Por José Cícero da Silva - Aurora-CE
Há uns dois
anos atrás pude ver de perto numa participação que fizera na festa junina de
Santa Vitória o mais novo e talentoso sanfoneiro de Aurora e do Cariri, JUNINHO
DO ACORDEON(foto). Algo que me deixou simplesmente maravilhado.
E, neste último sábado, dia 4 de maio na festa de aniversário daquele distrito tive a felicidade de mais uma vez revê-lo sobre o palco fazendo o que gosta, isto é, empulhando junto ao peito juvenil mas com a coragem dos grandes, a sua sanfona. Fez bonito. Aquilo que poderia ter sido apenas uma participação especial se transformara de vez numa especial apresentação de peso. Vez que Juninho segurou o show com maestria, até que a outra atração assumisse o batente.
E o melhor: constatei que o mesmo evoluiu em todos os sentidos, sobremaneira
nos aspectos artísticos em especial na técnica com que manuseia o seu
instrumento sonoro. Como ainda, igualmente, na voz, no gingado e na beleza da
escolha do seu repertório. Um verdadeiro desfile dos grandes clássicos que
marcaram para sempre a história do forró de qualidade.
O menino do riacho do Bordão do Velho, é indubitavelmente, uma grande promessa
ao chamado forró verdadeiro e de raiz. Sobretudo agora em que o autêntico forró
de Luiz Gonzaga e tantos outros, estar a correr sério perigo diante da atual
avalanche de distorções e descompromissos de muitos(incluindo a mídia) com a
outrora boa música do Nordeste ante a invenção do descartável. Por isso, (para
os que acreditam) tenho certeza de que no campo da espiritualidade, onde quer
que eles estejam: Gonzagão, Dominguinhos, Sivuca, Lidu, Marinês, Noca do
Acordeon dentre outros monstros sagrados que fizeram história no forró
sertanejo hão de estar felizes e intercedendo junto aos deuses da arte da
criação para este novel tocador nativo do fértil e bucólico riacho do Bordão de
Velho possa progredir em defesa do verdadeiro forró nordestino. Porque sempre
foi assim. A arte como uma das ferramentas de Deus, de quando em vez sempre nos
pega de surpresa com o surgimento de grandes prodígios como forma de
fortalecer, reerguer e garantir a continuidade da arte do belo à cultura
humana.
Juninho do Acordeon, portanto, ao meu juízo, é um destes e assim há também de
ser verdadeiramente uma semente caída em solo fértil. Razão de que todos nós,
de uma forma ou de outra, temos a necessária obrigação de regá-la.
Grato por tudo isso, aqui mais uma vez o desejo longevidade, sucesso e perseverança em sua carreira musical que está por enquanto, apenas começando.
Parabéns!
- José Cícero.
Aurora -CE.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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