Por Valdir José Nogueira
Em dias do mês de novembro de 1979 noticiou o “Diário de Pernambuco”: “O relógio de um dos apartamentos do Hospital da Polícia Militar de Pernambuco marcava exatamente 7h45m do dia 3 de novembro de 1979, quando falecia um dos maiores heróis da história do combate ao cangaço em Pernambuco. Tratava-se do coronel Manoel de Souza Neto, conhecido em seis Estados do Nordeste como Mané Neto e apelidado por Lampião como Mané Fumaça, pois segundo a lenda, aparecia repentinamente em vários locais ao mesmo tempo.
Manoel Neto vivia sozinho, residindo num dos hotéis da cidade de Ibimirim, quando foi acometido de uma doença renal. Ao tomar conhecimento de que o coronel era portador de moléstia incurável, o comandante da Polícia Militar de Pernambuco, João Lessa, determinou a sua imediata remoção para o Hospital Geral do Derby. Lá o velho combatente do cangaço faleceu aos 78 anos, após 14 dias de internamento. Seu corpo foi levado para sua terra natal, sendo sepultado com honrarias militares no cemitério de Nazaré do Pico.
Além da luta ao bando de Lampião, Manoel Neto também participou de revoluções, chegando inclusive a ser o homem de confiança dos governadores Carlos de Lima Cavalcanti e Estácio Coimbra. Perdeu a farda por ocasião da derrota do partido que participava, mas conseguiu voltar à ativa em virtude do reconhecimento de seu trabalho e atos de bravura”.
Manoel de Souza Neto nasceu no dia 1º de novembro de 1901 nas terras da antiga fazenda Algodões, município de Floresta. Era destemido, demonstrando desde cedo tendências para a vida militar. Apreciava com muita curiosidade o movimento de tropas e de cangaceiros na região, transformando-se mais tarde num justiceiro, que combatia impiedosamente os cangaceiros que assolavam os sertões nordestinos.
Valdir José Nogueira de Moura, Conselheiro Cariri Cangaço
São José de Belmonte,PE
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