http://www.vagalume.com.br/trio-mossoro/esse-nao-me-mata.html
Entre os 16 filhos, destacaram-se Ozéas Lopes,
Hermelinda e João Batista, que, juntos, formaram o Trio Mossoró, e Francisco
Almeida Lopes, conhecido como Cocota, significativa presença nas noites
mossoroenses como seresteiro.
O seresteiro Cocota
O primeiro a tornar-se conhecido entre os filhos do
comerciante Messias foi o Ozéas Lopes, que trabalhava na rádio Tapuyo,
destacando-se como sanfoneiro.
Em
1960, já trabalhando nas rádios Mayrink Veiga e Nacional, no Rio de Janeiro,
Ozéas Lopes convidou os irmãos João Batista e Hermelinda para ingressarem na
carreira artística, efetivando o trio forrozeiro que teria o nome de Trio
Mossoró, numa referência à cidade e ao rio Mossoró.
A
partir disso, os irmãos Hermelinda e João Batista viajaram ao Rio de Janeiro,
dando início à formação do Trio Mossoró, com Ozéas na sanfona, Hermelinda no triângulo
e João Batista no zabumba.
Em
1962, houve a gravação do primeiro disco, intitulado “Rua do Namoro”,
desencadeando o sucesso do grupo.
Com
a gravação do segundo disco, “Quem foi vaqueiro”, em 1965, o trio foi vencedor
do troféu Elterpe, que, naquela época, era o prêmio de maior importância da
Música Popular Brasileira (MPB).
A
premiação ocorreu no Palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, tendo como
sucesso premiado a música “Carcará”. O grupo gravou 9 discos e conseguiu marcar
época levando a música nordestina e o nome de Mossoró por todo o Brasil.
Em visita à terra de Santa Luzia,
o Trio Mossoró foi recebido com manifestações calorosas.
Em 1963, o Trio Mossoró voltou
pela primeira vez à terra de Santa Luzia, tendo se apresentado no adro da
Catedral, no pátio do antigo Clube Ipiranga e no Colégio dos Padres, onde
funciona o Banco do Brasil.
O retorno a Mossoró ocorreu mais
uma vez em 1972, quando o trio visitou a cidade na ocasião do bi-centenário de
sua fundação.
Os artistas foram recepcionados
com calorosas manifestações populares, incluindo faixas de saudações, expostas
nas principais ruas mossoroenses.
Era a gratidão e admiração de Mossoró
explícita nas ruas.
Na ocasião, houve missa festiva
em Ação de Graças pelo sucesso alcançado, celebrada na Catedral de Santa Luzia
pelo bispo diocesano Dom Gentil Diniz Barreto e o Trio Mossoró recebeu troféu
de reconhecimento pelo nome de Mossoró ter sido divulgado em todo o País no
âmbito musical.
Mas justamente em 1972 houve a
separação do grupo, quando cada um dos irmãos buscou carreira solo.
Recentemente, as cantoras Marinez
e Margarete Menezes regravaram músicas do Trio Mossoró, comprovando o valor
artístico-cultural desse grupo para a história da música no País.
HOJE, 29 ANOS DEPOIS - A
partir da separação do trio, em 1972, Ozéas Lopes assumiu o nome artístico de
“Carlos André” e atingiu o ápice do sucesso nacional em 1974, vendendo 1 milhão
de discos.
Atualmente, Carlos André reside
em Recife. “Carlos André está residindo em Recife, no Estado de Pernambuco. Não
abandonou a carreira artística, continua lançando CD’s e também atua como
produtor musical” informou Marcelo Lopes, sobrinho dos artistas do Trio
Mossoró.
Segundo pesquisa recente da
pesquisadora e promotora da Justiça, Dra. Maria da Conceição Medeiros,
Hermelinda chegou a gravar 13 discos e chegou a adotar o nome artístico de Ana
Paula, cantando músicas românticas.
