(Todos dançam
Nu! a mando de Lampião! No Forró no Salitre Povoado de Juazeiro Bahia).
No ano de
1929, quando Lampião soube por um catingueiro, que nesse dia iria haver um
baita de um forró na Fazenda Jurema Preta, de Propriedade do Sr, Manuel de
Anja... Celebração do Casamento de sua filha; A notícia agradou Lampião, que
estava pela região e queria se divertir um pouco, coisa que não faziam a muito
tempo, por falta de oportunidade e opressão da força Policial do Nordeste...
Mandou avisar o dono da casa que iriam ao casamento com paz e muita alegria, e
que pusesse água no feijão para ele” Lampião e seus meninos, que queriam
brincar a noite inteira... O fazendeiro Mané de Anja, fingindo-se satisfeito
com a notícia agradou de sob modo a Lampião, e respondeu ao Capitão que era uma
honra recebe-lo com seu bando em sua casa e que o esperava. Mais sem perder
tempo, guardando reserva da notícia, enviou imediatamente uma carta ao Delegado
de Juazeiro, avisando da presença de Lampião e seu bando na festa, e pedindo
urgente providencia, e que a Polícia evitasse que ele e família passassem por
momentos vexaminosos... Mais o destino conspirava contra o velho fazendeiro, e
para a sua desgraça Lampião interceptou o mensageiro e lhe tomou a carta! Meio
desapontado com o comportamento do fazendeiro Mané de Anja, Lampião ficou
calado e se dirigiu com o bando para o local da festa! Chegando a Fazenda no
finalzinho da tarde, quando a festa já ia bem animada. Dividiu o seu pessoal e
dois grupos, ficando metade na malhada da Fazenda e a outra Parte com o
Capitão. A presença de Lampião foi um terror para os convidados que não o
esperavam, mais para o dono da casa era uma expectativa não menos perigosa,
pois até aquele momento não sabia se o mensageiro havia entregue ou não? E vez
por outra dava uma olhada na estrada, e nada? Lampião tranquilo animava a festa
fingindo a inexistência da carta, ao Delegado de Juazeiro... Lampião certo
estava de possuir a chave do enigma, nem por isso deixou de seguir os
movimentos do velho! Ao anoitecer quando o Forro estava no maior do seu auge,
Lampião subiu em uma cadeira e falou!!!
“Atenção pessoal! Parou tudo!!! Instantaneamente o silencio tomou conta do lugar, continua Lampião, Vocês vão conhecer agora quem é este véio safado! Traidor! Que é o dona da casa, os convidados ficaram a se olharem entre se, atônitos e preocupados com aquela Exclamação! De Lampião! Imobilizados aguardavam as avalanches de violência por Lampião e seu grupo... Continua Lampião. Ele mandou dizer que eu podia vim brincar com meus meninos, e tirando a carta do bolso, disse este safado mandou para o Delegado para que tivesse tiroteio entre vocês e meus meninos sem se preocupar com vocês” agora me digam isto é papel de homem, me respondam gente” todos por uma só voz, não senhor Capitão... E continua Lampião, então vocês vão escolher morrerem todos ou vamos todos dançarem nu, que é para este valho descarado tomar vergonha na cara! Escolham! E o povo escolheu a nudez sem depravação se algum gaiato ficar alterado será capado na frente dos demais, que é para respeitarem as mulheres presente, assim falou Lampião. Lá pelas altas madrugada depois de muitos bêbados homens e mulheres no bacanal proporcionado por Lampião! Dois rapazes libidinosos e alterados foram retirados da festa e capados por gente de Lampião. Amanheceu o dia e antes de finalizar a esbornia de pelados Lampião deu ordem que capassem o velho traidor...!!!
Fonte:
Derrocada do Cangaço, Felipe de Castro, 19 de Setembro 1977 Pàgina 167.
Observação a fotografia da festa é uma ilustração, não sendo da época do forró
do Salitre.
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