Por João Filho De Paula Pessoa
Durvinha e Moreno em 1936 no cangaço e em 2006 (setenta anos depois) em Belo Horizonte.
Moreno se aproximou e
conviveu estes dias com o bando. Na partida dos Cangaceiros Moreno manifestou
vontade de acompanhá-los. Moderno então lhe impôs uma provação de valentia para
seu ingresso, que seria matar o coiteiro traidor. Moreno então, mirou uma arma
no peito do refém e atirou, matando-o friamente, sendo então aceito no bando.
Luiz Pedro deu-lhe o apelido de Moreno, vez que seu nome era Antônio, e assim,
seguiu no grupo. Logo após, Durvinha, também entrou no bando como mulher do
chefe Moderno, formando um bonito e amoroso casal.
Em 1936, Moderno foi morto
em combate e o bando começou a se dispersar. Moreno levou Durvinha a uma
estrada para que ela retornasse à sua família. Na despedida perguntou-lhe se
ela queria seguir no cangaço em sua companhia, proposta que ela aceitou e assim
retornaram à caatinga. Ele reagrupou o bando novamente e assumiu a liderança
com firmeza e valentia, seguindo em frente naquela vida nômade e clandestina.
No dia da Morte de Lampião em 1938, eles estavam em Mata Grande, distante 70
km da emboscada. Apesar da morte do capitão e o declínio do cangaço seguiram
firmes, sem se entregar.
Em 1940, com a morte de Corisco, resolveram então
fugir, despojaram-se de seus adereços e armas do cangaço, esconderam na
caatinga e seguiram para Minas Gerais, onde viveram no anonimato por quase
setenta anos. Trabalharam, tiveram filhos e viveram em paz.
Em 2005,
pressentindo a aproximação da morte resolveram contar seu segredo à seus
filhos, que tornaram aquela história de sobrevivência pública, com registrados
em reportagens e livros.
Durvinha e Moreno viveram juntos por 72 anos. Ela
faleceu em 2008 com 92 anos, e ele em 2010, com 99 anos, na mais longa história
de amor do cangaço.
João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza, 20/12/2019.
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