CENTENÁRIO
O homenageado hoje é CARLOS BORGES DE MEDEIROS, ícone da educação do Estado do
Rio Grande do Norte. Foi secretário de Estado da Educação (1956/1961),
professor, escritor, cirurgião-dentista pela UFPE, advogado pela UFRN,
concluindo o curso de direito com o genro, Jussier Santos na “Turma Liberdade”
em 1967. Destacou-se também na política, tendo sido vereador e deputado
estadual por dois mandatos. Da sua união com Isaura Marques de Medeiros,”in
memoriam”, nasceram quatro filhas: Carmem, Walkíria, Iracema e Marília que
geraram treze netos, e dezesseis bisnetos.
HISTÓRICO
CARLOS BORGES DE MEDEIROS nasceu em Mossoró-RN, no dia 15 de outubro de 1913,
se estivesse vivo teria completado ontem, cem anos de vida. Era o primogênito
do casal Antonio Epaminondas de Medeiros e Maria Borges de Medeiros que geraram
também, Albecir “in memoriam”, Maria Consuelo, Ivone e Murilo Borges de
Medeiros.
Iniciou a vida profissional como cirurgião-dentista em Recife, e por
solicitação de seus pais retornou à Mossoró, para juntos trabalharem pela
sobrevivência da família, exercendo a sua profissão em clínica particular
durante dezesseis anos e catorze anos, em Natal como titular da Clínica
Odontológica do Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis. Metódico,
responsável e ético, foi indicado para compor uma Comissão Examinadora para a
seleção de novos profissionais para esta autarquia.
Foi nomeado pelo governo do estado, Professor de Ciências Naturais da Escola
Normal de Mossoró e Escola Técnica de Comércio União Caixeiral, ministrando
aulas por 30 anos. Também foi professor e diretor dos Colégios em Mossoró:
Escola Normal, Escola Técnica de Comércio, Colégio Diocesano Santa Luzia e
Sagrado Coração de Maria.
Em Natal lecionou nos estabelecimentos: Colégio Visconde de Cairu, Ateneu,
Colégio Imaculada Conceição, Instituto Maria Auxiliadora e Escola Técnica de
Comércio.
No Salão Nobre do Instituto Geográfico do RN, recebeu o título de Sócio Efetivo
no dia 12 de julho de 1978. Foi Membro da Academia Norte Riograndense de
Odontologia (sua foto expressa a felicidade desse momento) e da Academia
Mossoroense de Letras, além de sócio Fundador da 1ª fase da União Brasileira de
Escritores do RN (UBE/RN).
Foi secretário de Estado da Educação (1956/1961) e na política, foi Vereador e
Deputado Estadual por dois mandatos.
Foi autor dos livros: O Tempo como Testemunha, volume 1 e 2; Textos de História
para Estudantes de Colégios e 90 Anos ( autobiografia ).
*Retrospectiva das suas atuações e obras literárias
COMO PROFESSOR
Papai exerceu o exercício do magistério durante 30 anos com amor e dedicação, a
muitas gerações de Mossoró e Natal. Com o seu notório saber, contribuiu
para a formação de profissionais, nas mais distintas áreas. Ainda hoje, somos
abordadas, com elogiosas palavras pelos ensinamentos adquiridos, nos bancos das
escolas, nas quais nosso pai ensinou, são professores, políticos, ministros de
Estado, médicos, dentistas, farmacêuticos, bancários, jornalistas, dentre
outros.
Em 1958, teve o reconhecimento pela contribuição no aperfeiçoamento como
educador de adultos, no II Congresso Nacional de Educação de Adultos no Brasil,
realizado no Rio de Janeiro.
COMO ESCRITOR
Carlos Borges, não intitulou seu livro-ensaio, memória, história,
autobiografia, embora que de tudo exista um pouco no corpo do livro. Ao invés
disso, preferiu dar-lhe o título exato e breve: “O Tempo como Testemunha”. Sim,
testemunha de tudo quanto ocorreu ao longo de quase um século, em que, não só o
Tempo, mas por ser testemunha dos fatos e acontecimentos, não presenciado
inerme e estálico mas agindo e reagindo, dentro de sua perspectiva e do seu
temperamento.
A decisão em publicar este livro, representou uma homenagem, à sua querida
Isaura, companheira fiel e inseparável de todo um longo percurso já
encaminhado, principalmente nos momentos de alegrias e nas vicissitudes que
foram tantas, tão grandes, tão sacrificadas e tão abrangentes; às suas filhas,
ao tempo das angústias e ansiedades sentidas que passaram, em circunstâncias
várias, que afetaram ou atingiram aos que arcaram, com dificuldades, das
responsabilidades ou ônus da militância política, da qual participou por longos
anos.
Essa sua primeira obra, foi editada em dois volumes, no ano de 1980. Quando se
reportava as mesmas, costumava dizer:- “Que o futuro não esqueça o trabalho que
se faz no presente, como esquecido está o trabalho que se fez no passado.”
O segundo livro, Textos da História, foi escrito no ano de 1993, no qual
fez a seguinte dedicatória: “Para a minha esposa Isaura, amiga inseparável e
solidária a toda hora, admiro-a no amor e na dedicação a família. As minhas
filhas, genros, netos e bisneto, sempre comigo num dia a dia constante, o meu
carinho, o meu amor e a minha afeição”.
Aos seus netos, a sua leitura mostrará, no futuro, a representação verídica de
um trabalho que foi confiado em ocasiões diversas da sua vida.
