Antônio Renato
Aragão OMC (Sobral, 13 de
janeiro de 1935)[1] é
um ator, diretor, advogado, cineasta, produtor, comediante, dublador, humorista, escritor, roteirista, apresentador, empresário e cantor, famoso por
liderar a série televisiva Os
Trapalhões, nas décadas de 1970 e 1980.
É também conhecido como Didi,
seu principal personagem. Também é advogado,
formado pela Faculdade de Direito do Ceará da Universidade Federal do Ceará em 1961.[2]
Biografia
Nascido no
interior do Ceará aos treze dias de janeiro do ano de 1935, bacharel
em Direito e
filho do escritor sobralense Paulo Ximenes Aragão e Dinorá Lins.
Em 1955,
tornou-se oficial do Exército (segundo-tenente de infantaria),
formado pelo Centro dePreparação de Oficiais da
Reserva (CPOR). Ainda estudante de Direito, em 5 de
setembro de 1958, enquanto voltava de Recifepara Fortaleza,
Renato era um dos passageiros a bordo do avião Curtiss C-46 Commando, prefixo
PP-LDX, do Lóide Aéreo Nacional, que caiu na região do
Serrotão, próximo ao Aeroporto Presidente João Suassuna,
em Campina Grande (PB).[3] Ele
e um amigo sobreviveram ajudando outros sobreviventes até a chegada dos socorristas,
que abriram caminho na mata com facões para chegar ao local da queda. Renato e
o amigo andaram até uma cidade próxima onde souberam que haviam sido dados como
mortos, pelo rádio. A muito custo, conseguiram voltar para Fortaleza.[4] Anos
depois, formou-se em Direito, na Faculdade de Direito do Ceará,
em 1961.
Carreira
Renato Aragão
em cena do filme Bonga, o Vagabundo, de 1969.
Aos 24 anos,
inscreveu-se num concurso da TV Ceará para
trabalhar como "realizador" - uma espécie de diretor, redator e
produtor de programas. Ele venceu, demonstrando seu talento e em pouco tempo já
trabalhava como ator. O primeiro programa de televisão de que participou
foi Vídeo Alegre. Em 1964, Renato mudou-se para o Rio de Janeiro a fim de estudar
direção de programas e logo foi contratado pela TV Tupi de São Paulo para trabalhar no
humorístico A, E, I, O...URCA. A mudança para a TV
Excelsior em 1966, lhe proporcionou a oportunidade de criar um humorístico
próprio; nascia então Os Adoráveis Trapalhões, em que
contracenava com Wanderley Cardoso, Ivon Curi e Ted
Boy Marino.[5]
Apesar de ter
participado de muitos outros programas humorísticos, Aragão nunca se esqueceria
da fórmula utilizada em Adoráveis Trapalhões, e finalmente conseguiria consagrá-la
em 1974, ao
estrear Os Trapalhões, já regresso à TV Tupi, ao lado
de Dedé Santana, Mussum e Zacarias). Renato Aragão atuou em diversos
filmes, tendo alguns recebido premiações estrangeiras, como Os Vagabundos Trapalhões e O Cangaceiro Trapalhão, no Festival
Internacional de Cinema para a Infância e Juventude (Portugal),
em 1984,
e Os Trapalhões e a Árvore da
Juventude, no III Festival de Cine Infantil de Ciudad Guayana (Venezuela),
em 1993. Entre
outras grandes personalidades, Renato Aragão atuou com Pelé em 1986 no
filme Os Trapalhões e o Rei do Futebol,
quando gravou cenas em um Maracanã lotado antes de uma partida de
seu clube de coração, o Vasco da Gama. Fundou, em 1977, a Renato Aragão Produções Artísticas Ltda.,
responsável pela produção de filmes, programas de televisão, vídeos e shows,
dentre outros. Recebeu, em 1980, o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e, em 1982, o título de
Personalidade Ilustre do Estado do Rio de Janeiro, ambos concedidos pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Em 1991,
tornou-se representante especial do UNICEF e
embaixador do mesmo órgão, em prol da infância brasileira.
Foi condecorado chanceler da Ordem do Rio Branco, título concedido
pelo Ministério das Relações
Exteriores (MRE), em 1994. Nesse mesmo ano, foi agraciado com a admissão na Ordem
Nacional do Mérito Educativo, no grau de oficial, por indicação do Ministério
da Educação e do Desporto. Ainda em 1994, Renato Aragão
estreou um programa em Portugal, a convite da emissora portuguesa SIC, com a participação dos
atores Dedé Santana e Roberto
Guilherme, além de vários artistas portugueses. Em 1995, recebeu o título
de Cidadão Paulistano, concedido pela Câmara Municipal de São Paulo. O
grupo "Os Trapalhões" entrou para o Guinness
Book, o livro dos recordes, em 1997, como o
humorístico brasileiro que permaneceu por mais tempo em exibição na TV.
Renato Aragão
encontra-se no seu segundo casamento, com a fotógrafa Lílian Taranto. Tem uma
filha, Lívian (1999), com a atual esposa, além de
outros quatro filhos do primeiro casamento com Marta Rangel (1936), com quem
Renato viveu por 34 anos (1957-1991): Paulo (1960), Ricardo (1962), Renato Jr.
(1968), e Juliana (1977). Dois episódios marcantes evidenciaram o lado
religioso de Renato Aragão: o humorista já escalou o Cristo
Redentor, no Rio de Janeiro, para beijar a mão da estátua, um sonho que
realizou no programa comemorativo de 25 anos, exibido no dia 27 de
agosto de 1991, da formação dos Trapalhões, e fez uma caminhada de São Paulo a Aparecida, levando uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, para
pagar uma promessa feita à santa, dias antes da exibição do projeto Criança
Esperança de julho de 1999. Renato ficou
afastado da TV depois da morte de seus companheiros Zacarias e Mussum (sem
esquecer o querido Tião
Macalé). Em 1998,
estreou um programa inédito, com formato diferente, A
Turma do Didi. No ano 2000, festejou seus 40 anos de carreira. Em 2002, sua empresa
Renato Aragão Produções Artísticas Ltda comemorou 25 anos de sucesso. Nesse
mesmo ano, Renato lançou o livro Meus Caminhos. Em 2004, os personagens
Didi e Dedé, interpretados por Renato Aragão e Dedé
Santana, se reconciliaram no programa Criança Esperança, ao som da canção "No
Mundo da Lua", de Michael
Sullivan e Paulo Massadas. Em 2011, foi homenageado
pela escola de samba paulista X-9
Paulistana. O enredo foi: "De eterna criança a embaixador da
esperança... Renato Aragão, Didi Trapalhão!".
Em 15 de
março de 2014,
durante a festa de comemoração de 15 anos de sua filha Lívian Aragão, Didi teve um infarto agudo
do miocárdio.[6] O
humorista passou por uma angioplastia e
seguiu internado por 4 dias na Unidade Coronariana, tendo alta no dia 19 de
março.[7] No
dia 22 de março, às 16h, Didi voltou a ser internado no
Hospital Barra d’Or, na Barra
da Tijuca, Zona Oeste do Rio, quando foi
diagnosticado com infecção urinária.[8]
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