Por José Mendes Pereira
Geraldo Melo governou o Estado do Rio Grande do Norte pelo PMDB (hoje MDB) entre 1987 e
1991.
Claro, que como ser humano foi um homem que tinha seus admiradores, mas como governador do Rio Grande do Norte, eu fui um que sofreu na sua administração. Dava o aumento aos professores quando ele queria. Greve nenhuma tirava ele de tempo. Mas mesmo com todo sofrimento, eu não queria que ele tivesse falecido.
"Que Deus o mantenha vivo por muitos e muitos anos, mas longe de nós!"
Escrevi em 2013.
Nunca o Rio Grande do Norte elegeu um governador tão perverso e arrogante quanto o senhor Geraldo Melo. Usineiro que acumulou tantas riquezas (parabéns), que pobre para ele, tem que ser pisado e repisado com sapato de aço.
Para que valem estas mãos póstumas se não sabe respeitar os pobres?
Foi o período em que nós, professores, vivemos mais aperreados. Foi o tempo em que proprietários de granjas venderam mais ovos, já que o ovo era o nosso bife, contra gosto e contra vontade; "bife do olho grande".
No seu tempo, o funcionário menos valorizado, sem dúvida, era o miserável professor. Pagamentos atrasados, e quando resolvia entregar o nosso soldo, jogávamos lá para o "Estádio Leonardo Nogueira" em Mossoró, e lá, sol, chuva, poeira eram os nossos alimentos. Todos teriam que ser pagos durante às 24 horas daquele dia. E ainda mais, para infernizar a vida do professor, um avião sobrevoava a área do Estado Leonardo Nogueira. Se ele estava dentro do avião, é outra história.
Veja como eram magros os professores no tempo de Geraldo Melo
Lembro-me das dificuldades que me visitaram, quando uma roupa eu não podia comprar; vivia na base do "Chico tira Mané veste". Muitas vezes, alguns alunos chegaram a me perguntar, porque eu só usava aquela roupa. Para não deixar lacunas, eu lhes dizia que era uma farda. Mas que farda que nada! Dinheiro pouco, atrasado.
O único sapato que eu tinha privava-me de passar a perna sobre a outra dentro da sala de aula, com medo que os alunos vissem o seu solado, que era tão fino, que se eu pisasse em uma moeda de cinquenta centavos, dava para saber o lado pisado, "se era cara ou coroa".
Geraldo Melo foi o governador dos atrasos. A educação atrasou-se por mais de vinte anos. Não valorizou nenhum pouco. Sempre usava o seu ridículo bordão: "Quem manda no Rio Grande do Norte sou eu".
Geraldo Melo foi o governador dos atrasos. A educação atrasou-se por mais de vinte anos. Não valorizou nenhum pouco. Sempre usava o seu ridículo bordão: "Quem manda no Rio Grande do Norte sou eu".
O professor que por uma razão qualquer, "negar isto", é porque vivia de outra fonte de renda, e tinha a educação como bico, ou certamente é um verdadeiro apaixonado pelo partido que Geraldo Melo participa.
Aluízio Alves e Dr. Dix-huit Rosado - www.azougue.org
Sua vida política sempre foi em Ceará-Mirim; colaborou com o governo de Aluísio Alves, (grande político), (1961-1966), foi funcionário do DNOCS. Foi indicado vice-governador do Rio Grande do Norte, quando o titular era Lavoisier Maia Sobrinho (1978-1983).
Ex-governador do RN - Lavoisier Maia Sobrinho - neyjrnamidia.blogspot.com
Havia saído do grupo de Aluízio Alves. Mas lá por onde andou, não achou apoio, voltou se humilhando aos Alves. Coordenou a campanha vitoriosa de Garibaldi Alves Filho, para a Prefeitura de Natal, no ano de 1985.
Garibaldi Alves Filho - www.robsonpiresxerife.com
Isso lhe serviu de credencial para disputar o Governo do Estado do Rio Grande do Norte, em 1986. Com o slogan "Novos Tempos, Novos Ventos" e uma maioria de 14 mil votos, conseguiu eleger-se.
Em paralelo a isso, montou uma estação de Rádio Novos Tempos AM, em Ceará-Mirim e obteve uma concessão de emissora de TV, a TV Potengi, ligada à Rede Bandeirantes de Televisão, ao término dos anos 1980.
Em 1993, rompeu com o PMDB e passou para o PSDB, onde foi presidente estadual, em seguida migrou-se para o PPS. Elegeu-se senador em 1994 e tentou renovar seu mandato em 2002 e 2006. Contudo, não obteve êxito, pois a maioria dos funcionários públicos não lhe deu chance.
Se era desonesto, isto não me pertence, (e acredito plenamente na sua honestidade), mas, malvado, vingativo, autoritário, isto eu sei, e mais outros e outros adjetivos que ele merece.
Como político, está sempre montado no galho mais forte. Se perceber que um determinado grupo político fracassará, já prepara o seu pulo para o galho mais resistente.
Certa vez, ele disse em seu programa de rádio:
"-Dizem que todo político calça 40, mas não é verdade. Eu calço 39".
Ao ex-governador do Rio Grande do Norte eu desejo: Saúde, paz, muita riqueza e muitos anos de vida. Mas nunca mais seja eleito para qualquer cargo público, e longe de nós.
http://www.folhadodelegado.jex.com.br/artigos+de+outros+autore/deus+me+livre+de+presenciar+mais+outra+violencia+daquela+contra+seres+humanos
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José Mendes Pereira
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