Autor do crime confessou ter dado um “mata leão” na vítima e
depois a estrangulado com um cadarço.
Reprodução facebook
A adolescente
Rayane Paulino Alves, de 16 anos, achada morta depois de sair de uma festa, em Mogi
das Cruzes (SP), foi assassinada por asfixia mecânica causada por
estrangulamento. A causa da morte foi confirmada pelo primeiro laudo da perícia,
entregue nesta terça-feira (7/11), à Delegacia de Homicídios, que investiga o
caso.
O laudo aponta
que o corpo apresenta uma fratura no osso hioide do pescoço da jovem, causada
provavelmente pelo golpe conhecido como “mata-leão”, que teria sido aplicado
pelo autor confesso do crime, o segurança Michel Flor da Silva,
de 28 anos.
De acordo com
o delegado Rubens José Ângelo, que atua no inquérito, o osso quebrado no
pescoço da vítima é indicativo de morte violenta. A perícia encontrou também
hematomas e sulcos deixados na pele do pescoço pelo cadarço usado para enforcar
Rayane.
O segurança
contou ter tirado o cordão da bota da adolescente, usando-o para enforcá-la.
Silva afirma que, antes de matar a jovem, teve relações sexuais consentidas com
ela, mas, segundo o delegado, todas as circunstâncias apontam para estupro.
Ângelo aguarda laudos complementares sobre vestígios de espermatozoides na
vítima e o exame toxicológico.
Na noite de 20
de outubro, um sábado, Rayane havia saído de casa para ir a uma festa com duas
amigas. O pai a deixou na casa de uma delas, mas a adolescente não voltou, nem
deu notícias. As amigas disseram que a jovem se sentiu mal e decidiu ir embora antes. Ela teria saído sozinha e a pé do
local.
O corpo da
adolescente foi encontrado oito dias depois em uma área de mata, no bairro
Lambiri, em Guararema, no interior paulista. No celular da jovem, encontrado à
margem do km 170 da Via Dutra, havia uma ligação para o 190, da Polícia
Militar.
Imagens de
câmeras de segurança e uma caneta achada próxima do corpo levaram a polícia ao
autor confesso do crime. Silva trabalhava como segurança na rodoviária de
Guararema, para onde a garota foi levada por um motorista de aplicativo que a
encontrou caminhando na estrada.
O segurança
confessou ter se oferecido para levar a jovem até sua casa. Conforme o
delegado, no caminho, o homem mudou o rumo e estuprou Rayane próximo do local
onde o celular foi encontrado Ela teria reagido e ele, que é capoeirista e
lutador de artes marciais, aplicou o golpe que a deixou desmaiada.
Quando se
livrava do corpo, na área de mata, ele teria percebido que a jovem ainda estava
viva e usou o cadarço para asfixiá-la. Ao ser preso, dez dias após o crime,
Silva confessou ter matado a jovem, mas negou o estupro.
O segurança
alegou que a jovem “surtou” após ter consentido em manter relações sexuais e
ameaçou denunciá-lo por estupro. Ela ainda o teria agredido com pontapés e, ao
contê-la aplicando o golpe no pescoço, achou que a tinha matado e decidiu se
livrar do corpo.
O segurança
cumpre prisão temporária de 30 dias na cadeia de Mogi das Cruzes, mas deve ter
a preventiva decretada e será transferido para um Centro de Detenção Provisória
(CDP) ao final do inquérito.
Conforme o
delegado, ele vai responder por homicídio com ao menos quatro qualificadoras –
motivo torpe (a própria satisfação sexual), emprego de meio cruel (asfixia),
sem dar chance de defesa à vítima, devido à desproporção de força física, e
acobertamento de outro crime (estupro).
Ainda é
analisado um possível agravante de feminicídio. Silva responderá também pelos
crimes de estupro e ocultação de cadáver, podendo se condenado a até 60 anos de
prisão.
O segurança é
casado, tem um filho pequeno e não tinha passagens pela polícia. Até a manhã
desta quarta-feira (7/11), o segurança não tinha defensor constituído. Conforme
a polícia, ele teve audiência com um advogado, que ainda não confirmou se
atuará na defesa do acusado.
MAIS SOBRE O ASSUNTO
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