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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

DONA CYRA BRITTO


Caro Adauto,

Aí está a foto de dona CYRA BRITO, digna esposa do tenente JOÃO BEZERRA. Dona Cyra, como o sobrenome indica, pertencia à nata da FAMÍLIA BRITO, de Propriá. O membro mais ilustre dessa família é o ministro CARLOS AYRES DE BRITO, que presidiu o Supremo Tribunal Federal. Na época do cangaço, as barrancas do São Francisco, desde Canindé e Piranhas até Penedo, eram dominadas por essa poderosa família. Casamentos e negócios ligavam os Brito aos Correia, formando um só clã – os CORREIA DE BRITO.

Imagem do acervo do pesquisador Adauto Silva - ‎O Cangaço

Dos Correia, a referência mais antiga que se tem é de um cidadão chamado Jesuíno Correia Lima, que participou da Guerra de Canudos. Jesuíno, casado com Delfina Correia de Brito (dona Fina), é o pai do famoso Sinhô Correia (Sinhozinho do Jerimum). Esse Jesuíno é citado por Euclides da Cunha – serviu de guia da terceira expedição a Canudos, comandada pelo coronel Moreira César.

Da parte dos Brito, o tronco é um cidadão chamado Porfírio Romão de Brito, da fazenda Belém, em Porto da Folha, casado com Maria da Costa Nunes de Brito. Porfírio Romão teve oito filhos, conhecidos no sertão como “Os Porfírio”. Um deles, Manoel Porfírio de Brito, foi intendente de Piranhas de 1892 até 1913, quando foi substituído pelo coronel José Rodrigues. Severo Porfírio, Neco Brito e Antônio José de Brito (Antônio Menino) eram senhores de um mundão de terras na região de Piranhas, Pão de Açúcar e Canindé, nas beiradas do rio. Francisco Porfírio de Brito (Chico Porfírio) era dono das fazendas Cuiabá e Curituba, em Canindé, da fazenda Lagoa Grande, vizinha do Gameleiro, em Carira, e das fazendas Telha e Jundiaí, na zona de Propriá, onde residia. O Porfírio de maior destaque chamava-se João Fernandes de Brito (coronel João Brito, também conhecido como coronel João Porfírio), dono das fazendas Caiçara e Belém, na Ilha de São Pedro, negociante, político e grande industrial do Baixo São Francisco.

Alguns autores se equivocam ao mencionar os membros dessa família em virtude de haver muitos nomes repetidos. Confunde-se, por exemplo, Sinhô Correia, de Canindé (Francisco Correia de Brito) com Sinhô Brito, de Propriá (João Fernandes de Seixas Brito). Também há equívocos com relação a Antônio Menino (Antônio José de Brito), por haver muitos membros da família com o nome Antônio, daí ser necessário distingui-los pelos apelidos – Antônio Fernandes de Miranda Brito (Antônio Brito, Totonho Brito ou Totonho do Belém, que foi prefeito de Porto da Folha), seu filho Antônio Fernandes Guimarães de Brito (Toninho Brito ou Toinho Brito, que foi prefeito de Propriá), Antônio de Lima Brito (Totoinho Brito, filho de Chico Porfírio), dentre outros.

Houve quem dissesse que Cyra Brito, mulher do tenente João Bezerra, era filha de Antônio Menino. Outros escreveram que ela era filha de Correinha (João Correia de Brito, irmão de Sinhô Correia), que foi prefeito de Piranhas. Na verdade, Cyra era filha de Sinhô Correia (Sinhozinho do Jerimum), casado com dona Emiliana (dona Mili), filha
de Antônio Menino, sendo este casado com dona Prima (Priminha). Como Cyra foi criada pelo avô, muitos autores dizem que Antônio Menino seria sogro de João Bezerra – o sogro era Sinhô Correia.

Dona Cyra é a genitora do meu amigo PAULO BRITO, uma das pessoas mais gentis que já conheci até hoje.


Dediquei um capítulo específico à família Brito no meu “_LAMPIÃO – A RAPOSA DAS CAATINGAS_” e fiz um esboço detalhado da árvore genealógica dessa nobre família (páginas 410 e 709-710).

Fonte: facebook
Página: Adauto Silva

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

2 comentários:

  1. Anônimo19:01:00

    Dileto Dr. Bezerra Lima: Como lhe falei há dias, por havermos ingressado no ano 2015, quando você há mais de quatro décadas trabalha com os tributos deste nosso Brasil, logo que serviu ao Governo de Sergipe, e hoje, ao Governo da Bahia - SECRETARIA DA FAZENDA, acho que já pode pedir aposentadoria, e ir saindo para continuar elaborando livros e mais livros, sem ser necessário os livros de tributos.
    Abraços,
    Antonio Oliveira - Serrinha

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  2. Anônimo21:17:00

    Saudações Bezerra Lima. Aqui quem tecla é Márcio Melins, filho do escritor Sergipano Murillo Melins. Estou lendo a sua obra. Quero dizer que sou um curioso do cangaço. Conheci alguns sobreviventes da época. Seu livro trata-se de uma obra lúcida, séria, cientifica e imparcial. Meu amigo está de parabéns. Muito bom.

    Saudações virgulinas!!!

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