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Luzia de
Siracusa (Lucia, em italiano, Siracusa, 27 de
março de 283 —
Siracusa, 13 de dezembro de 304) foi uma mártir cristã do início do século IV,
morta no contexto das perseguições de Diocleciano aos cristãos.
É venerada como santa pela Igreja Católica e pela Igreja
Ortodoxa, que honram sua memória no dia 13 de dezembro. É uma das sete
virgens mencionadas no Cânon
romano e por tradição é invocada como protetora da vista (olhos) em razão da
etimologia latina do seu prenome (Lux, luz). Os seus restos mortais são
mantidos no Santuário de Santa Luzia em Veneza. Seu
principal local de culto é a igreja de Santa Lucia ao Sepolcro em
Siracusa, no sul da Sicília[2].
Na antiguidade
cristã, juntamente com Santa
Cecília, Santa Águeda e Santa
Inês, a veneração a Santa Luzia foi das mais populares e, como as
primeiras, tinha ofício próprio. Chegou a ter vinte templos em Roma nomeados em
sua memória.
O episódio da
cegueira, a partir do qual a iconografia a
representa, está ligado ao seu nome Luzia derivado de luce (em
italiano, luz), elemento indissociável ao sentido da visão, bem como à faculdade
espiritual de se captar a realidade sobrenatural. Por este motivo Dante
Alighieri, na Divina
Comédia, atribui-lhe a função de graça iluminadora.[2]
É, assim, a
padroeira dos oftalmologistas e daqueles que têm problemas de visão.
A sua festa é
celebrada simbolicamente em 13
de dezembro, possivelmente doze dias antes do Natal para
indicar ao cristão a necessidade de preparação espiritual e
sua iluminação correspondente para essa
importante data que se avizinha.
História
Luzia nasceu
na cidade de Siracusa (na Sicília, sul da Itália) e era de uma família rica e
cristã. Era considerada uma das jovens mais belas de sua cidade. O seu pai
morrera quando ela tinha 5 anos e sua mãe, Eutíquia, sofria de graves
hemorragias internas. Luzia tinha uma grande convicção cristã, que a fez
consagrar-se, secretamente, ao Senhor Jesus, e oferecer perpetuamente a sua
virgindade.
Um dia ela e sua mãe foram peregrinar à cidade de Catânia onde se encontrava o corpo da grande Santa Águeda, que morrera por não se converter aos deuses Romanos.
O Evangelho
pregado na Santa Missa desse dia foi o da mulher que sofria com hemorragias
internas, iguais às da mãe de Lúcia, que então pensou: "Se aquela mulher
ao tocar nas vestes do Senhor ficou curada, será que Santa Águeda não pedirá ao
Senhor que cure minha mãe da mesma forma que curou aquela mulher?"
Luzia pedia
então a sua mãe para que esperassem todos e saíssem da Igreja, para que elas
pudessem ir rezar junto ao corpo de Santa Águeda. Durante esse tempo de oração
Luzia dormiu, e em êxtase sonhou que anjos rodeavam Santa Águeda, e que a mesma
lhe disse: "Lúcia minha irmã, por que pedes a mim uma coisa que tu mesma podes
conceder?"
Luzia
rapidamente saiu do êxtase e despertou do sonho. Foi procurar a sua mãe, que
lhe disse que tinha sido curada. Lúcia aproveitou esse momento para revelar à
mãe que tinha feito um voto de castidade a Jesus, e que iria distribuir todos os
seus bens aos pobres.
A sua mãe
disse: "Luzia minha filha, tudo o que é meu e de teu falecido pai é teu,
por isso faz o que quiseres." Ao chegar em casa começaram a distribuir
todos os seus bens aos pobres.
Tomando conta
do que estava a suceder, um jovem muito rico e pagão, politeísta de nascença,
que já era apaixonado por Luzia, foi perguntar à mãe de Luzia o motivo de tanto
esbanjamento de dinheiro, ao que Eutíquia respondeu: "Luzia é muito
providente; e é porque julga os bens do Paraíso Celeste muito mais valiosos do
que esses que estamos fazendo isso".
O jovem não
entendeu o significado de "bens" do Paraíso Celeste, por isso
entendeu como quis e voltou para casa. Os dias foram-se passando e Lúcia e sua
mãe iam dando mais e mais dinheiro aos necessitados assim dilapidando a grande
fortuna da família, e por isso o jovem logo teve a certeza que Luzia era
cristã, tendo-a denunciado ao governador (prefeito romano) de Siracusa,
Pascasio, o qual ficou furioso com a grande fé cristã de Lúcia, tendo-a mandado
ao Imperador Diocleciano, que tentou persuadi-la a se converter aos
ídolos. Luzia mostrou-se cheia do Espírito Santo em frente ao imperador
Diocleciano. Vendo que nada a convertia decidiu-se pelo seu martírio.
O martírio
Diocleciano,
vendo que nada a convertia, mandou-a para uma casa de prostituição, mas foi em
vão: ninguém conseguia tirar Luzia dali. Nem mesmo uma junta de bois conseguiu.
Os soldados saíram envergonhados; seus pés estavam como que fincados no chão,
como raízes de plantas.[3] Naquele
tempo, as virgens tinham mais medo de perder a virgindade do que enfrentar uma
cova cheia de leões.
Como nada dera
certo, tentaram atear-lhe fogo, o que fez com que Luzia rezasse a seguinte
oração: "Senhor Deus, Jesus Cristo meu Rei, não deixeis que estas chamas
me façam mal algum." As chamas nada fizeram contra ela, nem mesmo
vermelhidão no seu corpo deixaram, por isso retiraram-na do fogo.
Foi-lhe então
aplicado o castigo mais cruel depois da degolação. Como Luzia não se convertia
aos deuses romanos, um soldado, a mando do imperador, arrancou-lhe os olhos e
entregou-lhos num prato, mas, milagrosamente, nasceram-lhe no rosto dois lindos
olhos, sãos, perfeitos e mais lindos do que os primeiros.[4]
Vendo que nada
a convencia a converter-se ao paganismo, deceparam-lhe a cabeça no momento em
que Luzia dizia: "Adoro a um só Deus verdadeiro, a quem prometi amor e
fidelidade." No mesmo instante a sua cabeça rolou pelo o chão. Era 13 de
dezembro do ano de 304 D.C.
Os cristãos
recolheram-lhe corpo e o sepultaram nas catacumbas de Roma. A sua fama de santa
se espalhou por toda a Itália e Europa, e depois para todo o mundo, sendo hoje
venerada e honrada como a "Santa da Visão".
Devoção
popular
Sendo santa
bastante venerada no interior da Região Nordeste do Brasil, várias pessoas
não trabalham nesse dia, sobretudo as que trabalham com atividades que precisam
de uma visão apurada, como costureiras. A crença dessas pessoas é que, desse
modo, estarão, prestando respeito à santa, conservando a qualidade de sua
visão. Também em alguns lugares existe uma tradição de colocar um prato com
capim na noite da véspera do dia em homenagem a santa e ganhar doces no dia
seguinte. Tradição que aos poucos vai desaparecendo com as novas gerações.
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%BAcia_de_Siracusa
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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