Em 1989, a cantora Ana Paula
voltou a gravar com seu nome original de Hermelinda e gravou “Meu jeitinho de
ser” (1989), “Buli com tu” (1990), “É mole ou quer mais?” (1991) e, finalmente,
em 1999, uma valiosa coletânea com todos os sucessos da artista em carreira
solo, intitulada “O melhor de Hermelinda”. Artistas nacionalmente conhecidos
como Elba Ramalho, Dominguinhos, Trio Nordestino, Três do Nordeste e Eliane
gravaram composições de Hermelinda, destacando-se “Toque do Fole”, gravado por
Elba; “Moça do Recife”, gravado pelo grupo Três do Nordeste e as composições
“Beijo Molhado” e “Meu Doce”, gravadas por Eliane.
Atualmente, Hermelinda encerrou a
carreira artística e reside em João Pessoa, casada com o músico Bastinho
Calixto.
João Batista, que tocava no
zabumba do Trio Mossoró, continuou no Rio de Janeiro, dedicado a representações
de equipamentos de som e à realização de shows fechados em restaurantes e
hotéis cinco estrelas, sendo conhecido como “João Mossoró”. “João Batista
permanece na carreira artística, inclusive, lançou 2 CD’s ultimamente no Rio de
Janeiro e, segundo ele, não tem o sucesso de antes, mas dá para viver da arte”,
disse Marcelo Lopes.
Cocota: seresteiro que dá saudade
Nas décadas de 50 e 60, as noites
mossoroenses eram embaladas pela voz marcante do seresteiro Cocota, que pelas
ruas de Mossoró interpretava músicas românticas, satisfazendo os boêmios da
noite e pessoas que, mesmo em casa, ouviam com prazer seu canto.
Com talento nato para a música,
Cocota era frequentador do Bar Pinguim, e com voz e violão abrilhantava as
noites da Mossoró de outrora, por ser amante das músicas românticas, sobretudo
das canções de Lupicínio Rodrigues como “Nervos de Aço” e “Esses Moços”,
famosas na década de 40 e gravadas nos anos 50 por cantores como Emilinha
Borba, Ângela Maria e Cauby Peixoto.
Segundo informações de José
Messias Lopes, irmão de Cocota, fornecidas ao pesquisador Raimundo Soares de
Brito, em 1979, Cocota é definido como “pessoa bastante relacionada nos meios
boêmios como afamado seresteiro”. “Ele nunca gravou discos, era funcionário da
Petrobras e cantava pelo prazer de cantar”, definiu o pesquisador Raimundo
Soares de Brito, que tem preservada em acervo a história do povo desta terra de
Santa Luzia.
Um fato marcante ocorrido na
história de Cocota foi durante a visita do cantor Vicente Celestino, famoso nos
anos 50.
Na ocasião o cantor refugiou-se
no Grande Hotel, recusando o assédio dos fãs, mas não resistiu ao canto de
Cocota e curvou-se na janela, contemplando a expressão do seresteiro
mossoroense.
Em 12 de fevereiro de 1961,
Cocota foi assassinado a tesouradas, aos 26 anos de idade, em Mossoró, por
motivos até hoje mal definidos.
Como forma de preservar na
memória do povo mossoroense a personalidade marcante do seresteiro, familiares
de Cocota, unidos a amigos e populares, tiveram a iniciativa de homenageá-lo
com a criação da Praça dos Seresteiros, às margens do Rio Mossoró.
O irmão Ozéas Lopes, do Trio
Mossoró, homenageou Cocota na composição Praça dos Seresteiros, destacando
“Mossoró ainda chora / Com saudade do seu cantador / Quantas noites de seresta,
quantas festas ele animou /Sua voz, que beleza! / Era como bem-te-vi / cantava
para todos nós / Dava gosto a gente ouvir...” Hoje, 40 anos depois, Cocota está
eternizado na memória do povo de Mossoró, como seresteiro de timbre
inesquecível, mas a Praça dos Seresteiros ainda deixa muito a desejar.
Até hoje, início do novo milênio,
infelizmente não foi edificado estátua de Cocota, como forma de eternizar essa
personalidade marcante da década de 50 em Mossoró.
Fica nesta reportagem a
indignação pelo descaso à memória de Cocota e à Praça dos Seresteiros.
http://www2.uol.com.br/omossoroense/2101/cultura.htm
Faça
uma visitinha a este site:
http://cantocertodocangaco.blogspot.com
Observação:
Este
endereço tem a palavra "Cangaço", mas não tem nada a ver com o tema,
foi um erro no momento de sua criação. Ainda não conseguimos fazer outro link
de acordo com o material postado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário