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quarta-feira, 25 de setembro de 2024

ATÉ TU, COITEIRO MANÉ FÉLIX, QUE COMIAS NO MEU PRATO, TAMBÉM QUERES CONDENAR UM POUCO A HONRA DA MINHA QUERIDA E AMADA RAINHA MARIA BONITA?

 Por José Mendes Pereira

Neném do Ouro com o seu companheiro Luiz Pedro  e Maria Bonita

Pensando bem, é verdade o que afirma o escritor Rostand Medeiros que muitas histórias sobre o cangaço são motivos de piadas, mesmo por depoentes que tentaram enfeitar o que aconteceu no movimento social dos cangaceiros, e principalmente no dia que os cangaceiros foram chacinados.

O ex-cangaceiro Balão.

As respostas do cangaceiro Balão ao repórter da Revista Realidade, em novembro de 1973. foram mais do que fantasiadas, muito embora, existem outras que têm fundamentos.

"Lampião andava todo furado de balas. Eu pensava: é oração, ele não morre mais. Lampião era alto, magro, as pernas secas. Lia e rezava muito. Só ele e Corisco sabiam ler. O bando sentava-se sob as árvores, ouvia suas explicações sobre o que estava escrito na Bíblia, principalmente no Velho Testamento. De madrugada todos se reuniam de novo para rezar o ofício sagrado.

Então vi Lampião caído de costas, com uma bala na testa..."

Lampião rezando e seus cangaceiros

Como foi que o amigo Balão viu que Lampião tinha sido alvejado com uma bala na testa, se o cangaceiro estava de costas? Mas mesmo assim, sou fã deste corajoso cangaceiro, que é o amigo Balão.

Tenente João Bezerra e o capitão Lampião.

Existem informações que quem armava Lampião era o tenente João Bezerra da Silva, mas na minha humilde opinião, não há fundamento, uma razão é que: qual é o inimigo que arma o seu próprio adversário para depois arriscar a vida? Só em vídeo game quando muitos morrem e depois voltam a viver novamente, para darem inícios aos ataques.

Coiteiro de Lampião Mané Félix

O coiteiro Mané Félix pessoa de alta confiança do rei do cangaço capitão  Lampião, disse coisa com coisa, e eu acredito que ele deu uma deslizadinha, quando afirma que, Luiz Pedro meteu uma palmadinha meio forte nas nádegas de Maria Bonita, e o capitão Lampião que assistia de camarote, não disse nada. 

Leia o que disse Mané Félix à Revista Realidade:

"Nessa tarde - dizia o coiteiro Mané Félix ao reporte da "Revista Realidade" - por sinal, depois de "caçoar" com Luiz Pedro, deixando de fazê-lo somente no momento em que se dirigia para o riacho, o bandoleiro que estava sentado sobre uma pedra, deu-lhe uma palmada mais ou menos forte nas nádegas (de Maria Bonita), fazendo-a correr na direção do pequeno córrego, enquanto Lampião que a tudo assistia, sorriu como se nada tivesse acontecido".

Quando se respeita alguém, não há brincadeiras. O respeito de todos os cangaceiros com Maria Bonita e com Lampião era preservado. Lampião era na verdade um empresário, pois se contratava alguém, tinha a sua empresa, muito embora para ele, do bem, e para nós, do mal. 

Benjamim Abraão, Maria Bonita e capitão Lampião. 

Qual é o patrão que se mistura com os seus funcionários? Nenhum deles! Do contrário, perderá o respeito, e não saberá mais como contornar. 

Por que era que no acampamento Lampião se isolava dos seus comandados, armando a sua central administrativa um pouco longe dos asseclas? Justamente para que eles o respeitassem. Se ele vivesse misturado com os cangaceiros, salvo na hora das refeições, ou numa reunião, chegaria o dia em que perderia por total o seu respeito.

Sobre como era Maria Bonita fisicamente: 

O coiteiro Mané Félix acertou, descreveu para o repórter a corajosa companheira de Virgulino Ferreira da Silva: "mulher baixinha, toda redondinha, uma carinha bonita e com dois olhos pretos e grandes, morena clara, cabelos negros e lisos, quadris relativamente largos, cintura fina, tendo os braços e pernas roliços e muito bem feitos". Muito "prosista e conversadeira" - disse ele ao entrevistador. Brincava bastante com alguns dos bandoleiros, e pelos quais era respeitada, apesar de muitos deles levarem essa brincadeira mais além, como Luiz Pedro, por ela chamado de “Caititu”, e que gozava da maior confiança e intimidade da mesma e do próprio Lampião seu compadre.

Eu acredito na honestidade de Maria Bonita.

Essa informação sobre a palmadinha nas suas nádegas, para mim, é meio pruética, como dizia o humorista coronel Ludgero. Mas isso é a minha opinião que poderá nem ter nenhum sentido, e nem ficarei chateado se algum dos amigos discordar. Cada um tem a sua visão, e sou apenas um estudante do cangaço sem rumo e sem muito conhecimento sobre o tema.

 Não me refiro sobre quem escreveu, e sim, sobre os depoentes. Não tenho conhecimentos suficientes para duvidar dos escritores, pesquisadores e dos cineastas do cangaço.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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