Estabelecimento
funciona há 75 anos e abriga 110 idosos, mas tem capacidade para 150
Publicado em
29/04/2017
Dorinha,
sobrinha de Lampião, diz que não sai de abrigo nem com a polícia
Bobby
Fabisak/JC Imagem
Aos 99 anos,
Maria das Dores Virgulino Ferreira Aguiar é a moradora mais antiga do Abrigo
Cristo Redentor, em Cavaleiro, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
Brincalhona, ela se diz muito grata por estar em um lugar onde tem alimentação,
cuidado, lazer e paz. “Só saio daqui pra ‘cidade de pé junto’. Nem a polícia me
tira daqui”, declara com um sorriso no rosto e usando a força que carrega no
sobrenome – ela é sobrinha-neta de Lampião, o famoso cangaceiro morto com sua
Maria Bonita em 1938.
Para
manter a qualidade do atendimento a Dorinha e a outros 109 idosos, o
abrigo solicita doações e se prepara para lançar uma campanha de arrecadação
nos próximos dias.
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O presidente
do estabelecimento, Carlos Mesquita, informa que o Rotary Club do Recife
(administrador há 50 anos do local, que funciona há 75 anos) está discutindo um
projeto para angariar contribuições por meio de três frentes. Uma é a adoção de
um abrigado; outra é a possibilidade de se tornar um sócio contribuinte; a
terceira é adoção de custeios por empresários, como o pagamento das contas de
energia.
“Nossas
instalações são ótimas, temos muito espaço, muito verde, uma lavanderia que
lava e desinfeta, mas falta dinheiro para manutenção”, observa Mesquita.
Segundo ele, o custo mensal do abrigo está em torno de R$ 120 mil, sendo 30%
das despesas cobertos com recursos da Prefeitura de Jaboatão e da Chesf e
outros 30%, bancados pelos próprios abrigados, que pagam de 30% a 70% de seu
salário. “Fechamos os últimos dois anos com uma retração de R$ 160 mil”,
salienta.
Mesquita
explica que há parcerias
com grupos religiosos, universidades e fornecedores, que patrocinam festas
anuais, como Carnaval e São João, passeios, terapia ocupacional, oficinas de
dança e uma série de outras atividades. Mesmo assim, as despesas são muito
altas. “Por lei é preciso haver dois cuidadores para cada cinco idosos. Se ele
for cadeirante (e muitos são), passam para três cuidadores a cada cinco”,
destaca.
A irmã Maria
das Neves, da Congregação Nossa Senhora de Glória, que participa da
administração, diz que a maioria dos idosos foi deixada nos abrigos pelas
famílias. “E poucos familiares vêm visitá-los, vem mais gente de fora”,
observa. Mas muitos procuram o abrigo por conta própria.
EM BUSCA DE
PAZ
A costureira
Maria das Mercês de Paula, de 72 anos, conhecida como Penha, resolveu morar e
trabalhar no local em 2013. “Eu não suporto solidão. Tenho uma filha que foi
morar comigo mas a família ficou grande, jovens não se entendem com velhos e eu
não gosto de ser mandada. Trabalho com alta costura e trouxe minha clientela,
mas acabei também assumindo os serviços de costura do abrigo”, conta,
reforçando o orgulho da profissão e de sua independência.
O aposentado
João Mariano, de 81 anos, tem cinco filhos casados e quando sua mulher faleceu
também procurou o abrigo. Ele já saiu para morar com outra companheira, mas
acabou voltando e agora está de namorada nova. “Aqui dentro somos só amigos,
cada um tem seu dormitório, mas ela cuida de mim”, observa.
SAIBA COMO
AJUDAR
Para ajudar,
ligue (81) 32578000 ou (81) 991849555 (Whatsapp), ou entre em contato pelo
email abrigocristoredentor.captacao@gmail.com. A conta do abrigo é no Banco do
Brasil. Agência 41181 e conta corrente 171115 (Obra de Assistência aos
Mendigos e Menores Desamparados da Cidade do Recife).
Clique para assistir ao vídeo:
http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/geral/noticia/2017/04/29/abrigo-onde-vive-sobrinha-de-lampiao-precisa-de-ajuda-280819.php
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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