Por Antonio Morais
Todos em armas
- conta Dezinho Xavier - aguardando o primeiro tiro. De início, tive a impressão
de ser tropa do governo. Foi aí que perguntei:
- Quem vem lá?
- É a polícia?
A
resposta foi um tiro dado por Tempero que vinha à frente do grupo. Sem perda de
tempo, respondi ao tiro, atingindo em cheio a altura de uma das orelhas de
Tempero. Foi tiro e queda. Tempero caiu ali mesmo sem vida.
Lampião e seus
cabras iniciaram um grande tiroteio, agora com mais rancor, em vista da morte de
um dos integrantes do grupo. Foram duas horas de fogo. Verdadeira guerra
travada entre o meu povo e os cabras de Lampião. No final do fogo, quando
Lampião, reconhecendo a impossibilidade de enfrentar a superioridade numérica dos Xavier, e por ser do seu hábito recuar nestes casos, deu no pé, após algumas
escaramuças de tigre contrariado nos seus impulsos e vontade.
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