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segunda-feira, 24 de julho de 2023

MIGUEL FAUSTINO DO MONTE

 Por José Mendes Pereira

Foto do acervo do historiador Geraldo Maia do Nascimento.

Eu não conhecia foto do empreendedor Miguel Faustino do Monte, cearense, lá da cidade de Sobral, e o que se sabe sobre ele, foi um homem que no passado, muito colaborou com o desenvolvimento de nossa querida Mossoró. Foi o fundador da "Igreja Sagrado Coração de Jesus", no centro da cidade, ali próxima aos Correios, datando sua construção no ano de 1907. 

Esta igreja está entre as mais antigas e tradicionais da cidade. Segundo Geraldo Maia, Seu nome está gravado na galeria dos grandes homens de Mossoró.


Agora, vamos fazer uma excelente leitura sobre o que escreveu o pesquisador, historiador e escritor Geraldo Maia do Nascimento, segundo site com o link logo no final do texto.

UM HOMEM EMPREENDEDOR – MIGUEL FAUSTINO DO MONTE.

Em 1884 a cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, era tida como um Empório Comercial. Vários investidores estrangeiros tinham aqui se estabelecidos com casas importadoras e exportadoras, o que teria contribuído para o seu crescimento comercial. Esse foi o motivo que levou o cearense Miguel, um jovem de 26 anos a deixar sua terra e procurar no Estado vizinho um “meio de vida”. Vindo para Mossoró conseguiu emprego de auxiliar de balcão na grande firma comercial Souza Nogueira. Era criterioso nos seus afazeres, disposto para o trabalho e com grande tino comercial. Conseguiu, com isso, não só a confiança do dono da empresa, como também a mão de sua filha. E assim foi que em pouco tempo passou de simples caixeiro de balcão a genro do patrão.

Em uma das viagens de Souza Nogueira a Recife/PE, por volta de 1894, o genro Miguel acompanhou-o. Foi aí que conheceu o grande homem da indústria e do comércio da região: Delmiro Gouveia, o homem da Fábrica de Pedra à margem do São Francisco. Delmiro Gouveia mantinha relações com Souza Nogueira. Mas ao conhecer Miguel Faustino, vislumbrou no mesmo as qualidades que necessitava para um novo aliado. E o convite veio de chofre:

“-Menino, queres trabalhar para mim? Comprarás peles, couros, outros artigos, se preciso. Mas quem trabalha para mim, se honesto e ativo, acabará bem, ao contrário o diabo o levará”.

Coronel Delmiro Gouveia

Miguel estremeceu. Delmiro Gouveia era um homem muito poderoso. Dava medo tratar com ele. Mas acertou o negócio e passou a trabalhar para Delmiro com inteligência, fé e retidão.

Com a parceria, bom tino comercial e retidão, o jovem Miguel terminou como um dos homens mais ricos de Mossoró, se não o mais rico de todos. Sal, algodão, cera de carnaúba, fibras e borrachas. Esses produtos levaram o sobralense criativo às Exposições Nacionais de 1908 e de 1922, à Internacional de Bruxelas de 1910 e a de Turim em 1911. Ganhou medalhas de ouro e diplomas de honra.

Em não sendo mossoroense de fato, tornou-se de direito. Participou ativamente da campanha de 1883 pela libertação dos escravos de Mossoró e de todos os movimentos que aqui aconteceram. Foi um benfeitor no momento da criação da Diocese de Mossoró. Retribuiu com bens a aceitação que teve de Mossoró.

Miguel Faustino do Monte tornou-se lenda na cidade que ofereceu ao grande empreendedor as condições para o seu sucesso e com ele viu seu nome ser falado no velho mundo.

Miguel Faustino do Monte era cearense de Sobral, mas, desde jovem, radicado em Mossoró; e aqui fez história. Cedo, conseguiu galgar posição de destaque como chefe de poderosas organizações comerciais. Quando se esboçou o movimento abolicionista de 1883, foi uma das figuras de maior projeção tendo sido, inclusive, um dos Diretores da Sociedade Libertadora Mossoroense.

Nasceu numa quarta-feira, em 11 de agosto de 1858, na cidade de Sobral/CE. Era um homem dotado de predicados cristãos. Foi ele quem construiu com seus próprios recursos a capela do Sagrado Coração de Jesus, que permanece até hoje com suas linhas originais. Arcou com a responsabilidade da maior parte do patrimônio levantado para a Diocese de Mossoró, doando seu palacete residencial para sede do Seminário Santa Terezinha, uma casa de sua propriedade na Praça Vigário Antônio Joaquim, onde funcionou a Rádio Rural além de apreciável quantia em espécie à Diocese de Mossoró.

O rápido enriquecimento de Miguel Faustino e a sua generosidade para com a Igreja fizeram surgir lendas onde se dizia que o mesmo havia enriquecido por ter feito um pacto com o diabo. E estava passando parte dos seus bens para a igreja como forma de redimir com Deus. Essa lenda ainda é contada pelas pessoas mais antigas.

Já na velhice transferiu sua residência para o Rio de Janeiro, onde morreu em 10 de novembro de 1952, aos 94 anos de idade. Fez muito por Mossoró e por sua Diocese. Seu nome está gravado na galeria dos grandes homens de Mossoró.

Geraldo Maia do Nascimento – Colunista

“É Notícia Mossoró”

https://enoticiamossoro.com.br/2022/04/um-homem-empreendedor-miguel-faustino-do-monte/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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