Por José de Paiva Rebouças
Até àquela altura, tudo estava dando certo para Lampião no Rio Grande do Norte, bem como discutido com o coronel Isaías Arruda. Mas, desde a fazenda Caiçara, ele tinha informações de um possível levante no povoado Vila de Vitória, hoje município de Marcelino Vieira. Aproximadamente 60 homens armados, tinha alertado o refém Antônio Dias de Aquino.
Coronel José Marcelino de Oliveira, chefe político de Vila Vitória organizou a a ofensiva - http://jotamaria-fogodacaicara.blogspot.com/2016/09/cel-jose-marcelino-de-oliveira.html
O coronel José Marcelino de Oliveira, líder local, organizou o piquete contando com voluntários. O tenente Napoleão de Carvalho Agra, representante da Polícia Militar do Estado, foi incumbido de organizar força armada para enfrentar os cangaceiros.
Tenente Napoleão de Carvalho Agra, representante da PM/RN organizou a resistência aos cangaceiros - http://jotamaria-fogodacaicara.blogspot.com/2016/09/tenente-napoleao-de-carvalho-agra.html
Para percorrer os 18 km até a fazenda Aroeiras, de José Lopes, contaram com o empréstimo dos automóveis do boticário Álvaro Andrade, de Pau dos Ferros, e de Emiliano Arnaud e Antônio Caetano, de Alexandria.
Sabino Gomes - https://tokdehistoria.com.br/2020/09/11/lembrancas-de-lampiao-sabino-massilon-e-jararaca-no-livro-1927-o-caminho-de-lampiao-no-rio-grande-do-norte/
Sabino comandava a tropa quando teve a impressão de ouvir barulho de motor à explosão. Levantou o braço em sinal de comando. O grupo parou atento. Numa curva do caminho, apontaram os veículos perfilados, entupidos de soldados.
A resistência também viu os cangaceiros, mas foi obrigada a parar os veículos em declive desfavorável. Sabino deu comando e a bateria de tiros começou. Soldados entrincheirados. As balas resvalavam na lataria dos automóveis fazia menos barulho que a algazarra dos bandidos.
Sem saída, o tenente ordenou o revide. O guia Antônio Dias de Aquino aproveitou o confronto para empreender fuga. Foi baleado, mas mesmo assim conseguiu escapar.
Mais experientes, os cangaceiros dominaram a batalha, praticamente cercando a tropa comandada por Agra. Sabino aproveitou-se do fumacê provocado pelas armas e mandou que cinco homens, sob comando de Moreno, forças-sem um fogo por um dos flancos.
O Cangaceiro Moreno - http://www.cajazeirasdeamor.com/2015/07/passagem-e-prisao-do-cangaceiro-moreno.html?m=1
Inexperientes e com armas inferiores, os soldados se precipitavam. Os cangaceiros ouviram quando o corneteiro Francisco Sales gritou que a munição estava acabando, motivo para os bandidos ampliarem o fogo.
A chegada da tropa de Lampião encerrou o confronto. A ofensiva forçou o recuo do regimente comandado por Agra. Ferido, o soldado José Monteiro de Matos dava cobertura para seus colegas fugirem. Tinha dito em Vila que morreria, mas não recuava. Assim o fez. A resistência sumia na curva da estrada.
Cruz em homenagem
ao soldado José Monteiro de Matoshttps://tokdehistoria.com.br/tag/soldado-jose-monteiro-de-matos/
Fim do confronto, cangaceiros encontraram morto o bandido Patrício de Souza, conhecido com Azulão. O cabra conhecido como Cordeiro também foi ferido com bastante gravidade. Pouco adiante, o soldado Monteiro agonizava.
Coqueiro lhe tomou o fuzil, atirou contra ele várias vezes e terminou a atrocidade desferindo diversas cutiladas de punhal no homem já morto.
Recolheram o que se aproveitava de armas e munição e atearam fogo nos automóveis. Enterraram Azulão em cova rasa.
Continuarei
amanhã.
Fonte -
Revista Brava Gente do Jornal de fato.com
Página 15
Mês Junho de
2022.
Digitado e Ilustrado por José Mendes Pereira - administrador deste blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário