Os relatos do
cangaço remontam a 1777 durante a grande seca, quando "Cabeleira"
assombrou os sertões de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, com suas
violências e maldades. O movimento ganhou força e renome a partir de 1870 e foi
até 1940, com a destruição do bando mais famoso, o de "Lampião".
Durante a seca
de 1877 um cangaceiro se destacou na região do Cariri, foi "João
Calangro", que organizou um bando e dominou toda a área. João Calangro era
apenas um capanga do grupo de "Inocêncio Vermelho", bando aliciado e
sustentado pelo juiz municipal do município de Jardim, chefe político local,
com o objetivo de manter a ordem, até Inocêncio ser morto pela polícia em 1876.
Calangro, que se gabava de ter cometido 32 assassinatos sem haver sofrido
nenhum processo, tornou-se seu sucessor.
Com a seca de 1877
e as desordens regionais que ela ocasionava - bandos de retirantes invadindo e
saqueando povoados - várias autoridades e chefes políticos reclamaram contra a
forma com que Calangro combatia os "grupos de malfazejos", que eram
apenas miseráveis que procuravam não morrer de fome. O Cariri, rico oásis, era
particularmente visado pelos retirantes, diante dos quais fugiam os ricos
fazendeiros e autoridades.
O bando de
João Calangro era conhecido como "Calangros" ou "Calangos".
Conta-se que, para fugir da polícia, Calangro obrigava seus homens a calçar os
chinelos com as pontas voltadas para o calcanhar. Após vencer muitos rivais,
Calangro se intitulou "Gal. Brigadeiro de Sousa Calangro". Do Ceará
fugiu para o Piaui e nada mais se soube dele.
Fonte: Jornal
Diário do Nordeste - Texto da Profª Tania Maria de Sousa Cardoso
/ Sociedade brasileira: Uma história através dos movimentos sociais (Rubim
Santos Leão de Aquino)
http://coisadecearense.blogspot.com.br/2011/12/joao-calangro-e-o-cangaco-no-cariri.html?m=1
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