Por Antonio Morais
Encontro com
Lampião. Reunidos ao grupo chefiado por Luiz Pedro, prossegue Antonio de Amélia
na sua narração - Fomos à Fazenda de Pedro Ferreira, um amigo de Lampião.
Ali recebidos
com muito queijo e carne seca de bode. Neste local, os cabras demoraram um pouco
tempo. Daí seguiram ao encontro do chefe. A apresentação da mais nova aquisição
do bando, foi feita por Luiz Pedro.
É gente de Sebastião - explicou o
apresentador sob o olhar meio desconfiado de Lampião. Dada a grande confiança
que gozava Sebastião junto a Lampião e seus cabras, os visitantes logo puderam
ficar a vontade.
O cangaceiro Luiz Pedro
Matreiro como
sempre foi, confiando e desconfiando sempre, Virgulino Ferreira jamais poderia
ter sido apanhado de maneira tão primária, como balsamou o Capitão Bezerra,
autor do discutido cerco da Grota do Angico.
Capitão João Bezerra
O esforço de
região em favor de um esclarecimento definitivo, sobre a verdadeira versão da
morte de Virgulino Ferreira, tem encontrado larga repercussão, principalmente
nos estados nordestinos, onde teve maior atuação o grupo de Lampião.
Depoimentos de conhecidos oficiais da Polícia, que marcaram época no combate ao
grupo, em entrevista a Região, tem sido unânimes em afirmar que Lampião foi
morto por envenenamento. Tenente Solon, hoje oficial aposentado da Polícia de Pernambuco, residente em Bodocó, entrevistado por esta revista, esposou ponto
de vista favorável a tese do envenenamento. Este oficial foi dos mais visados
por Lampião, e um de seus mais ardorosos perseguidores.
O próprio Tenente
Antonio de Amélia defende a versão do envenenamento. Somam-se, talvez, as
dezenas, os pronunciamentos de oficiais, da época, que proclamam como
verdadeira esta versão. Nosso trabalho prossegue, com outras reportagens, até
podermos reunir material informático, depoimento, tudo, finalmente, que possa
construir peça final de esclarecimento e de fixação da verdadeira versão, do
memorável cerco da Grota do Angico.
Estes fatos
surgem-nos à mente ou ouvirmos de Antonio de Amélia a exposição de ardiloso
planos de Lampião, visando desviar a atenção das volantes policiais, em
perseguição ao grupo. Pela inteligência e perspicácia, como eram preparados os
planos do maior bandoleiro do Nordeste, em todos os tempos, chega-se a
conclusão de que, dificilmente, o capitão Bezerra teria se aproximado, pouco mais de cem metros, do local onde cercou e matou a tiros Lampião e parte
de sua gente. Presume-se como vitoriosa a versão do envenenamento.
Andanças e
Lembranças.
CONTINUA...
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