Por Clerisvaldo B.
Chagas, 19 de agosto de 2014 - Crônica Nº
1.242
Apelando para
o nosso livro O boi, a bota e a batina, história completa de Santana do
Ipanema, vimos que no Bairro São Pedro, existe uma praça que leva o mesmo
nome do bairro. Defronte a ela está localizada também a igrejinha de São Pedro,
o apóstolo de Jesus.
ASPECTO
PARCIAL DA NAVE. (Foto: Clerisvaldo).
Sua construção teve início em 1915, sendo paralisada após,
ficando esquecida a obra durante dezessete anos. Somente em 1937, na gestão
municipal do senhor Ormindo Barros (2º vez), a igrejinha teve reiniciados os
seus trabalhos, através do patrocínio do comerciante Tertuliano Nepomuceno.
Serviu o
pequeno templo de São Pedro no pequeno espaço físico entre dois estreitos
corredores na parte da calçada alta do bairro. Tendo ao seu lado direito
residências e no esquerdo uma também pequena escola denominada popularmente
Bacurau, a igrejinha resistiu ao tempo. Periodicamente os padres ali celebravam
missa, principalmente no dia 29 de junho. Na ocasião era distribuído o famoso
pão de Santo Antônio, cuja imagem marca presença na igrejinha.
O pequeno
templo pertence à Paróquia de Senhora Santa Ana e teve por muito tempo como
zelador, o sargento reformado, Narciso Gaia, conhecido por Seu Gaia. Homem
alto, fala pausada e morando próximo da igrejinha, Seu Gaia sustentara fogo
contra o futuro Lampião no combate de Poço da Areia, como soldado, em 1921.
SÃO
JOÃO. (Foto: Clerisvaldo).
A vizinha
escola Batista Acciolly, formou dupla importante com a igreja de São Pedro,
sendo quase do mesmo ano. Como foi fundada com o intuito de servir aos alunos
que trabalhavam pelo dia, funcionando à noite, pegou-lhe em cheio o apelido da
ave noturna, bacurau. Para informações, um prédio era sempre apontado como
vizinho do outro.
E assim a
igrejinha de São Pedro, discretamente, ia vendo passar a vida naquele bairro
tranquilo, sem vocação para o comércio, contramão dos maiores movimentos de
pessoas, lugar para quem quer viver em paz.
Estive no
Bairro à fotografá-la para o nosso livro “227” (pronto para lançamento) a
história de Santana através dos seus prédios, com apresentação dos escritores
Fábio Campos e Marcello Fausto, quando me deparei com a reforma a que a
igrejinha estava sendo submetida. Belíssima foto da parede da frente em ruínas
e logo outra da igreja reformada são brindes, colírios quando for publicado o
livro “227”.
·
* Continua amanhã.
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