Nascida em 12
de janeiro de 1912 em Mossoró, filha de Maria Lima Rocha e João Lima Rocha,
Marieta Lima passou a sua infância na fazenda do Carmo. Onde foi criada na
histórica Casa Grande, a primeira casa de Mossoró construída pelos Carmelitas.
Frades que na época catequizaram os índios Monxorós.Seus primeiros traços
artísticos se manifestaram em carvão. Posteriormente, ao receber aulas no
Colégio das Freiras na década de 1920, aos 11 anos, teve aulas de piano. Por
ter as mãos pequenas, desistiu de tocar. As freiras perceberam habilidades
artísticas visuais e ela começou a desenhar com lápis de cera com a Irmã Inês.
Era chamada apenas no colégio de MARIA. Sua primeira obra foi aos 12 anos, em
1924, com o desenho de A Madona. Assinou como Maria Lima, como as freiras
determinaram. No final da década de 1930, começou a pintar óleo sobre tela
e restaurar imagens. Suas pinturas eram sacras e tendenciadas ao clássico
europeu. Seus principais temas eram a religiosidade e a natureza morta.
Casou-se em 1931, teve quatro filhos. Dois dedicaram-se. Na década de 1940
restaurava o teto das igrejas e logo após a segundo guerra mundial foi a
primeira mulher na cidade a usar macacão para conseguir exercer o ofício nas
artes. Por ser inovadora e solidária com o próximo, pertenceu às Damas de
Caridade. Distribuía alimentação e roupas para os mais carentes. A
experiência de estar mais próxima das comunidades e realizar muitas viagens
pelo interior do Rio Grande do Norte começou a focar sua arte com temas
regionais e de sua terra. Como a caatinga, o vaqueiro, o amanhecer e o
pôr-do-sol, os carnaubais e as mais variadas manifestações folclóricas da alma
nordestina começaram a ser contadas em suas telas. Já na década de 1950,
começou a lecionar na Escola Normal ensinando a cadeira de artes plásticas.
Para acrescentar a renda confeitava bolos, cortava cabelos, decorava festas
para a alta sociedade. Entre 60 e 70, participou ativamente da vida
política da cidade. No tempo das campanhas de Aluizio Alves foi uma das
senadoras. Já em suas artes, foram espalhadas por varias regiões do Brasil,
como São Paulo, Rio, Salvador, Pernambuco, entre outros Estados. Por ser
referência na cidade e por pintar a regionalidade, suas obras foram vendidas
para Holanda, Estados Unidos, Itália e Portugal. Em seu ateliê que funcionava
em sua residência, ensinou para Boulier e Varela. Entre as suas obras
estão: A Sagrada Família, A Menina na Janela, O Vaqueiro, As Fofoqueiras, A
Sarça Ardente, O Menino da Esperança Esfarrapada, A Grande Queimada, O Preto
Velho, Os Carnaubais, As Caeiras, Lampião e Maria Bonita. Entre 1980 e 1990,
inovou ao usar cores fluorescentes e tintas em relevo em suas telas. Mesmo
tendo perdido uma de suas visões, continuou pintando. No decorrer de 2000
recebeu homenagens como uma sala de artes com seu nome na Estação de Artes e
Biblioteca Pública de Mossoró. No ano de 2008 foi considerada imortal pela
academia de letras e artes plásticas de sua cidade.A maioria das obras de
Marieta Lima não se sabe ao certo quem ainda as possui. Sabe-se que parte delas
encontra-se nos principais Órgãos públicos do Estado do Rio Grande do Norte,
famílias tradicionais e com seus familiares.
FONTE; JORNAL
DE FATO, EDIÇÃO DO DIA 8 DE JANEIRO DE 2012 (DOM)
http://jullyetth-artistasplasticos.blogspot.com.br/2012/01/marieta-lima-1-mulher-de-mossoro-usar.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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