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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

A CONVERSA ENTRE O CORONEL JOAQUIM REZENDE E LAMPIÃO, CONFORME RELATADA POR MELCHIADES DA ROCHA

 Por Cangaço Paralelo

https://www.youtube.com/watch?v=J90KRTvrH8w

A notícia da morte de Lampião, em 28 de julho de 1938, chegou aos jornais do Rio de Janeiro pelas mãos do repórter alagoano Melchiades da Rocha, do jornal A Noite. Ele recebeu um telegrama de seu irmão Durval da Rocha, informando que "onze bandidos, incluindo Lampião, foram mortos pela polícia alagoana na fazenda Angicos, em Sergipe". Naquele dia, Melchiades havia deixado a redação e voltou para buscar uma carta antes de sair. Nesse momento, foi abordado por um contínuo que lhe entregou o telegrama. O repórter correu de volta à redação e meia hora depois uma edição do jornal circulava com a manchete "Morto Lampião". Como prêmio pelo furo de reportagem e por ser alagoano, Melchiades foi enviado para sua terra natal no dia seguinte para acompanhar os acontecimentos. Ele viajou para Maceió, juntamente com o fotógrafo Maurício Moura, e de lá seguiram para Santana do Ipanema, onde as cabeças dos cangaceiros seriam expostas. Em Santana do Ipanema, Melchiades descobriu que o prefeito recém-eleito de Pão de Açúcar, Joaquim Rezende, estava presente. Rezende era considerado um amigo de Lampião. Melchiades decidiu conversar com o prefeito para entender por que um homem rico e prefeito de uma cidade que poderia ser alvo das ações do cangaceiro se tornou seu amigo. Joaquim Rezende, então, contou sua história a Melchiades. Ele conheceu Lampião em 1935, quando o cangaceiro lhe escreveu uma carta pedindo dinheiro. Rezende respondeu que só entregaria o dinheiro pessoalmente. Lampião então marcou um encontro com ele na fazenda Floresta, em Sergipe. Apesar do medo, Rezende compareceu e encontrou-se com Lampião e seu grupo. No encontro, Lampião mostrou-se amigável e conversou com Rezende por três horas. Ele mencionou que o major Lucena era seu maior perseguidor devido a uma antiga inimizade entre eles. Lampião também pediu bebidas, charutos e objetos domésticos a Rezende. No entanto, Rezende também revelou que interveio para proteger vidas de outras pessoas das ações de Lampião, e que seu contato com o cangaceiro o colocou em situações perigosas, inclusive sendo acusado de ser um dos coiteiros de Lampião. Rezende ainda mencionou que Lampião tinha uma filha de 12 anos, fruto de seu relacionamento com Maria Bonita, que estava sob os cuidados de um vaqueiro em Porto da Folha, Sergipe. Lampião expressou o desejo de abandonar o cangaço para se dedicar à pecuária. Diante da possibilidade de negociação da rendição de Lampião às autoridades de Alagoas, Rezende sugeriu que isso poderia salvá-lo da perseguição, mas Lampião acreditava que os governos da Bahia e de Pernambuco não permitiriam sua sobrevivência. FONTE: historiadealagoas

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