Honório de Medeiros e Manoel Severo
Esse é um debate que eu gostaria de ter participado: de um lado a idéia de que a suposta ausência do Estado propiciou o ciclo do cangaço; do outro, a idéia de que as volantes se fizeram presentes em nome do Estado, mesmo com seus excessos, para combater o cangaço.
Na verdade a ídéia de que "houve" a ausência do Estado revela, como pano de fundo, a concepção liberal de Estado enquanto instrumento de paz social, pouco condizente com a realidade que vivemos, de muita presença e muita injustiça. O que houve, e a história o demonstra, é a presença marcante de "um certo tipo de Estado", que refletia a realidade política de sua época: coronéis feudais como ponta-de-lança de um Estado patriarcal, dos quais as volantes, os jagunços, os cangaceiros, os místicos, foram algumas de suas várias faces. Para ser ainda mais preciso, esse Estado, e suas faces expostas ou ocultas, nada mais foi que a cristalização da Sociedade daquela época e sua forma de se auto-organiza em termos de Poder.
Um grande abraço ao Comendador e meu querido amigo Aderbal Nogueira.
Honório de Medeiros
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