Serra Talhada é
um município brasileiro do estado de Pernambuco.
É conhecido como a capital do xaxado e fica
a 415 km da capital pernambucana, Recife. Serra
Talhada é a segunda cidade mais importante do Sertão de Pernambuco e o
principal município da Mesorregião do Sertão Pernambucano.
Cidade polo em saúde, educação e comércio,
possui uma população estimada em mais de 80 mil habitantes. É a segunda cidade
que mais cresce no sertão pernambucano atrás apenas de Petrolina. É a terra
natal do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva (Lampião).
Serra Talhada
era uma fazenda de
criação pertencente ao português Agostinho Nunes de Magalhães. Recebeu
este nome, Serra Talhada, devido ao fato de que perto do local há uma montanha cujo
formato dá a ideia de que foi cortada a prumo.
Seu
crescimento se deu em função de sua posição estratégica, no cruzamento
das estradas de
acesso à Paraíba, Bahia e Ceará.
A Lei
Provincial 52, de 19 de abril de 1838, mandou erigir a
capela de Nossa Senhora da Penha da Serra Talhada em Pajeú de Flores.
Com a Lei
Provincial nº 280, de 6 de maio de 1851, agregando a seu
território a então Vila Bela e a Comarca de Flores, foi elevada à categoria
de município.
Administrativamente,
o município é formado pela sede e pelos distritos de Bernardo Vieira, Pajeú,
Tauapiranga, Caiçarinha da Penha, Logradouro, Luanda, Santa Rita e Varzinha.
Os times de
futebol da cidade são o Serrano Futebol Clube, Ferroviário Esporte Clube
(Serra Talhada) também o extinto Comercial Esporte Clube (Serra
Talhada) e o principal, Serra Talhada Futebol Clube.
História
A cidade teve
seu início em meados do século
XVIII, com a chegada do capitão-mor da esquadra portuguesa, Agostinho Nunes de Magalhães, que
arrendou a sesmaria à Casa da Torre, às margens do Rio Pajeú e
no sopé da Serra Talhada, instalou a fazenda de criar gado que
denominou Fazenda da Serra Talhada, numa alusão direta à serra que lhe
emprestava o nome.
Agostinho
Nunes de Magalhães, juntamente com seus filhos Joaquim, Pedro, Damião, Manoel e
Filadephia, como tantos outros portugueses, migrou para o brasil na
esperança de instalar um engenho de cana-de-açúcar, e só depois de desembarcarem é que
descobriram não possuir capital suficiente para tal empreitada, assim, seguindo
os passos de outros compatriotas seus, adentraram nos sertões para explorar a criação de gado. A
posição privilegiada dos currais de Agostinho Nunes, nos caminhos que levavam
ao Ceará, Paraíba,
e Bahia,
logo passaram a ser ponto de encontro de vaqueiros e peões que transportavam
seu gado para estes estados, e assim, despretensiosamente começa a formar-se um
ajuntamento de feirantes, negociando principalmente animais, dentre outros
bens. Isto aconteceu por volta de 1789/1790, na mesma época
em que era erigida uma capela para a fazenda sob bênçãos de Nossa Senhora da Penha. Nascia aí também a
vocação mercantilista do município. A feira de Serra Talhada hoje tem
aproximadamente 220 anos, sendo que desde a primeira vez que aconteceu
(segunda-feira), continua até hoje sendo realizada neste mesmo dia da semana.
Com o comércio surgido
pelo ajuntamento dos vaqueiros, peões e tropeiros, a fazenda começa a tomar
ares de povoado e logo se transforma em Villa Bella, nome adotado quando de sua
emancipação de Flores, até então cabeça de comarca, em 6 de
Maio de 1851.[5] A
partir dessa data passa a ter um intendente, o Coronel da Guarda Nacional
Manoel Pereira da Silva Comendador da Ordem da Rosa e de Cristo neto do fidalgo
da Casa da Torre José Carlos Rodrigues e sua esposa Ana Joana Pereira da Cunha,
fundadores das históricas Fazendas Sabonete, Carnaúba, patriarcas da poderosa
família Pereira que foram senhores e barões de toda ribeira do Pajeú;
verdadeiros ícones do coronelismo brasileiro.
Em 1893 é instalada
a primeira Câmara Municipal de Serra Talhada e eleito seu primeiro prefeito, Andrelino Pereira da Silva, o Barão do
Pajeú. Somente em 1939,
por um decreto do então governador Agamenon Magalhães, Villa Bella recebe de volta
seu nome de origem e passa a chamar-se Serra Talhada – “Terra de cabras Macho”.
Lampião - Rei do Cangaço - Filho de Serra Talhada.
A história da cidade é uma das mais ricas de todo o estado de Pernambuco. Seus fundadores participaram ativamente da história de Pernambuco e do brasil, e seus descendentes, como Agamenon Magalhães, figuram entre as principais lideranças políticas brasileiras. A cidade é rica também pelos seus artistas e intelectuais destacando-se como referência no cenário cultural do estado. Berço de figuras polêmicas, como Virgulino Ferreira da Silva (Lampião), a cidade começa a se destacar também no cenário turístico, explorando aí, além de sua beleza plástica, a figura do Rei do Cangaço, principalmente na dança criada pelo seu bando: o xaxado.
Atualmente, com o slogan de “Capital do Xaxado”, Serra Talhada tem sido referência neste assunto para todo país, conseguindo reunir em Museu toda a história da saga “lampiônica”, transformando-se, conforme dizer de especialistas “num verdadeiro museu a céu aberto”. Para se conhecer um pouco das histórias dos bravos sertanejos que povoaram os sertões quando da colonização, nos longínquos anos do século XVIII, se fez necessário conhecer um pouco da história de Serra Talhada, rica em casos e acontecimentos.
A casa do Rei do Cangaço
Se a figura do Lampião e José Bastor Campos representa a Rota do Cangaço e do Lampião, Serra Talhada não pode ficar de fora do roteiro.
Localizada a 415 km da capital, a terra de Virgulino Ferreira da Silva é cortada pela BR-232. É lá que estão guardados vários pertences do Rei do Cangaço: as armas, roupas de couro. É onde se pode assistir a uma apresentação de xaxado, cujo nome foi dado devido ao som do ruído que as sandálias dos cangaceiros faziam ao arrastarem sobre o solo durante as comemorações celebradas nos momentos de glória do grupo de "Lampião".
A imponente Serra Talhada marca a paisagem da cidade, onde está o cruzeiro da cidade, que proporciona belas vistas como a do mirante do Talhado do Urubu. O centro do município tem a Igreja de Nossa Senhora da Penha, com seus belos vitrais, e o casario do entorno.
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