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quinta-feira, 26 de março de 2020

PADRE PEIXOTO E LAMPIÃO.


Por Beto Rueda

Padre Joaquim de Alencar Peixoto poliglota, grande orador, artesão, jornalista, escritor de textos em prosa e poesia (escreveu poesias em latim, francês, italiano e inglês), escritor de livros. Nasceu no Crato em 26.04.1871.

Padre Joaquim de Alencar Peixoto

Dos pais recebeu sobrenome de dois importantes ramos familiares do sertão cearense e pernambucano – Alencar e Peixoto.

Seus pais foram Felismino de Alencar Peixoto e Hortulana de Alencar Peixoto. Seus avós paternos, Teodósio Marques de Abreu Peixoto (pernambucano) e Joaquina Xavier de Jesus (de Missão Velha, Ceará); os maternos foram Francisco Leão da França Alencar e Maria Leopoldina do Monte (de Exu).

Em 15 de agosto de 1907, mudou-se para Juazeiro do Norte, em 1909, fundou o primeiro jornal juazeirense que tinha o título de “O Rebate”.

Provavelmente pelo forte e combativo envolvimento político, não obteve permissão para confessar e foi suspenso de todas as ordens.

A partir de então se insere na luta em prol da independência de Juazeiro e a criação do município, o que aconteceu em 22 de julho de 1911. Neste ano, a doze de outubro, teve Carta Comendatícia para o amazonas.

Depois da vitória em Juazeiro, por divergências com o padre Cícero, deixou a cidade.

Foi vigário de Cachoeira. Sabe-se que esteve morando num lugar chamado de Sena Madureira, no Acre e na Amazônia.

Foi pároco de Belmonte - PE. no período de 02.01.1917 a 23.11.1919. Foi nomeado como Pároco Encomendado de Granito - PE. em 16.12.1919.

Capitão Lampião

Em setembro de 1926, Lampião entra em Granito, acompanhado por mais de cem homens, população em pânico procura a casa paroquial como refúgio. Padre Peixoto, destemido, procura Lampião e chama o chefe dos cangaceiros para uma conversa. Depois do diálogo, os invasores vão embora da cidade em paz, inclusive pagando as contas das bodegas.

O comportamento crítico do padre peixoto em relação às ações do padre Cícero e, distante das brigas enciumadas de intelectuais e do poder financeiro, fez com que se afastasse, como se fugindo de algo, morando pelo resto da vida em lugares diferentes, tais como: Crato - CE, Mangas - MG., Rubiataba - GO.

Com o tempo, adquiriu problemas renais dos quais se queixava muito. Em 1950 quando visitou Juazeiro do Norte era um homem pobre, velho, quase cego, desiludido e por poucos reconhecido.

O padre Peixoto permaneceu lúcido até a madrugada de 24.02.1957 quando faleceu em Rubiataba - GO. e teve atestada a causa mortis como “bronco pneumonia derivada de diversas causas”. Foi sepultado no Cemitério Público da mesma cidade.

Mais uma figura importante que cruzou o caminho do Rei do Cangaço.

REFERÊNCIAS:

CAVALCANTE, Francisco José Pereira.
Padres do interior II - os padres da paróquia de nossa senhora do bom conselho de Granito. Petrolina: Diocese de Petrolina, 2010.
BARBOSA, Eduardo.
Lampião, rei do cangaço. Rio de Janeiro: Ediouro, 1985.
BARRETO, Ângelo Osmiro.
Misto de guerra e paz. Lampião Aceso, 02 nov. 2009.
Disponível em:<http://lampiaoaceso.blogspot.com/…/padres-e-cangaceiros.htm…>. Acesso em: 25 mar.2020.
SEVERO, Manoel.
Padre Cícero e Virgulino. Cariri Cangaço, dez.2015.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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