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Da
esquerda para a direita - o poeta Geraldo Majella Mello Mourão, o jornalista
Osvaldo Peralta, o advogado Tanus Jorge Bastani, Zuenir Ventura proprietário
desta foto, o psicanalista Hélio Pellegrino, o deputado federal João Herculino e
um PM não identificado. A identificação dos outros pertence ao Jornal De
Fato de Mossoró. Fonte da foto: https://www.google.com.br
Hélio
Pellegrino (Belo Horizonte, 5 de
janeiro de 1924 — Rio de Janeiro, 23 de
março de 1988)[1] foi
um psicanalista, escritor e poeta brasileiro,
célebre por sua militância de esquerda e
por sua amizade com os também escritores Fernando
Sabino, Paulo Mendes Campos, Otto
Lara Resende e Nélson Rodrigues. Foi o segundo marido da
escritora Lya
Luft.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Nasceu
em Belo Horizonte, no dia 5 de
janeiro de 1924, filho de Brás Pellegrino, médico, e Assunta Magaldi,
nascida no Sul da Itália. Em 1928 conheceu Fernando
Sabino, seu colega de jardim de infância, de quem se tornaria amigo
por toda a vida. Começou a escrever seus poemas em 1939. Um ano depois
estreitou sua amizade com Paulo Mendes Campos, Otto
Lara Resende e Fernando Sabino, formando o grupo que veio a ficar
conhecido como "Os quatro mineiros".[carece de fontes] Publica,
pela primeira vez, um poema no jornal O Diário.
Em 1942 ingressou
na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte.
"Deixai-o", considerado seu primeiro poema significativo, foi
publicado naquele ano na revista católica A Ordem. Um
ano depois decidiu-se pela área da medicina
psiquiátrica. Ainda nesse ano, viaja a São Paulo com Fernando Sabino, onde
conhece Mário de Andrade, com quem inicia uma troca de
correspondência que duraria até a morte de Mário, em fevereiro de 1945.
Em 1944,
com Wilson Figueiredo, Simão Viana da Cunha Pereira, Otto
Lara Resende, Francisco Iglésias e Darcy
Ribeiro, editou o combativo jornal clandestino Liberdade. Foi um dos
fundadores da União
Democrática Nacional (UDN). Participou do Primeiro Congresso de
Escritores, realizado no Teatro Municipal de São Paulo em
1945, e colaborou regularmente no suplemento literário do periódico O Jornal, no
Rio de Janeiro. Após concorrer, pela UDN, ao cargo de deputado federal,
em 1946 se
desligou do partido e fundou a Esquerda Democrática, ligada ao Partido
Socialista Brasileiro. Conhece, no Rio de Janeiro, Mário
Pedrosa, o responsável, anos mais tarde, por sua presença na fundação
do Partido dos Trabalhadores (PT).
Iniciou a prática psiquiátrica em 1947 no Raul
Soares, manicômio de Belo
Horizonte, estado de Minas Gerais. Capitaneiou uma iniciativa editorial, a
revista Nenhum,
que teve um único exemplar, e publicou, pelo grupo literário Edifício,
formado por Wilson Figueiredo, Autran
Dourado e Sábato
Magaldi, um livreto com dois poemas: "Poema do príncipe exilado"
e "Deixe que eu te ame".
Em 11
de dezembro de 1948 casou-se com Maria Urbana Pentagna Guimarães, com quem
permaneceria casado por quarenta anos e teria sete filhos. No ano seguinte nasceu
Maria Clara Guimarães Pellegrino, a sua primeira filha. A mais famosa filha, a
atriz e professora de teatro Dora
Pellegrino, nasceu em 1960, no Dia Internacional da Mulher.
Em 1952 mudou-se com
a família para o Rio de Janeiro, onde iniciou a análise didática com Iracy Doyle e trabalhou
como redator no
jornal O
Globo. Em 1953 colaborou
no semanário 2Flan, onde conhece o escritor Nelson
Rodrigues, outra das grandes amizades de sua vida. Abriu um consultório
psicanalítico com Hélio Tolipan e Ivan Ribeiro e, com a morte de Iracy Doyle,
reinicia o processo de análise didática, agora com Catarina Kemper, com o
propósito de tornar-se psicanalista, o que ocorre em 1963.
Nesta época, o
apartamento de Hélio Pellegrino, no Jardim Botânico, se tornou ponto
de encontro de intelectuais e artistas. Fernando
Sabino lançou O Encontro Marcado, romance no
qual o médico Mauro Lombardi é inspirado em Hélio.
Em 1964 Hélio
Pellegrino sofreu uma isquemia coronária, da qual
se recuperou. Trabalhou de 1966 até fins de 1968, no jornal Correio da Manhã. Em congresso na cidade de Santiago
do Chile, apresentou sua tese "O pacto edípico e o pacto social",
de grande repercussão no meio psicanalítico.
