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terça-feira, 9 de maio de 2017

FÁBRICA DE VINHO TITO SILVA/ JOÃO PESSOA.

Por Jerdivan Nóbrega de Araújo

Fundada pelo jornalista Tito Henrique da Silva, em 1892, na cidade de João Pessoa, Paraíba, a Fábrica de Vinhos de Caju Tito Silva, era a mais antiga e a maior produtora nacional do vinho de caju, bebida bastante popular no Nordeste por um longo tempo. A fábrica, ao longo da sua história, ganhou diversos prêmios de reconhecimento pela qualidade dos seus produtos, dentre eles, um em Bruxelas, em 1911, e outro na Exposição do Centenário do Brasil em 1922, no Rio de Janeiro.


Na Tito Silva, o processo de produção do vinho de caju era bastante artesanal, a manufatura era caseira e somente a família trabalhava na linha de produção, sendo que, até 1917, seus únicos empregados eram a mulher e o filho. Somente a partir dos anos 1940, devido à importação de máquinas da Inglaterra e dos Estados Unidos, o processo deixou de ser artesanal, porém, preservando a forma tradicional de processamento. 


Nessa primeira metade do século XX, a fábrica chegou a produzir vinte toneladas diárias de vinho de caju, e o produto ganhou grande aceitação no mercado, e chegou a ser comercializado em várias regiões do país, e até mesmo na Alemanha e nos Estados Unidos. A produção subiu ao seu índice máximo, e chegou a consumir de 25 a 30 toneladas de caju por dia. 


Antigamente encontrado nos arredores da fábrica, graças tanto ao aumento da produção quanto aos cortes de cajueiros para produção de carvão vegetal, as plantações desapareceram, e fizeram com que os proprietários recorressem às plantações de caju de outras cidades da Paraíba e do Rio Grande do Norte, aumentando os custos com a produção.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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