Antônio
Ignácio da Silva, de Tacaratu,PE. Nasceu em 1 de novembro de 1909. Pertenceu ao
bando de Lampião. Após a morte de Lampião, saiu de Pernambuco, e fixou se
em Minas Gerais. Cangaceiro com maior longevidade, foi um dos últimos a morrer.
Exerceu a profissão de barbeiro, mas seu desejo era ser soldado da polícia. O
sonho terminou quando foi preso e espancado por policiais de Brejo Santo, após
ser acusado injustamente de roubar um carneiro. Libertado, matou o homem que o
denunciou, que seria o verdadeiro ladrão.
Foi contratado por um proprietário
rural para defender sua fazenda do ataque de cangaceiros, mas terminou integrando-se
ao grupo de Virgínio, cunhado de Lampião, de quem tornou-se amigo. Na década de
1930 casou-se com Durvalina Gomes de Sá, a Durvinha. O casal teve um filho, que
não pôde permanecer com o bando, pois seu choro poderia denunciá-los. A criança
foi deixada então com um padre, que a criou. Moreno era conhecido por não
gostar dos rifles de repetição americanos, muito usados na época e ter, a sua
disposição, um mosquetão.
Dois anos após a morte de Lampião, o casal fugiu para
Minas Gerais. Por precaução, Moreno passou a chamar-se José Antônio Souto, e
Durvalina tornou-se Jovina Maria. Estabeleceram-se na cidade de Augusto de
Lima, e prosperaram vendendo farinha. Tiveram mais cinco filhos, e mudaram-se
para Belo Horizonte no final da década de 1960.
Ainda com medo de serem
descobertos e mortos, mantiveram o passado em segredo até para os filhos. A
situação manteve-se até meados da década de 2000, quando a existência do
primogênito foi revelada. Encontrado em 2005, Inácio Carvalho Oliveira pôde
finalmente reencontrar seus pais biológicos. Só então é que a família conheceu
a história do passado no cangaço; Durvinha morreu pouco tempo depois.
Deprimido
com a morte da esposa, a saúde de Moreno passou a ficar cada vez mais
debilitada. Ele morreu no dia 6 de setembro de 2010 em Belo Horizonte, aos 100
anos de idade.
Durante o sepultamento foi realizada queima de fogos de
artifício, a pedido do próprio Moreno, que pensou que nunca teria uma cova; o
temor de morrer como um cangaceiro, decapitado e com o corpo deixado no mato,
não o abandonou nos 70 anos que manteve seu disfarce.
Fonte: facebook
Página: Pedro
R. Melo to CANGACEIROS
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