Paulo Sérgio
de Macedo, mais conhecido como Paulo Sérgio (Alegre, 10 de
março de 1944 – São Paulo, 29 de
julho de 1980),
foi um cantor e compositor brasileiro.
O cantor e
compositor capixaba iniciou sua carreira em 1968, no Rio de Janeiro, lançando um compacto com o
sucesso Última Canção. O disco obteve sucesso imediato e vendeu 60 mil
cópias em apenas três semanas, transformando seu intérprete num fenômeno de
vendas. A despeito da curta carreira, Paulo Sérgio lançou treze discos e
algumas coletâneas, obtendo uma vendagem superior a 10 milhões de cópias, em
apenas 13 anos de carreira.[1] Paulo
Sérgio foi um cantor que nunca conheceu o fracasso e não teve fase de
decadência. [2] Ele
teve uma morte prematura,
aos 36 anos, em decorrência de um derrame
cerebral.
Primeiro filho
do alfaiate Carlos
Beath de Macedo e de Hilda Paula de Macedo, Paulo Sérgio, se não tivesse
manifestado desde cedo o intento de tornar-se músico profissional, talvez teria
se realizado como alfaiate, haja vista que aos dez anos frequentava a
alfaiataria do pai, aprendendo os primeiros segredos da agulha e da tesoura.
Porém, a veia artística já se desenhava cedo. Aos seis anos de idade, quando em
sua cidade natal Alegre-ES, apareceram as caravanas de artistas de emissoras de
rádio do Rio de Janeiro, Paulo Sérgio participou, ao
fim do espetáculo, de um mini-concurso de calouros. Foi escolhido o melhor
dentre vários concorrentes, passando a ser requisitado como atração especial em
todas as festinhas da pequena Alegre.
Ao chegar no
Rio de Janeiro, para onde a família se mudara em meados dos anos
50, a trajetória do menino Paulo ganhou uma nova conotação. Estudou
no Colégio Pedro II e morava em Brás
de Pina, na zona norte carioca, quando terminou o ginásio. Aos 15 anos, foi
trabalhar em uma loja no bairro de Bonsucesso.
Coincidência ou não, era uma loja de discos e eletrodomésticos, chamada “Casas
Rei da Voz”. Como tocava bem violão, logo os amigos o incentivaram e Paulo
Sérgio começou a mostrar suas composições.
Os anos
60 sacudiam a juventude e Paulo Sérgio fez seu batismo no
programa Hoje é Dia de Rock, comandado por Jair de Taumaturgo, o mais badalado entre os
jovens do Rio. Posteriormente, passaria ainda por muitos outros programas de
calouros, como o Clube do Rock, do compositor Rossini
Pinto, onde muitos outros ídolos que iriam formar o pessoal da Jovem
Guarda se apresentaram. Em 1966, no filme Na Onda do Iê-iê-iê, Paulo Sérgio aparece como
calouro do apresentador Chacrinha, cantando a canção Sentimental Demais,
de Jair
Amorim e Evaldo Gouveia.
Em 1967, uma nova e
grande oportunidade de Paulo Sérgio surgiu, quando um amigo seu foi convidado para
realizar testes na gravadora Caravelle, do empresário Renato Gaetani. Paulo,
então, prontificou-se a acompanhar o amigo ao violão, que infelizmente não teve
sorte. Porém, durante o teste, Alvaro Menezes, integrante do conjunto Os
Selvagens e que era responsável por descobrir novos talentos da Jovem Guarda
para a Caravelle, constatou que Paulo Sérgio também cantava e manifestou
interesse em ouvir algumas de suas composições.
Alvaro
assegurou a Renato Gaetani, seu tio, que Paulo Sérgio seria sucesso absoluto e
assim, um contrato foi prontamente assinado. Mas o sucesso veio mesmo antes de
gravar. Alvaro o levou várias vezes ao programa Haroldo de Andrade na TV
Excelsior e o auditório vinha a baixo ao ouvi-lo cantar
"Benzinho" que ainda nem havia sido gravada.
Paulo Sérgio
tornou-se muito amigo de Alvaro a quem pedia conselhos sobre os mais diversos
assuntos, até mesmo sobre a compra de seus dois primeiros carrões, um Mustang e
um Cadillac presidencial.
Na época, o motorista de Paulo Sérgio era Tony
Damito, o qual tempos depois, também gravou um disco com a ajuda de Paulo
Sérgio e Alvaro.
Após alguns
dias, Paulo Sérgio gravou um compacto
simples, que continha as músicas Benzinho e Lagartinha.
Entretanto, a sua afirmação definitiva deu-se com o lançamento, em 1968, do primeiro
disco, denominado Paulo Sérgio - Volume 01, que, alavancado pelo grande
sucesso Última Canção, vendeu mais de 300.000 cópias. Paralelo ao sucesso
meteórico de Paulo Sérgio, surgiu a acusação de que ele era um imitador do
cantor Roberto Carlos, então ídolo inconteste da juventude,
dada a semelhança do seu timbre vocal. Como contrapartida, naquele mesmo ano
Roberto Carlos lançaria o álbum O
Inimitável. Ainda em 1968, Paulo Sérgio se defende sobre as acusações de
mero imitador e, em entrevista ao radialista Antônio Aguillar, admite ser fã de
Roberto, que estava somente buscando seu lugar no cenário musical brasileiro e
que seu timbre de voz ser parecido com o de Roberto Carlos era uma simples
coincidência.