Em 1968, com o
endurecimento da ditadura militar no Brasil, passou a
participar da política e tornou-se respeitado por estudantes e
líderes da movimentação política libertária desses anos, sendo visto por alguns
como porta-voz dos intelectuais.[carece de fontes] Discursa
na "Passeata dos Cem Mil", e participa
da Comissão dos Cem Mil.
Em 1969, mesmo
ano em que perdeu seu pai, foi preso e por dois meses — sendo mantido primeiro
no Regimento Caetano de
Farias e, posteriormente, no Primeiro Batalhão de
Guerra - sob a acusação de líder comunista.
Em 1970 sofreu
um enfarte no miocárdio.
No ano seguinte, já recuperado, surge, a partir de conversas com Catarina Kemper, a ideia
da Clínica Social de
Psicanálise. Visando sua realização, coordenou, na Faculdade Cândido Mendes os
chamados "Encontros Psicodinâmicos". Em 1973 inaugurou
com um grupo de psicanalistas a Clínica Social de Psicanálise, instituição pioneira
de atendimento gratuito que visava a integração entre psicanálise e sociedade.
Casou-se
em 1974 com
a física Sarah
de Castro Barbosa, com quem ficará por sete anos. Em 1978 assumiu por
quatro anos, com João Batista Ferreira e Jochen Kemper, a direção da
Clínica Social, onde desenvolveu um trabalho de integração entre a clínica e a
comunidade da favela do Morro dos Cabritos.
Publicou o
ensaio "A dialética da tortura: direito versus direita", e iniciou
colaboração, por dois anos, em O Pasquim.
Em 1979 escreveu,
por cinco meses, para o Jornal da República.
Na década
de 1980 aderiu, com Mário
Pedrosa, Lula, Plínio de Arruda Sampaio, Antonio Candido, Apolônio de Carvalho e Sérgio Buarque de Hollanda, entre outros
intelectuais, ao manifesto de fundação do Partido dos Trabalhadores, o PT. Naquele
ano, nos nos auditórios da PUC-Rio, durante o seminário “A psicanálise e sua inserção no
modelo capitalista", teve a crise de Hélio Pellegrino e Eduardo Mascarenhas com a Sociedade
Psicanalítica do Rio de Janeiro. Motivada pela denúncia do apoliticismo da instituição e
pelo fato de ela ter, entre seus quadros de candidatos a analistas didatas
o médico e
revelado torturador Amílcar
Lobo. Tal crise se estende por dois anos, e culminou com a expulsão de
Mascarenhas e Pellegrino, reintegrados somente por decreto judicial.
No ano
seguinte formou, com Carlos Alberto Barreto,
um núcleo antiburocrático do PT, o Clube Mário Pedrosa, frequentado por
diversos intelectuais e artistas. Retomou seu casamento com Maria Urbana, e
lançou, em parceria com Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Fernando
Sabino o disco-recital Os 4 mineiros.
Em 1982 iniciou
colaboração por três anos e meio com o jornal Folha
de S.Paulo, e no ano seguinte integrou a Comissão Teotônio Vilela
Para as Prisões, do grupo Tortura Nunca Mais.
Em 1984 passou a
escrever quinzenalmente no Jornal
do Brasil. Juntamente com Frei Betto e Fábio Lacombe, criou o
"MIRE, Mística e Revolução", grupo de estudos e orações. Conheceu a
escritora Lya
Luft, com quem se casaria nove meses mais tarde.
Na madrugada
de 23 de março de 1988 Hélio
Pellegrino morreu, vítima do problemas cardíacos. Ainda neste mesmo ano a Editora
Rocco lançou a coletânea de artigos A Burrice do demônio, uma seleção
de suas colaborações na imprensa.
Obras
publicadas postumamente[editar | editar código-fonte]
Em 1992 a família
Pellegrino doou o arquivo do escritor para a Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro.
Um ano depois
foi publicada sua seleção de poemas Minérios domados, pela Editora
Rocco, organizada por Humberto Werneck.
Em 1998 a
coleção Perfis do Rio, da Editora Relume Dumará,
lançou Hélio Pellegrino, a paixão indignada, de Paulo Roberto Pires.
Em 2003 a Editora
Planeta publicou o livro Meditação de Natal, com texto de Hélio,
e em 2004 a Editora Bem-Te-Vi publicou Arquivinho
de Hélio Pellegrino e a editora Planeta Lucidez Embriagada, com
organização de Antônia Pellegrino, neta do autor.
https://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9lio_Pellegrino
http://bogdomendesemendes.blogspot.com
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