Por Beto Rueda
José Alves
Matos nasceu no dia 08 de março de 1917, na fazenda Alagoinha, município de
Patrocínio do Coité, hoje Paripiranga, Bahia.
Cresceu em uma
zona pobre influenciada pelo cangaço. De uma família numerosa contando oito
irmãos, seis irmãs e mais cinco homens e três mulheres de um casamento
posterior de seu pai. Teve vários primos e sobrinhos no cangaço, tais como:
Santa Cruz, Chumbinho II, Zepelin, Ventania, Pavão e Azulão III, entre outros.
Pela constante
perseguição das volantes, entrou para o bando de Corisco aos 16 anos, em 25 de
dezembro de 1933, dia de Natal. Recebeu pela data o apelido de "Vinte e
Cinco".
Com o passar
do tempo, por desavenças com Dadá companheira do chefe, saiu e passou a
acompanhar os grupos de Mariano e depois de Luiz Pedro.
Após quatro
anos e sete meses de batalhas nos sertões nordestinos, no dia 28 de julho de
1938, no coito de Angico, onde foram mortos Lampião, Maria Bonita e mais nove
cangaceiros, escapou da tragédia por sorte do destino: Fora buscar munições e
mantimentos longe do local, com os irmãos Velocidade e Atividade.
Após a morte
do Rei do Cangaço, Vinte e Cinco se manteve escondido até se entregar às
autoridades com o grupo do cangaceiro Pancada, no dia 15 de outubro de 1938, em
Poço Redondo, Sergipe. No dia 17 do mesmo mês, foram escoltados a Piranhas,
Alagoas. Mais tarde encaminhados a Santana do Ipanema e Maceió.
Vinte e Cinco
se negou a colaborar no período da perseguição aos companheiros do tempo do
cangaço que não tinham se entregado. Ficou preso por quatro anos em Maceió.
Estudou dentro da cadeia, onde tinha certos privilégios. No dia 10 de fevereiro
de 1943, recebeu o alvará de soltura. Por indicação de um amigo, conseguiu
entrar no Estado como guarda civil. Mais a frente prestou concurso para o
Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas onde foi aprovado e reconstruiu a sua
vida, até se aposentar.
Extrovertido,
concedeu várias entrevistas contando pormenores da vida na caatinga,
contribuindo para o enriquecimento da historiografia do cangaço.
Último
cangaceiro do bando de Lampião(hoje só resta Dulce, companheira do cangaceiro
Criança), o servidor público aos 97 anos de idade, morreu na manhã de domingo,
dia 15 de junho de 2014, na sua residência em Maceió, vítima de insuficiência
respiratória. Deixou esposa, Mariza da Silva Matos com quem foi casado por mais
de 50 anos, sete filhos e 16 netos.
REFERÊNCIAS:
BONFIM, Luiz
Ruben F. de A. Fim do cangaço: as entregas. Paulo Afonso: Graftech, 2015.
OLIVEIRA,
Bismarck Martins de. Cangaceiros de A a Z. 2.ed. João Pessoa. Mídia Gráfica e
Editora, 2020.
LIMA, João de Sousa. Adeus a "Vinte e Cinco". <https://lampiaoaceso.blogspot.com/search?q=vinte+e+cinco>
Acesso em 18 dez. 2019.
https://www.facebook.com/josemendespereira.mendes.5
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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