nos sertões nordestinos, no correr das décadas de
1920 e 1930.
No auge da
fama, Lampião inovou ao permitir o ingresso de mulheres nos bandos.
Diferenciou-se ao expandir seu território de mando, arregimentando maior número
de cangaceiros. Lampião foi único na maneira com que praticou a violência,
acusado de flagelo e terror dos sertões. Um sujeito proscrito, porém articulado
com instâncias oficiais do poder. Agia nos sertões em proveito próprio e
distribuía alguma forma de justiça quando era do seu interesse pessoal.
A História
sempre surpreende. Após um aprendizado de décadas de novas abordagens e
perspectivas, os historiadores sabem que um tema nunca se esgota por completo.
O cangaço é um tema inesgotável. Haverá sempre formas novas de abordar,
criativamente, as opções destes sujeitos complexos, que possam superar as
análises definitivas que os qualificam unicamente como “bandidos rurais”,
“fanáticos facinorosos”, “criminosos implacáveis”. Porém eram tudo isso e mais
um pouco: eram sujeitos ativos de uma cultura desigual e violenta, que
decidiram resolver seus conflitos utilizando os mesmos meios que o Estado e
seus prepostos utilizavam, sem dó nem piedade, sem arrependimento, sem culpa. O
livro de Marcos Edilson de Araújo Clemente é um trabalho de reflexão crítica e
de referência obrigatória.
Na ocasião, os
autores/organizadores farão apresentação das obras e haverá uma palestra sobre
a cultura pernambucana e show com o músico e pesquisador Silvério Pessoa.
Confira abaixo as resenhas dos lançamentos.
Prof. Dr.
Marcos Edilson de Araújo Clemente
O Autor
Marcos Edílson
de Araújo Clemente, natural de Paulo Afonso, sertão da Bahia, é sócio da
Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, mestre em História Social do
Trabalho pela Unicamp, doutor em História pela UFRJ.
Durante anos
atua como professor na Universidade Federal do Tocantins e integra o corpo
docente do Programa de Mestrado Profissionalizante em Ensino de História. Autor
de vários artigos e do livro Lampiões Acesos: o Cangaço na Memória Coletiva,
lançado em 2009.
https://tokdehistoria.com.br/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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