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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

𝐄𝐌 𝐒𝐀𝐋𝐕𝐀𝐃𝐎𝐑

Acervo do Jaozin Jaaozinn

Fotografia dos cangaceiros (da esquerda para a direita) Sebastiana, Boa Vista (companheiro de Laura), Moita Brava e Laura (companheira de Boa Vista), em Salvador, após se entregarem em Jeremoabo-BA, no ano de 1938.
Depois da morte de Lampião, o cangaço já estava por uns fios; sem coiteiros, sem mantimentos, sem proteção e sem a antiga confiança nos que o rodeiam. Uns seguiram ainda em bandos, suportando até o final, outros decidiram se entregar, sendo uma segunda chance de retornarem para a sociedade.
Foi o caso dos dois casais que estão na fotografia.
Ambos estiveram presentes no fatídico 28 de julho de 1938, ocasião esta que João Bezerra e demais militares emboscaram e aniquilaram Lampião, Maria e mais nove bandoleiros, tendo apenas o Soldado Adrião como baixa na força volante.
✢ 𝑩𝑶𝑨 𝑽𝑰𝑺𝑻𝑨, 𝑴𝑶𝑰𝑻𝑨 𝑩𝑹𝑨𝑽𝑨 𝑬 𝑺𝑼𝑨𝑺 𝑪𝑶𝑴𝑷𝑨𝑵𝑯𝑬𝑰𝑹𝑨𝑺
Antônio Alves dos Santos, o Moita Brava, nasceu por volta da década de 1910 (possivelmente em 1912) na Várzea da Ema/BA, sendo irmão de José Alves dos Santos, o cangaceiro Carrasco, e primo do cangaceiro Azulão (segundo o jornal Diário da Noite/RJ).
Entrou no cangaço em 1929, participando de inúmeras invasões, combates e espancamentos. Fez parte dos grupos de Lampião, Corisco, Português, Labareda e Moreno. Fazia parte do grupo de Português em 1934, cometendo roubos e ataques nas regiões de Santana do Ipanema-AL; esteve presente no Combate a Serrinha/PE, em 1935, quando era do grupo de Lampião; esteve junto com o grupo de Corisco no massacre do Jaburu, onde morreram três agricultores, em 1935; e esteve no grupo de Moreno, em abril de 1938, quando morreram os cangaceiros Catingueira e Pontaria pela força volante de João Bezerra.
Moita Brava teve duas companheiras: a primeira foi Maria Xavier, a Lili, do Raso da Catarina/BA (que fora companheira dos cabras Lavandeira e Mané Moreno), foi morta pelo mesmo, após o trair com o cangaceiro Pó Corante; a segunda foi a sergipana Sebastiana, prima das cangaceiras Aristéia e Quitéria. Em 10 de outubro de 1937, nasceu o seu filho, Joaquim Manoel Calumbi, onde foi entregue para o promotor Manoel Cândido, de Água Branca/AL.
Manoel Francisco dos Santos, o Boa Vista, nasceu possivelmente no ano de 1916, em Santana do Ipanema-AL. Entrou no mundo das armas em 1936, após tentar surrar uma amante de seu pai, sendo denunciado à polícia pelo mesmo e fortemente espancado na cadeia, conseguindo escapar e se refugiou nas hostes do cangaço.
Segundo o mesmo, acompanhou o grupo de Moreno por oito meses, participando de muitos combates, bem como o confronto com a força do Tenente João Bezerra, em 1938, ocasionando a morte de Catingueira e Pontaria.
Era companheiro de Laura Alves, de Alagoas, onde se conheceram na residência da moça (que era "aprisionada" pelo pai por sentir que sua filha estava desmoralizada, após o namorado a abandonar bem no período do seu casamento). De primeira, a jovem alagoana tentou acompanhar Moita Brava, sendo logo rejeitada por ele, depois veio a conversar com Boa Vista, seguindo-o para uma vida dura e difícil que era o cangaço.
• 𝑬𝑴 𝑨̂𝑵𝑮𝑰𝑪𝑶/𝑺𝑬
Ambos os casais estavam presentes na Grota do Ângico no ano de 1938. Presenciaram a morte dos bandoleiros, do chefe e também da correria dos demais que estavam acampados na "preparada cova coletiva".
Depois de alguns meses, os dois casais se entregaram para as forças baianas em Jeremoabo-BA, no dia 07 de dezembro de 1938, com a ajuda de um coiteiro por nome Odilon, levando-os para a localidade destinada. Afirmaram que a força da Bahia era mais camarada com eles, por isso a decisão e preferência da cidade. No dia da entrega, Laura estava esperando um filho. Após isso, foram escoltados para a cadeia de Salvador.
Em liberdade, Moita Brava e sua companheira foram para São Paulo, onde permaneceram até os últimos dias; Boa Vista e Laura, seguiram para o Sul da Bahia.
𝐎𝐁𝐒: Não confunda o paraibano Manoel Moreno com o baiano Mané Moreno, dos Ingrácias.
𝑭𝑶𝑵𝑻𝑬𝑺: 𝑱𝒐𝒓𝒏𝒂𝒍 𝑨 𝑻𝒂𝒓𝒅𝒆/𝑩𝑨 - 1938, 𝑱𝒐𝒓𝒏𝒂𝒍 𝑫𝒊𝒂́𝒓𝒊𝒐 𝒅𝒂 𝑵𝒐𝒊𝒕𝒆/𝑹𝑱 - 1938, 𝑩𝒍𝒐𝒈 𝒅𝒐 𝑴𝒆𝒏𝒅𝒆𝒔, 𝑹𝒖𝒃𝒆𝒏𝒔 𝑨𝒏𝒕𝒐̂𝒏𝒊𝒐 𝒆 𝒐 𝑳𝒊𝒗𝒓𝒐 𝑪𝒂𝒏𝒈𝒂𝒄𝒆𝒊𝒓𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝑨 𝒂 𝒁 - 𝑩𝒊𝒔𝒎𝒂𝒓𝒄𝒌 𝑴𝒂𝒓𝒕𝒊𝒏𝒔.

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