-
O capitão Lampião foi avisado por Marcilon Leite que o bando cruzaria as terras de Quincas Saldanha e o Rei do Cangaço resolveu alterar a rota por temor e respeito ao coronel.
Este artigo foi publicado no blog: "Território Potiguar", do
Jornalista Alexandre Gurgel, em 09 de setembro de 2009
O fazendeiro João Amorim tem 84 anos de idade e vive nas cercanias de Caraúbas desde 1946, “sem nunca ter arredado o pé das terras para lugar nenhum” como ele mesmo diz ao visitante que chega a Fazenda Pedra Pintada e se senta no alpendre da casa grande para beber um café passado na hora. Nessas ocasiões, João Amorim aproveita para contar histórias sem fim sobre como sobreviver de agricultura na seca e a passagem de Lampião pelo município, quando o cangaceiro marchava em direção à Mossoró.
-
Seu João Amorim conta que quando Lampião se direcionava à Mossoró não quis passar pelas terras do coronel Quincas Saldanha, conhecido na região como “Gato Vermelho”, velho inimigo de cangaceiros, muito temido pela sua valentia e crueldade.
Seu João Amorim conta que quando Lampião se direcionava à Mossoró não quis passar pelas terras do coronel Quincas Saldanha, conhecido na região como “Gato Vermelho”, velho inimigo de cangaceiros, muito temido pela sua valentia e crueldade.
Casa do coronel Quincas Saldanha
O capitão Lampião foi avisado por Marcilon Leite que o bando cruzaria as terras de Quincas Saldanha e o Rei do Cangaço resolveu alterar a rota por temor e respeito ao coronel.
-
A mudança de direção fez com que a tropa de cangaceiros fizesse uma marcha demorada, chegando a Dix-sept Rosado através da cidade de Felipe Guerra. Por causa da longa caminhada, o trem já havia partido em direção à Mossoró. “O desvio das terras do Gato Vermelho deu tempo suficiente para os passageiros avisarem aos mossoroenses da chegada de Lampião. Com isso, foi possível armar várias trincheiras na cidade, levando o bando à derrota histórica”, revelou João Amorim, com toda segurança naquilo que dizia.
A mudança de direção fez com que a tropa de cangaceiros fizesse uma marcha demorada, chegando a Dix-sept Rosado através da cidade de Felipe Guerra. Por causa da longa caminhada, o trem já havia partido em direção à Mossoró. “O desvio das terras do Gato Vermelho deu tempo suficiente para os passageiros avisarem aos mossoroenses da chegada de Lampião. Com isso, foi possível armar várias trincheiras na cidade, levando o bando à derrota histórica”, revelou João Amorim, com toda segurança naquilo que dizia.
João Amorim não gosta da lembrança de longos períodos de seca quando a terra esturricada pela estiagem não serve para o plantio. “Eu tenho dois açudes e dezenas de barreiros na fazenda. Um açude e todos os barreiros já secaram. Só sobrou o açude grande com água e mesmo assim é uma água barrenta que só serve para o gado”, disse o velho agricultor, ressaltando que já se passou o segundo ano (2006-2007) de inverno ruim.
Conforme João Amorim, os sinais da natureza indicam que esse ano o sertão terá um bom inverno. Em noites sem lua, os relâmpagos e trovões nas cabeceiras das serras anunciam a temporada de chuva chegando ao longe. “Os tejuaçus já estão saindo da toca e já estou vendo as abelhas procurando flor. Acho que até o final de fevereiro o inverno chega”, explica.
Na época da seca, mesmo com todas as dificuldades, João Amorim cria gado e bode em suas terras, de onde tira o leite e a carne para o sustento da fazenda. Quando estiver em pleno inverno, o fazendeiro afirma que será possível plantar batata doce, feijão, mandioca, milho, capim para o gado, entre outras culturas de subsistência. João Amorim criou 14 filhos na Fazenda Pedra Pintada e não pretende sair de lá para lugar nenhum. “Só saio daqui quando estiver morto”, anunciou.
Este artigo foi publicado no blog: "Território Potiguar", do
Jornalista Alexandre Gurgel, em 09 de setembro de 2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário