Por Wikipédia
João Duarte
Dantas (Mamanguape, 12 de
junho de 1888 — Recife, 6 de
outubro de 1930) foi um advogado e jornalista brasileiro.[2][3][4]
Seu nome está
ligado à História do Brasil, principalmente porque matou
a tiros o então governador do estado da Paraíba, João Pessoa Cavalcanti de
Albuquerque.[2][5] João
Pessoa era candidato a vice-presidente do Brasil na chapa encabeçada por Getúlio
Vargas, contra o grupo paulista de Júlio
Prestes. A morte é considerada o estopim da Revolução de 1930, quando Getúlio ascendeu ao
poder, após um levante popular contra uma fraude nas eleições. Os disparos que
vitimaram João Pessoa não tinham
motivos ligados a política nacional, e sim, em sua maior parte por motivação
política local que passou para o nível pessoal, uma vez que João Pessoa, como chefe
da Polícia ordenou
a invasão do escritório de João Dantas, publicando suas cartas íntimas. Dantas
era ligado a proprietários de terras da Paraíba que foram prejudicados pela
cobrança de impostos estabelecida por Pessoa.
Assassinato de
João Pessoa
João Dantas
era adversário político de João Pessoa e aliado
de José Pereira Lima, chefe político do município
de Princesa Isabel, o qual liderava uma
intensa oposição às medidas governistas contra os interesses comerciais do grupo
sertanejo. José Pereira recebia apoio dos irmãos Pessoa de Queirós, de
Pernambuco, primos de João Pessoa e
proprietários do Jornal do Commercio.
O embate
político travado entre Dantas e Pessoa, através da imprensa, inclusive com
ataques ao pai de Dantas, Dr. Franklin Dantas, e outros
familiares, acendeu o ódio mútuo. Nesse contexto, a Polícia da
Paraíba, sob o Governo de João Pessoa, invadiu
escritório de Dantas, à Rua Duque de Caxias, e, além de outras coisas,
apoderou-se de cartas íntimas entre ele e a professora Anaíde
Beiriz. Anaíde Beiriz foi apontada como o estopim da revolução de 30, pela
tragédia do assassinato de João Pessoa por João Duarte Dantas, com quem ela
mantinha relacionamento amoroso.[6]
O jornal
estatal A União fazia suspense diariamente, ao comentar sobre
documentos imorais que haviam sido encontrados no escritório de João Dantas.
Acrescentava que os interessados poderiam ter acesso ao material, na sede da
Polícia. À época, em decorrência de uma reforma no Palácio do Governo, o
mandatário do Estado, João Pessoa, despachava em
prédio defronte à sede de A União. Segundo o livro Órfãos da
Revolução, de Domingos Meirelles, os mais íntimos do
presidente paraibano sabiam que nada era publicado no jornal oficial, sem sua aquiescência.
A correspondência veio a público, dias depois da invasão.
A intriga fez
que amigos de João Dantas o convencessem a se mudar para Olinda. Por
ocasião de uma visita do presidente João Pessoa ao Recife, amplamente
noticiada, com o objetivo de receber uma homenagem,
João Dantas foi à Confeitaria Glória, na Rua Nova,
onde disparou contra Pessoa. Dantas atirou duas vezes no presidente paraibano
ferindo-o mortalmente. Fato este que foi usado pelos revolucionários sulistas a
emplacarem a revolução iminente contra o presidente Washington
Luis, que culminou levando ao poder Getúlio
Vargas.
Dantas foi
detido com seu cunhado Augusto Caldas, que era inocente, na Casa de Detenção do Recife, onde foram
chacinados por oito homens que participavam da revolução em 6 de
outubro de 1930, no início da Revolução de 1930. A versão oficial indicou suicídio.
Esta versão é desacreditada pelo registro fotográfico de Louis Piereck.[7] Também Anaíde
Beiriz morreria dias depois, no Recife, por envenenamento, aos 25
anos, provavelmente por iniciativa própria. Outras mortes se seguiram ao
episódio, como a do então deputado federal, ex-presidente do estado, João
Suassuna, pai do escritor Ariano
Suassuna, que foi assassinado, no Rio de Janeiro, por Miguel Laves de Sousa.
A história já
inspirou filmes, livros e peças teatrais. Até hoje, desperta muita polêmica
quanto aos detalhes e interesses subjacentes às ações de ambas as partes.
Referências
↑ de Oliveira, Romão Cícero; et al. (2015). As
Raízes da Justiça Eleitoral no Distrito Federal. Brasília: TRE-DF.
p. 16. ISBN 978-85-5609-000-3
↑ Ir
para:a b «Foi Assassinado em
Recife o Sr. João Pessoa». Consultado em 20 de maio de 2017
↑ Academia
Brasileira de Letras fala sobre João Dantas
↑ Lucyanne Mano (26 de julho de 2008). «1930 -
Assassinado João Pessoa». Hoje na HIstória-Jornal do Brasil. Consultado em
16 de fevereiro de 2013
↑ da Silva, Aureni Maria (2016). «Anayde
Beiriz: mulher moderna numa Paraíba antiga» (PDF).
Viçosa. Revista de Ciências Humanas. 16 (1): 117-135
↑ Bezerra, Dinarte Varela (2008). 1930,
a Paraíba e o inconsciente político da revolução: A narrativa como ato
socialmente simbólico (Tese de doutorado em Ciências Sociais) (PDF).
Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte. p. 31
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Duarte_Dantas#:~:text=Jo%C3%A3o%20Duarte%20Dantas%20(Mamanguape%2C%2012,um%20advogado%20e%20jornalista%20brasileiro.&text=Seu%20nome%20est%C3%A1%20ligado%20%C3%A0,Jo%C3%A3o%20Pessoa%20Cavalcanti%20de%20Albuquerque.
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