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domingo, 14 de maio de 2017

O DIA VIRÁ

 Por Medeiros Braga

Vivemos a intensa noite!
Ventos fortes em açoite
Varrem a nossa nação.
É como, na intrepidez,
Cair víssemos de uma vez
Raio, corisco, trovão.

Vive o povo apavorado
Sem saber mais de que lado
Há quem possa socorrer.
Eis a se desesperar
Por não poder mais contar
Com quem devia: o poder!

Do povo que não educou-se
O poder distanciou-se
Imprimindo outro gestor,
Um gestor com suas deixas
Bem indiferente às queixas,
Às injustiças, à dor.

Para tirar o sossego
Vem daí o desemprego
Com problemas sociais.
Vêm a fome, a violência
E que formam em sequência
Um lastro de marginais.

Contra medidas tão cruas
Minorias vão às ruas
Já sem forças, protestar,
O governo vira a cara,
Mas elas, de forma rara,
Virão outras despertar.

Governando para os ricos
Com os seus graúdos bicos
Se esvai toda riqueza,
Das sobras, pelos rigores
Não têm os trabalhadores,
Todo dia, o pão na mesa!

Quando crise se alardia
Continua a confraria
Farta, sem qualquer estorvo,
Vai continuar o estrago
Porque tudo será pago
Com sacrifício do povo.

Em troca compensadora
A classe trabalhadora
Gera a grande produção...
Mas, por outro, a burguesia
Sai gerando a rebeldia,
O ódio, a indignação.

Por isso, que os seus dias
São de perda de alforrias
E geração de guerreiros!...
Como Karl Marx falou
A burguesia criou,
Na extorsão, seus coveiros!

Esse dia vai chegar!...
Vai o povo despertar
Diante da insanidade!
E ao fim da travessia
A sua antiga utopia
Tornará realidade!

Enviado pelo professor, escritor, pesquisado do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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