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domingo, 19 de maio de 2013

O BARBUDO DE VALDEREDO

Por: Clerisvaldo B. Chagas, 17/18/19 de maio de 2013 - Crônica Nº 1019

O BARBUDO DE VALDEREDO
     
Na década de sessenta, principalmente, foram manchetes em jornais nordestinos e revistas nacionais, os embates no Sertão alagoano. Floro Gome Novais virava mito com suas vinganças pela morte do pai, em Olivença. Nas regiões dos povoados Várzea de Dona Joana e Pedra d’Água dos Alexandres, uma família se digladiava em rixa tremenda. Muitas emboscadas e mortes marcaram negativamente os bons invernos daquela década. Raramente os noticiários do dia deixavam de citar algum acontecimento ligado a Floro Novais ou à família Ferreira. 

Família Ferreira

Nos duelos sem fim que dizimavam jovens e adultos dos Ferreira, ganhou destaque o senhor Valderedo. Mesmo assim outros personagens da mesma família eram citados como ágeis e valentes. Valderedo e Floro tornaram-se amigos, mas Floro não se metia na briga interna dos Ferreira e nem aprovava os combates do mesmo sangue. No final de tantas lutas, Floro Novais foi emboscado e morto com um simples caroço de chumbo que lhe atingiu o coração. Valderedo desencarnou depois, dizem, vítima do próprio coração.

 
foto: (passosmgonline).

Certa feita, um vizinho nosso estava em um bar no cruzamento urbano Maracanã, em Santana do Ipanema. Gostava ─ como ainda hoje ─ de andar barbudo. Ao passar pelo local, sempre alerta e desconfiado, Valderedo avistou o cliente e agitou-se. Confundi-o com um dos seus terríveis inimigos. Quando estava pronto para eliminar o pobre caminhoneiro, foi convencido por alguém que aquele barbudo não era o fulano e sim, um rapaz muito trabalhador, motorista e conhecido de todos na cidade. Valderedo ainda demorou em acreditar no que lhe diziam, por causa da semelhança das pessoas em causa. Entretanto, o trabalho de convencimento teve êxito. Não temos certeza, todavia, se ao desistir do intento Valderedo ainda chegou a pedir desculpas à suposta vítima. Estar certo o que filosofa: “quem de uma escapa, cem anos vive”. Vez em quando passo e cumprimento o meu vizinho que continua barbado e caminhoneiro.

Muitas vezes a vida não passa de ilusão de ótica ou de cabeça. Quantos covardes e traidores surgem entre os que você julgava amigos! Quanto alívio se sente ao saber que o inimigo estava apenas na ilusão, como O BARBUDO DE VALDEREDO!.

Autobiografia

CLERISVALDO B. CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA – CRONISTA – HISTORIADOR - POETA

Clerisvaldo Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974 com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA - Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História, Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei. 
Sua vida social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º  teatro de Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes; criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B. Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance - 1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem (conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado – 1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão Brabo CD (10 poemas engraçados).


Até setembro de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia selvagem (poesia).
Atualmente (2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente, onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.

(Clerisvaldo B. Chagas – Autobiografia) 
 http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Faça uma visitinha a este site: 
http://minhassimpleshistorias.blogspot.com

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