Raríssimo
registro do tenente Alfredo Cavalcanti de Miranda, o conhecido tenente Caçula
(ou Caçulo), nos anos em que comandava sua força volante na persiga dos
cangaceiros; pertencente ao acervo do pesquisador e escritor Antônio Vilela.
Caçula era
pernambucano da região de Bom Conselho/PE. Nasceu em 30 de junho de 1897, filho
de Manoel Cavalcanti de Miranda e Clarinda Amélia de Miranda. Juntamente com
seus irmãos José Cavalcanti de Albuquerque, o sargento Novo, e o tenente
Miranda (possivelmente o Sr. Odilon Cavalcanti Miranda), acaba ingressando na
campanha contra o cangaceirismo nas regiões de Pernambuco, tendo destaque os
seus confrontos nas regiões de Itaiba, Águas Belas e Buíque. Mesmo por suas
atuações e combates rígidos contra os bandoleiros, Alfredo é pouco relatado na
historiografia cangaceira. Fora do cangaço, acabou virando delegado em
Bezerros/PE e prefeito de Bom Conselho/PE. Morreu aos 79 anos, no dia 26 de
setembro de 1976.
Algo
interessante, interligado ao tenente, é que ele é da mesma família que os
Cavalcanti, Albuquerque e "c'uns pé" lá nos Maranhão. Caçula é
parente de José Abílio de Albuquerque Ávila, o Zé Abílio, o mesmo que deu
proteção para a família Ferreira após a morte de José Ferreira, em 1920,
permanecendo dos anos de 1921 até 1924, na região de Bom Conselho. Por ser
parente de Zé Abílio, Caçula tem também seus laços com José Lucena de
Albuquerque Maranhão, o famoso tenente Zé Lucena, comandante da tropa que matou
o pai de Lampião. Outro que Caçula tem um certo parentesco, é com o coronel
Audálio Tenório de Albuquerque, de Águas Belas/PE. Fora este o poderoso que deu
o apelido de "Nêga Pau" para Dadá, companheira de Corisco. O pai
deste, o Sr. Francisco Martins de Albuquerque Filho, era também um conhecido
protetor de Lampião nas regiões de Pernambuco.
Por ser um
ferrenho militar que dedicou anos no combate contra o cangaceirismo e por ter
parentes que acoitava-os, isso acabou atrapalhando alguma de suas missões.
Quando Virgolino ia visitar seus irmãos em Bom Conselho/PE, Zezé Abílio mandava
bilhetes para seu parente e amigo Alfredo Cavalcanti, pedindo que ele
perseguisse Lampião em outras regiões, afim de que Caçula não encosta-se um
dedo sequer no Rei do Cangaço. O tenente sabia muito bem que ele protegia o
famoso cangaceiro, porém não podia fazer nada, afinal, José Abílio tinha um
forte poder político.
Como podemos
ver, o banditismo ligava quase todas as famílias do nordeste, não importando a
"ele" se são Clãs de fortes tradições militares ou de tradições
cangaceiras. Era bastante comum isso, de ter parentes que serviam nas forças
policiais enquanto seus outros familiares alistavam-se nas hostes cangaceiras;
podiam ser irmãos, primos, tios, sobrinhos... Ora um perseguia, ora um ajudava.
𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸𝑆: 𝑂 𝐼𝑛𝑐𝑟𝑖́𝑣𝑒𝑙 𝑀𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝐶𝑎𝑛𝑔𝑎𝑐̧𝑜, 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝐼𝐼 - 𝐴𝑛𝑡𝑜𝑛𝑖𝑜 𝑉𝑖𝑙𝑒𝑙𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑢𝑧𝑎; 𝑆𝑖𝑡𝑒 𝐹𝑎𝑚𝑖𝑙𝑦 𝑆𝑒𝑎𝑟𝑐𝒉.
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