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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

82 ANOS DA DIOCESE DE MOSSORÓ - 20 DE NOVEMBRO DE 2016

Por Geraldo Maia do Nascimento

No dia 18 de novembro de 1934, num dia de domingo, dava-se a inauguração da Diocese de Mossoró, conforme determinação do Sr. Bispo de Natal, D. Marcolino Dantas. O padre Luiz Ferreira Cunha da Mota registrou no 4º Livro de Tombo da Matriz: “Tendo recebido procuração de S. Excia. Revma. para em seu nome oficiar na cerimônia conforme as prescrições canônicas, o fiz com toda a solenidade na Catedral de Santa Luzia em sessão pública, com o comparecimento de todas as associações católicas, clero, autoridades e grande público. Nesta ocasião, tomei da palavra para explicar o grande acontecimento e declarar oficialmente inaugurada a Diocese de Mossoró. 


O Cônego Amâncio Ramalho, como secretário do ato, procedeu à leitura em vernáculo da Bula de criação da Diocese, do S. Padre Pio XI, datada de Roma, no dia 28 de julho do corrente ano como também da Provisão da Nunciatura Apostólica do Rio de Janeiro, nomeando o Sr. Bispo de Natal, D. Marcolino Dantas, Administrador Apostólico da nova Diocese até a nomeação do seu primeiro Bispo. De tudo fez-se ata especial em livro próprio para os atos da Diocese e foi assinada por todos os presentes. Em seguida à solene sessão, oficiou-se um “Te Deum” em ação de graças. A Catedral estava repleta de todo povo católico de Mossoró, representado por todos os seus elementos sociais. Era notada a satisfação geral com a elevação da sua Igreja à dignidade de Sé-Catedral e nossa cidade distinguida com tão grande honra pela Igreja de N. S. Jesus Cristo. Renovaram-se os cumprimentos ao Sr. Bispo de Natal, nosso Administrador Apostólico, ao Vigário da Catedral de Santa Luzia, ao Clero.” 

Assim foi a instalação da Diocese de Mossoró que ora completa oitenta e dois anos de existência, com a leitura da “Bula de criação da Diocese de Mossoró”, pelo Padre Mota.
               
No dia 20 de dezembro de 1935 chegava a Mossoró a notícia da nomeação do seu primeiro Bispo, que recaiu na pessoa do Monsenhor Jaime de Barros Câmara, que era Reitor do seminário menor de Azambuja, em Brusque, no Estado de Santa Catarina. Na Catedral foi dada oficialmente a notícia ao povo pelo vigário Pe. Luís da Mota. Foi também feita à comunicação a todos os vigários da Diocese.
               
No dia 2 de fevereiro de 1936 foi sagrado em Florianópolis, Estado de Santa Catarina, como estava determinado, o Esmo. Sr. D. Jaime Câmara, 1º Bispo de Mossoró. A cerimônia foi presidida pelo Exmo. Sr. D. Joaquim Domingos de Oliveira, tendo como assistente os Exmos. Srs. D. Daniel Hostin, Bispo de Lajes, e D. Pio de Freitas, Bispo de Joinvile.
               
Avisado o povo mossoroense, antecipadamente, houve muita assistência dos fiéis às missas em que se fizeram comunhões na intenção de S. Excia. Revma. Foram passados muitos telegramas de felicitações a D. Jaime.
               
Dom Jaime Câmara chegou a Mossoró no dia 26 de abril de 1936, às 5 horas da tarde, sendo recebido na Estação da Estrada de Ferro pelo Clero, Associações, Autoridades e grande massa de populares. Paramentando-se ali e depois de ouvir a saudação que lhe dirigiu o Dr. Epitácio Fernandes, Juiz preparador, em nome do Governo do Município e do povo católico da Diocese, seguiu para a Catedral, onde tomou posse solene do Bispado, com todas as prescrições da liturgia da Igreja.
               
Como 1º Bispo, D. Jaime fez um grande trabalho de cunho apostólico e social. Para ilustrar as suas ações, podemos citar as visitas pessoais feitas as salina, então focos de insurreição, a organização dos operários em Círculos Católicos, as pregações nas próprias fábricas, onde se confessavam anualmente os operários para as grandes solenidades cívico-religiosas de 1º de maio, a construção da Vila Operária, construção do Abrigo “Amantino Câmara”, para a velhice desamparada, instituição até hoje em funcionamento, a doação de uma casa para instalação do Lactário mantido pela Prefeitura e muito mais.
               
Assim começou a Diocese de Mossoró. Fazemos o registro para a perpétua memória do acontecido.
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Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento
Fontes:
http://www.blogdogemaia.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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