Por Geraldo Maia do Nascimento
Nasceu em
Mossoró a 25 de dezembro de 1905. Era médico, formado pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro(UFRJ), onde também se especializou em cirurgia geral.
Retornou a sua terra para iniciar às suas atividades profissionais, sendo
nomeado pelo então governador do Estado, Rafael Fernandes, como prefeito
biônico de Mossoró. Seu governo, no entanto, teria curta duração, pois logo no
dia 23 de novembro irrompia em Natal a intentona comunista. Mossoró foi então
transformada numa cidade de terror, havendo tiroteio entre a polícia e um grupo
armado dirigido por Manuel Torquato. Esse grupo de comunistas havia sido
formado desde o mês de maio de 1935, congregando elementos
influentes junto à classe operária das salinas, em sua maior parte dizendo-se
oprimida e em busca de sobrevivência. Tinha como dirigentes, além de Manuel
Torquato, que era conhecido como “o general”, Miguel Moreira, “o intelectual”
que era responsável pela elaboração de cartas e manifestos. A oposição acusava
o governo de haver criado clima favorável à criação do bando, enquanto os seus
correligionários defendiam-no. Nessas circunstâncias, passou a receber pressão
do governador para perseguir com “mão de ferro” os seguidores do comunismo em
Mossoró. Sabia-se que as medidas de repressão postas em prática visavam muito
mais os adversários políticos derrotados, que passaram a ser vítimas de toda
sorte de perseguição.
Duarte Filho
Por isso que Duarte Filho, aconselhado por seu pai,
viajou a Natal e pessoalmente entregou o seu pedido de exoneração ao
Governador. Dois meses e dias foi o tempo que durou o seu mandato. Esse,
portanto, não foi o fim da sua carreira política. Em 1945 disputou uma vaga na
Câmara Federal, pela União Democrática Nacional (UDN), sendo derrotado. Cinco
anos depois foi candidato a vice-governador do Rio Grande do Norte, na chapa
que fazia oposição a Dix-sept Rosado, sendo novamente derrotado. Em 1957 tentou
voltar ao Palácio da Resistência, disputando o cargo com Antônio Rodrigues de
Carvalho, que era apoiado por Aluízio Alves. Foi derrotado mais uma vez. Em
1961 foi nomeado secretário estadual de saúde no Governo de Aluízio
Alves. Nessa época, candidatou-se mais uma vez ao cargo de Prefeito de
Mossoró, sendo derrotado por Raimundo Soares. Apesar das sucessivas derrotas
nas urnas, continuava com prestígio político no Estado, tanto assim que em 1966
foi escolhido para ser o candidato da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) ao
Senado da República e dessa vez, sim, foi eleito. Como senador integrou algumas
das principais Comissões do Congresso Nacional, sendo também eleito para a
Diretoria do Senado Federal, onde ocupou o cargo de quarto secretário para o
biênio 1971/73. Era desportista e como tal ajudou a fundar a Associação
Cultural e Desportiva Potiguar (ACDP) e o Clube Ipiranga, atualmente Associação
Cultural e Esportiva Universitária(ACEU). Duarte Filho faleceu em Brasília, no
dia 21 de setembro de 1973, em pleno exercício do mandato de senador, aos 68
anos de idade. A principal obra de Duarte Filho foi à construção do Hospital de
Caridade de Mossoró, o primeiro da cidade, ocupando a sua direção por vários
anos. Esse hospital, após a sua morte, passou a ser denominado de “Hospital
Duarte Filho. A cidade lhe homenageou ainda com um busto na “Praça dos
Hospitais”, e é também nome de uma Escola Municipal de 1º Grau, localizado no
conjunto Walfredo Gurgel. É ainda patrono de uma sala no Departamento de
Fitossanidade da UFERSA – Universidade Federal Rural do Semiárido, conforme nos
informa Vingt-un Rosado em seu livro “Informações Sobre os Patronos da ESAM”.
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