Publicado em 06/07/2014 por Rostand Medeiros
Jornal francês
noticiando a chegada do aviador Mermoz ao Rio Grande do Norte
Um dos
aviadores que marcou presença em Natal durante essa época foi o francês Jean
Mermoz. (Auberton, Aisne, França, 9 de dezembro de 1901 – Oceano
Atlântico, 7 de dezembro de 1936). No dia 13 de maio de 1930 este
intrépido aviador realizou a sua primeira travessia. Partindo de São Luís do
Senegal, na companhia do navegador Jean Dabry e do operador de rádio Leopold
Gimie, chegou a Natal vencendo uma distância de 3.100 quilômetros.
Tarcísio
Medeiros narra que Mermoz: “bateu, entre 11 e 12 de abril de 1930, o “record”
mundial de permanência no ar, em circuito fechado, cobrindo 4.343 quilômetros
em 30 horas e 30 minutos, em Laté-28, batizado como “Conde de La Vaux”,
equipado com flutuadores, no qual voou para Natal”.
Uma
particularidade sobre este voo foi o papel fundamental do rádio foi para
guiar a aeronave no trajeto, já que o “conde de La Vaux” estava equipado com
aparelhos modernos Radio LL. Ao longo desta jornada Leopold Gimie recebeu
sinais em triangulação a partir de nove estações terrestres e transmissores a
bordo de barcos postais. Uma das estações seria tema de uma película francesa,
a localizada no Arquipélago de Fernando de Noronha.
Esta estação,
que acompanhou o vôo de Mermoz durante todos o tempo, serviu de pretexto para o
filme “SOS Noronha”, de Georges Rouquier, Feito em 1957, o filme estrelado
por Jean Marais (e pelos
atores brasileiros José Lewgoy e Vanja Orico), mostra
este ator no papel de chefe da estação e o seu empenho para manter a
comunicação com a solitária aeronave pilotada por Mermoz, em meio a conflitos
com os nativos.
Voltando a
Mermoz, é inegável que ele fez muitas amizades no Rio Grande do Norte. Um de
seus amigos, Eudes de Carvalho, revelou que o francês “adquiriu, com o tempo,
apego à terra e à gente potiguar e previu o futuro de Parnamirim como base
aérea de destaque mundial”. Mas na realidade quem primeiro transmitiu esta
mesma indicação da capital potiguar para o meio aeronáutico mundial foi o
italiano Francesco de Pinedo no ano de 1927. Ele era o piloto do hidroavião
“Santa Maria”.
O aviador
francês voltou a Natal em abril do ano de 1933, pensando ainda em realizar o
seu sonho: a viagem Natal-Dakar. Consta que ele passou dias na capital potiguar
planejando a viagem de regresso, o que seria um fato inédito.
Jean Mermoz,
finalmente, conseguiu concretizar sua antiga aspiração. Partindo de Natal num
trimotor, o “Arc-en-Ciel”, pousou em Dakar.
O piloto
francês era bem calejado. A carreira de aviador começou aos 19 anos.
Reprovado no vestibular, Mermoz alistou-se no exército. Optou pela aviação não
por vocação, mas por um melhor salário. Quatro anos depois, rebela-se contra a
disciplina militar, busca a aviação civil e é admitido nas Linhas Aéreas
Latécoère em 1924. Trabalha na oficina por três semanas, até o dia do teste,
quando suas acrobacias desagradam o temido diretor da companhia, Didier Daurat,
tido como extremamente rigoroso, responsável por enquadrar e estimular os “mais
novos” – pilotos desempregados do pós-guerra: “Aqui não contratamos
acrobatas. Se o senhor quer fazer circo, deve procurar outro lugar”…
Jean Mermoz
desembarca no campo de aviação de Le Bourget depois de sua oitava travessia do
Atlântico Sul a bordo de seu avião “Arc-en-Ciel”. Esta foto foi publicada na
capa da revista L`illustration de 3 de Novembro de 1934. Nesta revista traz
alguns aspectos interessantes da visão dos franceses sobre Natal como ponto de
apoio de sua aviação comercial naquele período.
Em 1926,
começa de fato a construir sua carreira como piloto ao voar sobre o
Saara na mira dos mouros dissidentes do Marrocos espanhol e, na América
do Sul, realiza vôos noturnos. Entretanto, o que definiu sua reputação e o seu
nome na história da aviação ocorreu em 1930, com o feito da primeira ligação
postal sem escalas sobre o Atlântico Sul.
Aos 36 anos,
Jean Mermoz e sua tripulação desapareceram no Atlântico, durante a sua 25ª
travessia do Atlântico Sul, a bordo de um hidroavião Laté 300, batizado
“Croix-de Sud”, desapareceu nas águas do Oceano Atlântico.
Natal e o seu
povo jamais o esqueceu!
Fonte - http://www.tribunadonorte.com.br/especial/histrn/hist_rn_11h.htm
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros
http://tokdehistoria.com.br/2014/07/06/1930-o-voo-historico-de-mermoz-e-natal-sendo-noticia-na-franca/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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