Por Archimedes Marques,
O povo assiste atônito as consequências
nefastas advindas do crack, a chamada droga do século, que chegou para arruinar
a vida de muitos, piorar ainda mais a vida de toda a sociedade brasileira e
agora até em contrariedade aos interesses de vários traficantes de drogas que
em mudança de opinião, em discordância ao seu comércio já fazem campanha e
iniciam guerra contra o seu uso.
Crack e desgraça são
indissociáveis e quase palavras sinônimas. Relatos dos seus usuários e
familiares, fatos policias diários e opiniões de especialistas sobre os efeitos
e as consequências funestas da droga podem ser resumidos em três palavras tão
básicas quanto contundentes: sofrimento, degradação e morte.
A composição química do crack é
simplesmente horripilante e estarrecedora. A partir da pasta base das
folhas da coca acrescentam-se
outros produtos altamente nocivos a qualquer ser vivo, tais como o ácido
sulfúrico, querosene, gasolina ou solvente e a cal virgem, que ao serem
processados e misturados se transforma numa pasta endurecida homogênea de cor
branco caramelizada onde se concentra mais ou menos 50% de cocaína, ou seja,
meio à meio cocaína com os outros produtos citados.
O seu usuário pode ter convulsão
e como consequência desse fato, pode levá-lo a uma parada respiratória, coma ou
parada cardíaca. Além disso, para o debilitado e esquelético sobrevivente seu
declínio físico é devastador, como infarto, dano cerebral, doença hepática e
pulmonar, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), câncer de garganta,
além da perda dos seus dentes, pois o ácido sulfúrico que faz parte da
composição química do crack assim trata de furar, corroer e destruir a sua
dentição.
O crack é tão perigoso quanto
degradante e mortal que até o próprio traficante dele não faz uso e agora já
começa a repensar o seu comercio.
Recentemente o jornalista e
cientista político Segadas Viana, escreveu sobre a questão de um ponto do
tráfico do Rio de Janeiro estar fazendo campanha contra o crack. São trechos
básicos da matéria jornalística denominada Tráfico veta copinho pra acabar com
crackudo vacilão: salve um crackudo... Rasgue o copo.
As palavras, escritas em um
cartaz ao lado da foto de três jovens fumando crack e da imagem de um copo de
plástico, fazem parte de uma campanha para tentar dificultar o uso da droga.
Como os usuários preferencialmente utilizam copinhos de guaraná natural, a ideia
é convencer os fãs da bebida a rasgá-los antes de jogá-los fora.
Mais inusitado que a campanha é o
local em que ela tem sido feita: o cartaz foi encontrado durante uma incursão
policial no Morro do Pavão, em Copacabana, na zona sul do Rio. Ele estava
colado em uma das bocas-de-fumo controladas por traficantes ligados à facção
criminosa Comando Vermelho (CV), na principal entrada da favela.
Abaixo do slogan da campanha, um
texto expõe motivos para conquistar adeptos: Pô mano, tá ligado que o bagulho
ta ficando sinistro em todas as favelas do Rio de Janeiro, né? Aonde vc passa
tem um menozinho correndo igual doido com as calças caídas, descalços. Que
vergonha. Ou então vê uma mina toda ruim, toda torta, toda magrela. (...)
Mas o cartaz não é a única
bandeira na tentativa de desestimular o uso do crack. Um funk batizado como
Crackudo vacilão tem sido tocado nos bailes realizados nos morros e favelas. A
letra da música diz: Pedra pura, deixa a gente no maior tédio / Vendendo a
roupa do corpo / E a janela do prédio / Mas depois triste num canto sozinho /
lembra que se derramou / a madrugada num copinho / aí vem o desespero / tô com
maior cabelão / eu vendi a geladeira, a tv e o fogão / aí vem o desespero / tô
com maior cabelão / eu vendi a porra toda, eu sou um crackudo vacilão (
)
Em outra matéria jornalística,
desta feita no Rio Grande do Sul, publicada no Jornal Zero Hora, dia
19/11/2009, o jornalista Humberto Trezzi assim discorreu em parágrafo basilar
do seu artigo denominado Traficantes vetam crack em Santa Cruz: A quadrilha que
domina a venda de drogas no bairro mais populoso de Santa Cruz do Sul decretou
que não vai vender mais crack. Além disso, anunciou represálias severas a quem
comercializar a droga na sua área de atuação... venderão os estoques. Depois,
vai vigorar a pena do submundo contra quem violar a regra que pode incluir
morte.
Segundo o jornalista, o recado
foi repassado em uma reunião em que fizeram parte aproximadamente cem pessoas
na associação de moradores do bairro Bom Jesus e confirmado por repórteres do
jornal Gazeta do Sul.
Tais campanhas realistas do
tráfico contra o crack demonstram a preocupação dos traficantes quanto a perda
substancial dos seus compradores ou consumidores que logo morrem em decorrência
da ação devastadora da droga, ou seja, estão perdendo mercado porque estão
matando seus próprios clientes, com isso há a diminuição de lucro e em consequência
do fato, também resta enfraquecido o comercio das outras drogas, daí a
motivação desta suposta boa ação que estão a praticar para a sociedade.
É fato realmente inusitado:
traficantes em campanha e em início de batalha mortal não pela disputa de
território, mas pela tentativa desesperada de conter o avanço dos malefícios do
crack que muitos teimam em reproduzir.
É de bom alvitre alinhavar que
campanhas legais e vitoriosas como crack nem pensar, droga mata, anti drogas, a
droga da morte, a pedra da morte, Montenegro contra o crack, dentre outros que
arrastam adeptos importantes e adorados pelo povo como artistas, atletas,
cantores ou demais celebridades, formadores de opinião pública, somados ao
combate incansável efetuado pela força pública através da Policia, tem sido de
suma importância na prevenção, repressão ou na recuperação de drogados, fazendo
com que aumente ainda mais a frustração dos traficantes.
Assim, nesta nova modalidade de
guerra do tráfico de drogas, que pode ser batizada de guerra do crack, vez que
supostamente o comando vermelho já tomou partido, pode haver o aumento da
dissidência e como consequência, uma grande quantidade de mortes.
(Fonte: www.infonet.com.br)
E-mail - archimedesmarques@infonet.com.br
https://espaco-vital.jusbrasil.com.br/noticias/2090840/dissidencia-no-trafico-de-drogas-artigo-de-archimedes-marques
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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