Domingos
Ailton Ribeiro de Carvalho nasceu no dia 24 de maio de 1970 em Jequié, interior
da Bahia, filho de Antelírio Bispo de Carvalho e Helena Ribeiro de Novaes.
Aos seis anos
de idade escreveu seu primeiro conto Pedro Januário de Freitas (inédito), uma
narrativa baseada na história de vida de um alagoano que viveu em tribo
indígena em Palmeiras dos Índios, conviveu com Lampião e Pe. Cícero e veio para
Jequié, tornando-se trabalhador rural do seu pai, Antelírio Bispo de Carvalho,
que registrou o sertanejo com este nome Pedro Januário de Freitas, uma vez que
o alagoano só tinha apena o nome de Pedro.
As histórias
contadas por Pedro Januário de Freitas para o menino Domingos ou Dominguinhos e
Ito (apelidos também como é conhecido) influenciaram a literatura regionalista
de Domingos Ailton.
Participante
ativo da Comunidade de São Francisco, do Grupo de Jovens Jocase ( Jovens a
Caminho do Senhor) da Paróquia de Nossa Senhora das Graças e da Pastoral da
Juventude Diocesana, sob a orientação espiritual e liderança do Pe. Jesus
Villacê, Domingos Ailton logo cedo teve uma formação católica e adquiriu uma
consciência política, fatos que também influenciaram sua militância política e
a produção literária engajada, parte da obra artística do escritor.
Aos 12 anos de
idade Dominguinhos fazia discursos nos palanques da oposição ao regime militar,
representada na época pelo PMDB, e, aos 13 anos ingressou no Partido Comunista
do Brasil ( PC do B) ainda na clandestinidade, utilizando pseudônimo e
participando de reuniões secretas do Partido, em decorrência do período de
ditadura que ainda vivia aqueles primeiros anos da década de 80.
Em 1983 também
ingressou no movimento estudantil na condição de secretário de Cultura do
Centro dos Estudantes Universitários e Secundaristas de Jequié (CEUSJE), onde
participou das lutas que conquistaram a Casa do Estudante de Jequié em Salvador
e a meia-passagem no transporte coletivo para os estudantes jequieenses. Já em
1985 assumiu a presidência do CEUSJE e em 1986 foi eleito o primeiro presidente
do Grêmio Estudantil Dinaelza Coqueiro, do Instituto de Educação Régis Pacheco
(IERP) após a ditadura militar.
Em 1984 foi o
mais jovem ator participante da encenação teatral “Retrospectiva”, resultado do
curso de teatro “Chapéu de Palha”, da Fundação Cultural do Estado da Bahia e de
uma pesquisa sobre a história de Jequié. Nesse período, influenciado pelo
teatro começa a pesquisar fatos da memória jequieense e torna-se um dos
fundadores do Grupo de Teatro Roda Viva. Em 1985 participa do pela primeira vez
de um congresso da União Brasileira de Estudantes Secundaristas.
Em 1986
participa da fundação em Jequié da União da Juventude Socialista (UJS) e
torna-se free-lance do jornal Tribuna da Bahia. No ano seguinte publica o seu
primeiro conto, Pura, uma história de amor que ocorre entre a festa de Nossa
Senhora das Graças e o Reisado em Jequié. Em 1987 começa a trabalhar como
repórter do Jornal O Rascunho.
No ano de 1989
organiza um debate sobre a degradação do Rio das Contas e funda o Grupo
Ecológico Rio das Contas – GERC e passa a trabalhar como repórter do Jornal
Sudoeste.
É aprovado no
vestibular para o curso de Letras da UESB – Campus de Jequié, em 1991, e neste
mesmo ano já começa a desenvolver uma produção científica com o documentário O
Latim na Religiosidade Popular e a comunicação oral O cordel sumiu da Feira e
participa pela primeira vez de uma Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência – SBPC e do congresso da União Nacional dos Estudantes –
UNE. Ainda em 1991 publica o seu primeiro romance, O Fogo do Povo, que tem como
tema a origem das festas juninas no nordeste brasileiro e passa a trabalhar
como digitador no Juizado de Pequenas Causas.
Em 1992 produz
e dirige o documentário Rio das Contas: potencialidade e poluição, que foi
lançado na Eco-92, onde Domingos Ailton participou ativamente como
documentarista, jornalista e ambientalista e tem alguns dos poemas de sua
autoria publicados pela coletânea Jequié Poesia e Prosa. No ano de 1992 são
realizadas as filmagens do documentário idealizado e escrito por Domingos
Ailton e produzido pela UESB, intitulado Lapa: a fé do Sertão, que é lançado no
ano seguinte. Ainda em 1992 participa ativamente das comemorações dos 80 anos
do escritor Jorge Amado e é escolhido para falar em nome dos alunos do curso de
Letras da Uesb – Campus em saudação ao autor de Gabriela, Cravo e Canela,
quando o escritor recebe o título de Doutor Honoris Causa concedido pela Uesb.
Na ocasião presenteia Jorge Amado com o livro O Fogo do Povo. Dias depois o
escritor Jorge Amado lhe envia de presente o romance Jubiabá.
Participa do
primeiro projeto de educação ambiental da região Sudoeste, Educação para a
Vida, lançado em 1993, em parceria entre o GERC e a UESB.
Em 1994 cria e
torna-se editor do jornal O Ecológico, que divulga ações do GERC e temáticas
ambientais.
Idealiza e torna-se bolsista do Projeto Memória Popular da História de Jequié em 1995.
No ano de 1996
torna-se editor do jornal Gazeta do Sudoeste e percorre várias localidades da
cidade e do interior de Jequié e de municípios baianos como Maracás, Ituaçu
entrevistando personagens da cultura popular, que servem de base para
publicações de trabalhos em anais de congressos científicos e em livros de
conteúdo acadêmico e no ensaio Figuras Típicas e Religiosidade Popular de
Jequié.
Em 1997
participa da fundação da Academia de Letras de Jequié e eleito 2º
vice-presidente da entidade. É o mais jovem acadêmico entre os atuais nomes que
compõem a ALJ e um dos mais jovens do Brasil e do mundo a ingressar em uma
Academia de Letras. Poemas seus são publicados na coletânea Cem anos de Poesia
e Prosa (publicação da ALJ, 1997, em homenagem ao centenário de Jequié). Lança
o poema-cartaz Jequiti-Foi, durante as festividades do Centenário de Jequié.
Neste mesmo ano é lançado o documentário de sua autoria O Trezenário de Santo
Antônio e Domingos Ailton deixa o PC do B e ingressa no Partido Verde.
No ano de 1999
é aprovado para o Mestrado em Memória Social em Documento da Universidade do
Rio de Janeiro – UNIRIO em convênio com a UESB.
Em 2000
publica o artigo A Recuperação de Palavras da Língua Pataxó –hã-hã-hã 500 anos
Após a Chegada dos Portugueses nas Terras Indígenas, no livro Percursos da
Memória – Construções do Imaginário Nacional (lançado no Brasil e na Polônia).
Tradição dos Ternos de Reis é o título de outro artigo de Domingos Ailton publicado em 2001 no livro Fragmentos de Memória de Vitória da Conquista de Jequié e Região, ano em que defende a sua dissertação de Mestrado na UNIRIO, que tem como título Estratégias de Construção da Memória dos Ternos de Reis da Região de Jequié.
Em 2003
publica os artigos José de Sá Bittencourt, em Vultos Históricos (Revista da
Academia de Letras de Jequié) e Educação Além das Paredes da Escola na Revista
Mundo Jovem e ajuda fundar a Associação do Lago da Barragem da Pedra – ASCOBAPE
e passa a coordenar o projeto Borda da Mata.
Em 2004 é
encenada a peça teatral Agenda 21. Que Bicho é Este? De Domingos Ailton, que é
selecionado pelo Programa Circuladô da Fundação Cultural do Estado da Bahia,
cuja apresentação foi feita em 2005 na cidade de Porto Seguro.
Em 2005 lança
o livro Figuras Típicas e Religiosidade Popular de Jequié, um ensaio sobre
personagens da história cultural como tropeiros, vaqueiros e boiadeiros e a
respeito da crença popular de Jequié no I Encontro Nacional de Leitura e
Literatura Infanto -Juvenil.
Em 2006 o
Grupo Ecológico Rio das Contas – GERC é eleito para representar as entidades
ambientalistas do Nordeste brasileiro no Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA)e Domingos Ailton passa a ser membro titular desse conselho. Ainda em
2006, Domingos Ailton visita a Espanha e apresenta a comunicação O Reisado:
Face da miscigenação brasileira no 52ª Congresso Internacional de Americanistas
e passa a coordenar o Projeto Mãe da Mata: Proteção da Mata Atlântica através
do Ecoturismo.
Em 2007 lança
junto com seus alunos do curso de Letras da UNEB – Campus XXI o minidionário O
que a galera fala com palavras e expressões juvenis.
No ano de 2008, Domingos Ailton lança a revista Cotoxó, é aprovado em uma seleção para consultor e instrutor do Sebrae e casa com Daiane Andrade.
Participa da
Bienal do Livro em Salvador em 2009 onde lança Figuras Típicas e Religiosidade
Popular de Jequié e mantém contatos com vários intelectuais como Zuenir Ventura
e Moacyr Slicar e dar continuidade ao projeto editorial da Revista Cotoxó.
Em 2010
Domingos Ailton participa como roteirista, diretor, autor do texto e co-editor
do documentário O Candomblé na Cidade de Jequié e conclui o romance Anésia
Cauaçu sobre a primeira mulher no sertão baiano de Jequié a ingressar no
cangaço, a vestir calças compridas e a montar de frente.
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