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quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

FRANCISCO DUARTE FILHO

Por Geraldo Maia do Nascimento

Nasceu em Mossoró a 25 de dezembro de 1905. Era médico, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), onde também se especializou em cirurgia geral. Retornou a sua terra para iniciar às suas atividades profissionais, sendo nomeado pelo então governador do Estado, Rafael Fernandes, como prefeito biônico de Mossoró. Seu governo, no entanto, teria curta duração, pois logo no dia 23 de novembro irrompia em Natal a intentona comunista. Mossoró foi então transformada numa cidade de terror, havendo tiroteio entre a polícia e um grupo armado dirigido por Manuel Torquato. Esse grupo de comunistas havia sido formado desde o mês de  maio de 1935, congregando  elementos influentes junto à classe operária das salinas, em sua maior parte dizendo-se oprimida e em busca de sobrevivência.  Tinha como dirigentes, além de Manuel Torquato, que era conhecido como “o general”, Miguel Moreira, “o intelectual” que era responsável pela elaboração de cartas e manifestos. A oposição acusava o governo de haver criado clima favorável à criação do bando, enquanto os seus correligionários defendiam-no. Nessas circunstâncias, passou a receber pressão do governador para perseguir com “mão de ferro” os seguidores do comunismo em Mossoró. Sabia-se que as medidas de repressão postas em prática visavam muito mais os adversários políticos derrotados, que passaram a ser vítimas de toda sorte de perseguição. 

Duarte Filho

Por isso que Duarte Filho, aconselhado por seu pai, viajou a Natal e pessoalmente entregou o seu pedido de exoneração ao Governador. Dois meses e dias foi o tempo que durou o seu mandato. Esse, portanto, não foi o fim da sua carreira política. Em 1945 disputou uma vaga na Câmara Federal, pela União Democrática Nacional (UDN), sendo derrotado. Cinco anos depois foi candidato a vice-governador do Rio Grande do Norte, na chapa que fazia oposição a Dix-sept Rosado, sendo novamente derrotado. Em 1957 tentou voltar ao Palácio da Resistência, disputando o cargo com Antônio Rodrigues de Carvalho, que era apoiado por Aluízio Alves. Foi derrotado mais uma vez. Em 1961 foi nomeado secretário estadual de saúde no Governo de Aluízio Alves.  Nessa época, candidatou-se mais uma vez ao cargo de Prefeito de Mossoró, sendo derrotado por Raimundo Soares. Apesar das sucessivas derrotas nas urnas, continuava com prestígio político no Estado, tanto assim que em 1966 foi escolhido para ser o candidato da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) ao Senado da República e dessa vez, sim, foi eleito. Como senador integrou algumas das principais Comissões do Congresso Nacional, sendo também eleito para a Diretoria do Senado Federal, onde ocupou o cargo de quarto secretário para o biênio 1971/73. Era desportista e como tal ajudou a fundar a Associação Cultural e Desportiva Potiguar (ACDP) e o Clube Ipiranga, atualmente Associação Cultural e Esportiva Universitária(ACEU). Duarte Filho faleceu em Brasília, no dia 21 de setembro de 1973, em pleno exercício do mandato de senador, aos 68 anos de idade. A principal obra de Duarte Filho foi à construção do Hospital de Caridade de Mossoró, o primeiro da cidade, ocupando a sua direção por vários anos. Esse hospital, após a sua morte, passou a ser denominado de “Hospital Duarte Filho. A cidade lhe homenageou ainda com um busto na “Praça dos Hospitais”, e é também nome de uma Escola Municipal de 1º Grau, localizado no conjunto Walfredo Gurgel. É ainda patrono de uma sala no Departamento de  Fitossanidade da UFERSA – Universidade Federal Rural do Semiárido, conforme nos informa Vingt-un Rosado em seu livro “Informações Sobre os Patronos da ESAM”.

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