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domingo, 9 de fevereiro de 2020

O VINGADOR ZÉ BAIANO E LÍDIA


Por Osvaldo Abreu (Abreu)

Sou grato a todos. Parabenizando Volta Seca, criador do grupo. Estamos até março publicando um livrinho: LAMPIÃO - MEU HERÓI, MEU BANDiDO.
Os temas são polêmicos do Cangaço.
Até breve...
Obrigado!
Aracaju, 8 de fevereiro de 2020

Abaixo o poema:

No cangaço, muita coisa se diz
E não se tem prova, não.
A verdade não é atriz
Do palco da ilusão.
Verdade não é risco de giz.

Não se sabe, ao certo, a autoria,
“Lídia, mulher de Zé Baiano
Mais bonita que de Lampião a Maria.”
Maria Bonita, pequena e de grande encanto.
De Lídia não se tem fotografia.

Beleza não é segredo,
Deve ser demonstrada,
Não é um texto, um enredo.
A bela flor da estrada
Fica ao sol exposto até no rochedo.
O belo não é conto de fada.

A mais bela cangaceira é Maria Bonita,
Pelos cangaceiros, Maria de Lampião,
Uma coisa certa e que se grita:
“Lídia cometeu a traição.”
De Zé Baiano perdão não se cogita.

Zé Baiano determinou a sua morte,
Naquele tempo, crime de honra,
Pobre Lídia, que má sorte.
Hoje, não tem esta onda,
Pouca conversa e corte.

O homem pelo amor traído
Deve em seu canto chorar,
Nunca cometer feminicídio.
Amor não é vingar,
Não vale a pena o homicídio.

A traição corre no dia a dia,
A televisão ensinando a trair.
Traição é música, cantoria.
Há um traído a rir.

Romeu e Julieta hoje não morreriam.
Ser fiel até a morte, pare por aí...


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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