Já no final da
década de 1960, com o fim do movimento Jovem Guarda, foi contratado exclusivo
por Silvio Santos para integrar o elenco fixo de
cantores do extinto programa Os Galãs Cantam e Dançam. Apesar de nunca ter
pisado no palco do programa Jovem Guarda, chegou a se
apresentar com Roberto Carlos nos Galãs, pois Roberto, que na época não
era contratado por nenhuma emissora, também era convidado de Sílvio Santos.
Do sucesso
inicial advieram propostas para que Paulo Sérgio ingressasse numa grande gravadora.
Em 1972, este
assinaria um vultoso contrato com a Copacabana,
o qual, em razão das cifras envolvidas, foi considerado o maior acontecimento
artístico daquele ano. Por conta disso, muda-se definitivamente para São Paulo,
terra que ele adotou como sua. Pelo selo Beverly, Paulo Sérgio lançaria,
ao todo, oito álbuns.
No dia 4 de
março de 1972, Paulo Sérgio contraiu matrimônio com Raquel Teles
Eugênio de Macedo, a qual conhecera casual e sugestivamente num pequeno
acidente de trânsito. O casamento aconteceu secretamente, numa cerimônia
simples, em Castilho, pequena cidade do interior de São Paulo. Em 23 de maio de 1974, nascia Rodrigo,
que mais tarde usaria artisticamente o codinome de Paulo Sérgio Jr. Além de
Rodrigo, Paulo Sérgio tivera ainda duas filhas, Paula Mara e Jaqueline Lira,
fruto de relacionamentos anteriores. Em abril de
2011, a sua filha Paula Mara faleceu.
Últimos
momentos[editar | editar código-fonte]
Paulo Sérgio a partir do final do ano de 1979, praticamente se isolou da vida artística. Muda-se
para um sítio, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, e
começa a levar uma vida bem simples, criando galinhas, cultivando plantas e
passa a viver em contato mais direto com a natureza. Muito caseiro, convida
seus pais para virem morar juntos com ele em sua chácara. Inicialmente, os
mesmos aceitam sua proposta, mas dias depois, retornam ao Rio de Janeiro, onde
fixaram residência desde a saída do interior do Espírito Santo. Naquela mesma
época, o cantor declara que pensava em abandonar a carreira quando completasse
40 anos. Permanece quase um ano e meio sem gravar discos e, também, sem fazer
aparições públicas, uma vez que seu LP volume 12 foi lançado no início de 1979.
Até que, em maio de 1980, lança o volume 13 e alguns sucessos já começam a
figurar nas paradas de sucesso de todo Brasil.
No dia 27 de
julho de 1980, um domingo, Paulo Sérgio fez sua última apresentação na TV, no
programa do apresentador Bolinha, da Rede
Bandeirantes, onde cantou duas músicas que já eram sucesso do seu último
trabalho fonográfico: “O Que Mais Você Quer de Mim” e “Coroação”. Logo após
apresentar-se no Clube do Bolinha, nos arredores do
teatro onde aquele programa era veiculado, na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio,
envolveu-se num incidente que talvez tenha provocado sua morte.
Quando Paulo
saiu do auditório para pegar seu carro, um Camaro de
cor gelo estacionado próximo à Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, várias fãs o
cercaram. Queriam beijos, autógrafos, carinhos e fotografias. Uma delas,
agressivamente, começou a comentar fatos relacionados à vida íntima do cantor e
sua ex mulher, Raquel Telles Eugênio de Macedo, de quem era desquitado
desde 1978.
Para evitar
encrencas, os amigos trataram de afastá-la de Paulo, enquanto a moça garantia
que ainda tinha muito a dizer. Nervoso, Paulo Sérgio deu a partida em seu
carro, mas quando manobrou o veículo, foi atingido por uma pedrada no
para-brisa. Fora de si, ele desceu do automóvel e partiu em perseguição à moça,
que se refugiou no interior de um edifício, para onde o zelador não permitiu
que Paulo a seguisse. Furioso, o cantor avaliou os danos causados ao seu
veículo e aguardou vários minutos, na calçada, que a garota voltasse à rua.
Seu secretário
Luiz Mendes procurou acalmá-lo. Ele ainda teria de cumprir três apresentações,
antes que o domingo terminasse. Finalmente, o convenceram a esquecer o
incidente e sair dali. Rumaram para uma pizzaria em Moema. Paulo tentou fazer um lanche,
mas não conseguiu comer direito. Tinha muita dor de cabeça e nenhum apetite.
A primeira
apresentação foi no Grajaú. Quando terminou de cantar,
Paulo chamou seu secretário, pedindo a ele que encontrasse uma farmácia e
providenciasse comprimidos para sua dor de cabeça, que estava cada vez mais
violenta. Ingeriu dois de uma só vez e partiu para Itapecerica da Serra. Mas
conseguiu cantar apenas duas músicas. A cabeça latejava dolorosa e
implacavelmente e sua visão estava começando a ficar turva. Cambaleando, ele
voltou ao seu camarim. Foi levado até o micro-ônibus e
transportado para o Hospital Piratininga. De lá, enviaram-no para o Hospital São Paulo. Quando chegou a este último,
ele já estava em coma. O diagnóstico foi rápido e assustador: Paulo Sérgio
tivera um derrame cerebral.
Após as
primeiras providências clínicas, Paulo foi internado na UTI. Uma desesperada batalha pela sua
sobrevivência estava se iniciando. Amigos e parentes foram alertados. Apesar de
preocupados, todos, tanto familiares como fãs e equipe médica, estavam
confiantes até aquele momento, uma vez que o cantor era um homem forte e sadio.
Com esse perfil, acreditavam que não havia motivo para que se duvidasse de uma
possível recuperação.
No entanto,
mesmo com a equipe médica fazendo o possível, os esforços de nada adiantaram.
Na manhã de segunda-feira, 28 de
julho, os corredores do hospital já estavam repletos de pessoas que queriam
ver e saber alguma notícia sobre o estado de Paulo Sérgio. O otimismo já cedia
lugar a um certo desespero. Afora os familiares, ninguém mais naquele momento
tinha autorização para entrar na UTI, onde ele se encontrava.
As reações de
Paulo Sérgio continuavam desfavoráveis. O Dr. Pimenta, chefe da equipe que
incansavelmente tentava reabilitar o cantor, após exames minuciosos, revelou
aos familiares de Paulo que suas possibilidades de sobrevivência já eram
mínimas e, mesmo assim, a luta prosseguia. No hospital, a vigília permanecia
continua. Mais uma noite e o estado de saúde de Paulo Sérgio, ao invés de
melhorar, se agravou mais. Às 14 horas e trinta minutos de terça-feira, 29 de
julho, foi declarado que já não havia mais nenhuma possibilidade de reversão do
quadro clínico, de modo que e sua morte clínica definitiva passara a ser apenas
uma questão de tempo. Paulo Sérgio já estava praticamente sem vida e apenas os
aparelhos mantinham sua respiração e seus batimentos cardíacos. Às vinte horas
e trinta minutos, foi anunciado o fim de uma longa e dolorosa agonia. Apesar do
esforço feito para salvá-lo, Paulo Sérgio, aos 36 anos de idade, estava morto.
Durante a
madrugada e a manhã seguinte, o corpo do cantor ficou exposto para visitação no
velório do Cemitério de Vila Mariana, em São Paulo. Atendendo ao pedido dos
pais de Paulo Sérgio, foi sepultado no Rio de Janeiro. Na capital carioca, o
velório ocorreu no Cemitério do Caju. Entre cantores e artistas que
prestaram suas últimas homenagens, estavam presentes: Antônio
Marcos, Jerry Adriani, Agnaldo Timóteo, Zé Rodrix,
Edson Wander e Renato Aragão, um de seus maiores admiradores. O
cantor Roberto Carlos não pôde comparecer ao enterro, mas prestou sua homenagem
enviando uma enorme coroa de flores com os seguintes dizeres: “Meu coração está
em luto, pois morreu meu grande ídolo”. Às 16 horas do dia 30 de
julho (quarta-feira), o seu corpo baixou à sepultura ao som de seu
maior sucesso, “Última Canção”. Segundo alguns amigos de Paulo Sérgio, nos
últimos meses, o cantor dava sinais claros que algo não ia bem com sua saúde,
já que o artista vinha emagrecendo muito e sentindo fortes dores de cabeça,
sempre tratando os sintomas com analgésicos e não dando maior importância ao
fato. Para a gravadora Copacabana, declarou Clayton Lazzarini, diretor de
divulgação e um grande amigo de Paulo Sérgio, sua morte repentina representava
um prejuízo de mais de 10 milhões de dólares por ano a cada disco lançado, já
que o artista, juntamente com Benito di Paula, era o grande responsável pelo
faturamento da empresa. Só seu último LP, lançado dois meses antes de morrer,
já havia alcançado a marca de 100 mil cópias, uma excelente vendagem para os
padrões da época.
Em 1981, a então
gravadora Copacabana lançava o LP Volume 14. Tratava-se de 12 faixas inéditas
que Paulo Sérgio havia gravado durante os anos
1970 e não aproveitadas em trabalhos anteriores. Curiosamente, a faixa
que abre o disco chama-se O amor é cada vez maior, a última música gravada
por Paulo Sérgio duas semanas antes de sua morte. No final dos anos
1980, uma nova tecnologia permitiu juntar as vozes de Paulo Sérgio e de seu
filho, então com 12 anos. A canção escolhida foi “Quero Ver Você Feliz”, música
que Paulo gravou em 1975 em homenagem ao nascimento do filho. Na nova versão,
lançada em 1987,
o filho responde ao pai com novos versos, incluídos à letra original da canção.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_S%C3%A9rgio_(cantor)
http://blogodmendesemendes.bogspot.com
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