Por Geraldo Junior
Lampião já informado por coiteiros sobre aproximação da tropa se antecipa e planeja o ataque mortal aos desprevenidos soldados.
A soldadesca que despreocupadamente descansava em torno da lagoa não se atentou a aproximação inimiga, enquanto fazendo uso de chocalhos os cangaceiros tomavam posição e se preparavam para disparar suas armas contra a tropa. Por acreditar que os sons emanados pelos chocalhos eram provenientes de animais que se aproximavam para beber água na lagoa, os soldados ignoraram os tilintares dos chocalhos e permaneceram completamente descontraídos sem se darem conta do perigo que se aproximava.
Lampião se aproveitando do relaxamento, inexperiência e despreparo dos soldados dá a ordem para o ataque e em segundos tem início uma intensa e mortal fuzilaria contra a Força baiana.
Sem chances de defesa vários soldados caem mortalmente feridos e a carnificina não foi ainda maior graças à ação rápida e inteligente por parte do Tenente Arsênio, que mesmo diante de toda a adversidade do momento, consegue lançar mão de uma metralhadora Hotchkiss que conduzia e consegue dispará-la em direção aos cangaceiros, que surpresos diante da novidade bélica se afugentam, dando tempo para uma fuga desordenada por parte do restante dos soldados sobreviventes. A vitória de Lampião teria sido completa caso Ezequiel Ferreira, seu irmão caçula, não tivesse sido atingido mortalmente pelas balas disparadas pela metralhadora manuseada pelo Tenente. A morte de Ezequiel foi a terceira e a última entre seus irmãos que optaram pela vida da canga.
Um dos soldados que escapou do ataque cangaceiro consegue chegar a um povoado próximo chamado Nambebé, onde deu ordens a um morador local chamado Antônio Curvina para conduzi-lo até o povoado Curral dos Bois, atual Glória/BA, onde permaneceria em segurança. Um garoto da localidade também seguiu com a dupla.
Durante o trajeto o Soldado que se encontrava bastante cansado entrega seu chapéu e os bornais para Antônio Curvina conduzir. Mais adiante o grupo é emboscado pelos cangaceiros e Antônio Curvina, por estar com os aparatos do soldado, recebe uma intensa descarga de tiros, caindo morto no local. O garoto que acompanhava o grupo se esconde atrás de uma árvore e consegue escapar.
Cruz que marca o local da morte do coiteiro Antônio Curvina. |
O Soldado desesperado foge e chega à casa de dona Francelina irmã da cangaceira Lídia companheira do cangaceiro Zé Baiano, no povoado Salgadinho, onde temendo por sua vida permanece escondido e se recusa a se retirar. Em seguida moradores locais, entre eles Manú irmão de Lídia, amarram o soldado e começam a interrogá-lo. Nesse ínterim chega um jovem local conhecido como Lino de Zezé que resolve amarrar o soldado a um burro e o conduz para o sopé da Serra do Padre, onde embaixo de umbuzeiro friamente executa o agente da lei com vários tiros. O corpo do soldado foi enterrado por paisanos no mesmo local da execução.
Após eliminar o soldado, Lino de Zezé se apresenta a Lampião e solicita ingresso no bando. Ao tomar conhecimento da história, Lampião aceita Lino em seu bando. Surgia no cangaço o temível e cruel cangaceiro Pancada.
Obs: Entre os homens que amarraram o soldado estavam os "paisanos" Nico, Né, João Garrafinha e Manú irmão de Lídia.
Fotos: Sandro Lee (Paulo Afonso/BA)
Texto: Geraldo Antônio de Souza Júnior
Local onde foi enterrado o soldado morto por Lino de Zezé "Pancada". |
Local onde foi enterrado o soldado morto por Lino de Zezé "Pancada". |
Após eliminar o soldado, Lino de Zezé se apresenta a Lampião e solicita ingresso no bando. Ao tomar conhecimento da história, Lampião aceita Lino em seu bando. Surgia no cangaço o temível e cruel cangaceiro Pancada.
Obs: Entre os homens que amarraram o soldado estavam os "paisanos" Nico, Né, João Garrafinha e Manú irmão de Lídia.
Fotos: Sandro Lee (Paulo Afonso/BA)
Texto: Geraldo Antônio de Souza Júnior
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