A sua longa vivencia no magistério estadual, aguçou-lhe a escrever este livro, com cuidado e a melhor boa vontade de servir ao estudante. Não o escreveu para professores e sim para alunos do ensino médio, com o desejo de ajudá-los, mais uma vez, na busca de subsídios para o seu aprimoramento cultural.
A sua longa vivencia no magistério estadual, aguçou-lhe a escrever este livro, com cuidado e a melhor boa vontade de servir ao estudante. Não o escreveu para professores e sim para alunos do ensino médio, com o desejo de ajudá-los, mais uma vez, na busca de subsídios para o seu aprimoramento cultural.
Estas obras, com muito carinho escritas pelo grande homem que foi (inteligente,
culto, de grande sabedoria), foram doadas a Biblioteca Pública de Lisboa,
Portugal, levadas pessoalmente por sua filha Carmen e seu esposo Jussier
Santos, fazendo hoje, parte do seu acervo. Este fato proporcionou, grande
alegria ao receber os agradecimentos da biblioteca portuguesa, registrando os
volumes ofertados.
NA POLÍTICA
Numa dessas veredas da vida que dirigiam e se estendiam para as mais diferentes
direções, nosso pai militou na política durante 15 anos, ocupando cargos e
exercendo funções que lhe proporcionaram posições e largos relacionamentos nos
meios políticos e sociais.
Foi Vereador à Câmara Municipal de Mossoró, em 1946, pela legenda UDN. Foram
passos de uma carreira política, em gestação, tentando se inteirar dos
problemas mais necessários e reivindicados.
Como Deputado, em duas legislaturas, pela mesma legenda partidária, 50/54 e
58/62, procurou sempre integrar e conhecer mais de perto os meandros ou o
serpear da problemática política, a confiança e a esperança dos que votaram e
nele acreditaram.
Nosso pai também teve durante o seu mandato como deputado estadual, importante
influencia, na conclusão da construção da BR 405 que liga Mossoró a Luiz Gomes,
no alto do oeste potiguar. Ele considerava como o seu maior trabalho exercido,
pelo fato dessas obras estarem paralisadas, sendo o seu empenho alcançado,
junto ao DNOCS e Ministério da Viação e Obras Públicas. Segundo ele, este
trabalho tão persistente, tão perseverante, valeu o seu mandato.
Papai também tinha o dom da oratória, e a todos impressionava com os seus
discursos, geralmente de improviso, em ocasiões tais como: durante o
sepultamento do Governador Dix-sept Rosado, nas campanhas políticas para
vereador e deputado, na posse do Bispo de Mossoró Dom Eliseu Simões e em tantos
outros inteligentes pronunciamentos.
NA FAMÍLIA
Nosso pai chegou aos noventa anos, sempre na companhia da sua família que o
cercava com carinho, amor e cuidados. No dia de seu aniversário de 90 anos, em
15/10/2003, foi organizado um almoço festivo no “Versailles Recepções”, de
propriedade de sua filha Marília e seu genro, Ronaldo Melo. Uma festa linda e
inesquecível!
Ele muito feliz, ao receber os seus queridos familiares e amigos. O seu
discurso foi entretanto, um resumo de sua vida, com prenúncios de despedida
como se vê nas citações abaixo:
Aos convidados presentes, ele dedicou a sua autobiografia “90 Anos”. Papai
inicia a sua retrospectiva com o agradecimento: “Uma dádiva de Deus chegar a
esta idade” – Já sinto os sintomas da velhice: apatia, indolência, falta de
energia, impassividade, ociosidade e estafa. Sempre estivemos conscientes das
nossas limitações. Educamos nossas filhas nos melhores colégios, demos
assistência, desvelo e carinho. Hoje, vivem felizes. Isso, vale tudo para mim,
neste resto de vida que Deus dá”.
Sempre afirmava que na família, a mãe participa com 60% na convivência, na
educação da familiaridade e no trato diário com os filhos. Ao Pai cabe 15%; a
escola, 10%. O restante distribui-se pela TV, rádio, amigos, cinema e leitura.
Declarava sempre que:- “na nossa casa, graças a Deus, reina uma luz permanente
e um clarão perseverante. Ali desabrochou o sentimento da criança até alcançar
a adolescência. Como é melancólico, a família que não conversa com
cordialidade”.
Expressava sempre que: -“a minha Família, é um pedaço da minha vida, me
acompanha e me assiste a todo instante. Não sei o que seria de mim se não
tivesse uma família amiga e compreensiva, solidária e carinhosa; unida, afável,
gentil, cortes, agradável e aprazível. Isaura, filhas, genros, netos e bisnetos
formam um conjunto comunicativo, harmonioso e humano. Vejo-os todos os dias,
alegra-me sua presença. A intimidade do lar não depende do conforto, mas sim da
certeza de ser amado. É o que existe entre nós.
Esses lindos depoimentos, nos faz sentir confortadas e amadas, pelo que
representamos na vida do nosso pai.
Papai, você sempre foi respeitado e amado. Os seus conselhos ainda são
lembrados e nos fazem muita falta. Que Deus abençoe o seu Espírito, dando-lhe
muita Paz e Luz.
Nosso pai ficou viúvo em 2004 e dois anos após, faleceu no Hospital São Lucas,
com a assistência de todas nós, ao seu leito, deixando uma saudade enorme em
nossos corações.
*Suas filhas:
Carmen, Walkíria, Iracema e Marília
Fonte: http://jornaldehoje.com.br/author/erika-nesi/ de 17/10/2013
Fonte: http://jornaldehoje.com.br/author/erika-nesi/ de 17/10/2013
Enviado pelo pesquisador José Edilson de Albuquerque Quimarães Segundo
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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