Clerisvaldo B. Chagas, 5 de fevereiro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.054

Conheci e fui amigo de Ferreirinha. Poeta, compositor, cantor tipo sertanejo, talento reconhecidamente versátil. Ferreirinha apresentava-se em muitos palanques de Alagoas, Bahia e Pernambuco. Além disso, era pescador e conhecia bem a flora, possuindo bom receituário para inúmeras doenças. Quando solicitado, cozinhava coletivamente para grupos religiosos e trabalhadores. Ferreirinha fez parte da AGRIPA – Associação Guardiões do Rio Ipanema – ocasião em que compôs o Hino dos Guardiões. Colega de Associação, eu o considerava o mais completo deles. Ferreirinha nunca alcançou um patamar de finanças compatível com o seu talento. Cercado de amigos e familiares, o poeta morreu vitimado por câncer, deixando muita comoção na cidade onde era quase uma lenda.
E sobre talentos populares, em Santana do Ipanema, resta o zabumbeiro conhecido por Mariá. Todos os forrozeiros da região o consideram como o melhor de todos. Mariá foi ou é gari e pelo visto não encontrou ainda a sua sorte grande igual ao anão convidado por Luiz Gonzaga para formar seu trio, ganhar dinheiro e fama pelo Brasil inteiro. Assim vamos resgatando valores que em sua terra ficam invisíveis em relação à recompensa e visíveis devido à necessidade da prestação de serviços. Impressionantes são os valores pagos aos de fora por qualquer munganga nos palanques.
Difícil é formular hipóteses sobre sorte, oportunidades, profecias... Mas talentosos e pobres filhos da terra continuam, sendo enxergados apenas na precisão.
Ê Brasil “véi” de meu Deus.
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